Os golpes mais comuns no WhatsApp

Armando Kolbe Junior (*)

Os criminosos estão sempre em busca de incautos para aplicar novos golpes e a “bola da vez” é o WhatsApp. A cada dia que passa as estratégias são adaptadas em busca de vítimas. A pandemia do coronavírus, no ano passado e neste, tem sido aproveitada também para as ações dos criminosos, envolvendo, entre outros, o Auxílio Emergencial, que é o benefício que o governo criou para dirimir os impactos provocados pela pandemia que acentuou a crise no país. Os golpes conhecidos como Phishing (técnica de engenharia social usada para enganar usuários e obter informações confidenciais) e Fake News (notícias falsas) sobre a Covid-19 também vêm crescendo e, pelo que consta, devem ainda ser, infelizmente, explorados por um bom tempo.

Cada vez mais as pessoas caem em golpes que são espalhados pelo WhatsApp e os números assustam. Só de contas clonadas do WhatsApp esse número passou de 15 mil por dia, isso em setembro de 2020, de acordo com dados do dfndr lab, laboratório de segurança digital da empresa brasileira PSafe.

E a criatividade dos criminosos também assusta, pois diversos desses golpes são inovadores, sempre arrumando uma maneira de prejudicar as pessoas e subtrair lucros com isso. Também existem golpes que já existem há muito tempo, mas, infelizmente, mesmo assim, atingem cada vez mais pessoas.

De acordo com os especialistas na área de segurança digital, existem algumas dicas que podem auxiliar a evitar cair nesses golpes. A ideia é estar sempre em estado de alerta para poder identificar possíveis golpes.

No topo da lista, mas que não é unicamente um crime praticado no WhatsApp, temos as Fake News, que de tão perigosas podem vir a tirar a vida de uma pessoa.

A sociedade tem tido muitos problemas com as Fake News, tornando-se um grande entrave. Apesar de serem proibidas pelo WhatsApp, que sempre está anunciando novas medidas instaladas no app com o objetivo de frear a divulgação e o compartilhamento das Fake News, os criminosos utilizam-se dessas notícias como parte da artimanha utilizada para fraudar os dados dos usuários.

O WhatsApp tem limitado o compartilhamento de mensagens para até cinco pessoas que constam em sua lista de contatos e, no caso desta notícia ter sido muito compartilhada, a inteligência do aplicativo irá bloquear o compartilhamento para apenas um usuário por vez.

Mas alguns sites têm sistemas desenvolvidos com o intuito de checagem de notícias falsas. O FakeCheck é um desses sites que dispõe de um bot (software concebido para simular ações humanas repetidas vezes de maneira padrão) implantado diretamente no WhatsApp. Para utilizar o sistema, basta fazer uma cópia do texto da notícia, colar na página e o sistema vai te dizer se você pode ou não compartilhar essa notícia.

Outra ferramenta muito útil é a opção de denunciar uma notícia falsa, pois, apesar das conversas serem privadas e criptografadas de ponta-a-ponta, o próprio WhatsApp não pode verificar todas as mensagens.

Um crime muito comum é o uso de links maliciosos, que são aqueles links que estão escondidos em mensagens que podem ser consideradas boas demais para serem verdadeiras.

O compartilhamento em massa de links maliciosos é também uma armadilha muito utilizada pelos golpistas. Como funciona? Os criminosos enviam links com ofertas e informações que aparentam serem fabulosas, mas são boas demais para acreditarmos. Alguns exemplos ocorreram bem no início da pandemia, em que os criminosos faziam uso do Auxílio Emergencial e mesmo a distribuição de álcool em gel como iscas na tentativa de atrair novas vítimas que, após clicarem nos links, tinham seus dados pessoais roubados. Ofertas fantásticas como acesso grátis ao Netflix, saque do FGTS, preços incríveis de eletrodomésticos e até mesmo ofertas de emprego foram links utilizados pelos criminosos para atingir as vítimas.

O uso de antivírus e a atualização dos sistemas operacionais, tanto em dispositivos móveis como em computadores e notebooks pessoais, podem evitar esse tipo de ataque. As empresas fornecedoras desses softwares, principalmente os antivírus, monitoram em tempo real e conseguem identificar o que é uma ameaça Phishing. Logicamente, o maior responsável pela segurança são os usuários, que devem sempre suspeitar daquelas promoções que parecem terem caído do céu. Portanto, nunca clique em links suspeitos, mesmo que tenham sido encaminhados por pessoas que você conhece, de confiança, ou até advindas daqueles grupos de amigos ou família, pois muitas vezes os celulares deles podem ter sido clonados ou mesmo não tomaram as precauções devidas.

Armando Kolbe Junior

(*) Armando Kolbe Junior é Professor e Coordenador do Curso de Gestão de Startups e Empreendedorismo Digital do Centro Universitário Internacional UNINTER