Inovação e tecnologia 5.0, revolucionam a fabricação de embalagens plásticas para envase de fármacos

Empresa brasileira se destaca na fabricação de produto inédito, adaptando uma linha de produção totalmente eficiente para uma entrega mais ágil e pronta para uso

A evolução tecnológica perpassa hoje todos os segmentos produtivos. A indústria, mais que outros setores, foca no desenvolvimento de novidades e agilidade. E se a Revolução Industrial foi, até então, a fase mais conhecida, substituindo o homem pela máquina, o conceito agora foi remodelado na Indústria 5.0. A nova revolução industrial visa não só trazer maior produtividade, como também facilitar o trabalho do ser humano.

A indústria 5.0 é uma nova tendência que promove de forma mais eficiente a interação e a colaboração entre o homem e a máquina. Nesse contexto, as indústrias reconhecem o valor da mão de obra humana e que as máquinas são dependentes de operadores, programadores e manutenção. Ela vem para reparar os erros da era 4.0, promovendo soluções e adaptações para processos que já estavam sendo efetuados.

A implementação de inteligência artificial não vai parar por aqui, pois tem sido de grande importância no meio industrial, porém a coordenação humana será essencial para a era 5.0 que visa tornar a vida dos trabalhadores mais segura e confortável, garantindo o acesso a tecnologias que permitam a eles a automação de processos e o aumento da produtividade.

Dentro dessa perspectiva de mudança e evolução, em Marília, São Paulo, a empresa Spiltag inicia a fabricação de frascos, seringas e dispositivos pré-envasados com o uso de uma tecnologia japonesa, capaz de avançar a produção em uma velocidade 60% mais rápida que a do vidro, respeitando os conceitos de conexão com a eficiência na entrega de um produto capaz de revolucionar a indústria de embalagens para fármacos.

Todos os recipientes de envase de medicamentos precisam seguir rigorosamente à regulamentação e normas técnicas indicadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). As regras garantem o controle de danos para o paciente e os profissionais de saúde que os manipulam. Se o produto não for fabricado com a ausência de contaminantes, podem ocorrer durante o uso em pacientes: afecções, intoxicações ou até mesmo doenças mais graves. “Inovamos para atender a alta demanda atual e ao mesmo tempo manter a alta qualidade de nossos produtos. Agora é o momento de investir no mercado nacional e internacional, tanto de medicamentos, como de cosméticos, nicho ainda a ser muito explorado por nós”, diz o CEO da empresa, Gustavo Spila.

O material utilizado pela Spiltag para substituir o vidro, é inquebrável, mais barato para produzir e transportar e causa menos danos ao meio ambiente. A novidade em breve abastecerá o mercado farmacêutico do Brasil e do mundo, que corre risco eminente de colapso por falta de insumos de vidro para envase de fármacos, imunizantes e componentes químicos para atender tanto a saúde humana quanto à veterinária.

Os frascos da Spiltag são fabricados com um polímero especial, batizado de Spiltech. Nunca fabricado antes no país, é feito por meio de uma união de tecnologias que permite uma produção inicial de 100 mil unidades/dia. É um polímero que tem características semelhantes à do vidro, como pureza, transparência e a barreira a gases, mas que tem ainda mais vantagens sobre o produto tradicional: é inquebrável, sem delaminação, resistente a temperaturas extremas (-194º C a 136º C) e duas vezes e meia mais leve. “No processo de logística, onde cada quilo conta um produto mais leve custa menos para ser transportado”, destaca Spila.

A eficiência de produção do material também configura a indústria 5.0 versatilidade, economia e responsabilidade ambiental. “Enquanto o vidro precisa de até 4 anos para ter uma linha completamente funcional instalada, em poucos meses nós implantamos uma cadeia produtiva extremamente flexível, que nos possibilita produzir vários formatos de frascos utilizando a mesma célula de produção”, explica o CEO.

Utiliza-se 50% menos de água e energia que, dentre as vantagens de redução de custos, reduz também o uso de recursos naturais e, por ser produzido muito mais rápido que o vidro, emite menos gases na atmosfera”, completa.

Ainda que em pouco tempo de reestruturação, as adaptações na linha de produção foram revolucionárias. Por se tratar de envases entregues esterilizados, não há manipulação humana no processo, sendo operacionalizado apenas por robôs.

No entanto, segundo o empresário, o principal desafio dessa nova fase da empresa não está dentro, mas fora da fábrica. “É, justamente, apresentar algo inédito no Brasil. Essa experiência está nos abrindo muitas portas para a exportação. O produto brasileiro é muito bem aceito, inclusive, nos mercados mais exigentes como os Estados Unidos e nós estamos trabalhando para conquistar muitos territórios”, revela.

Outro fator interessante e que dá ao produto várias possibilidades de uso é de não servir apenas para envasar vacinas. Ele também pode ser utilizado para o envase de medicamentos utilizados na indústria estética, como a toxina botulínica e o ácido hialurônico, ambos utilizados em larga escala por clínicas estéticas e odontológicas.

O investimento inicial do projeto é de cerca de US$ 1,5 milhão (R$8,5 milhões).

A Spiltag

A Spiltag é especialista na fabricação de embalagens PET (“politereftalato de etila” ou Polietilenotereftalato) para o setor de HPPC (Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos), com atuação há mais de 25 anos no mercado. Localizada em Marília, São Paulo, em 2012 passou a ser dirigida por Gustavo Spila, que trouxe uma visão de gestão ainda mais moderna, com processos focados na preservação da qualidade, como a certificação ISO 14001 e portfólio cada vez mais amplo, visando tornar-se referência mundial no setor. Com fortes investimentos na melhoria contínua de seus processos e em projetos reconhecidamente sustentáveis, instaurou novas políticas de gestão, acompanhando a evolução do mercado nacional e internacional de embalagens. A indústria é associada à Think Plastic Brasil, programa originado pela parceria entre a cadeia produtiva do plástico e o governo brasileiro, a fim de posicionar o Brasil como grande fornecedor de produção plástica mundial.