Qual a contribuição da fenomenologia para a educação religiosa?

Marli Turetti Rabelo Andrade (*)

Você já ouviu falar na fenomenologia? Ela é um método de trabalho científico que envolve o estudo da consciência e originou-se das reflexões do matemático e filósofo Edmund Husserl. Ele propôs a noesis como o ato de perceber e o noema (fenômeno da consciência) como objeto da percepção, e ambos se referem “às coisas em si mesmas”. Assim Husserl compreendeu que poderíamos explorar o sentido das coisas, em sua manifestação imediata.

O intelectual interpreta a intencionalidade como foco central para superar o relativismo, ou valor relativo e subjetivo, de acordo com diferentes percepções existentes para compreender e interpretar a existência humana. Então o objeto de percepção para estudar está cercado de inúmeras mediações, ou vários elementos do campo do conhecimento, e sua essência revela as particularidades da nossa vivência. A intencionalidade é a habilidade de superar as ideologias culturais e religiosas, ao interpretar a manifestação do objeto na linguagem que faz a mediação e visão de mundo, na intencionalidade de perceber a essência da sua própria linguagem.

O método fenomenológico tem como característica a análise e interpretação do fenômeno, na intencionalidade de alcançar a essência de uma realidade histórica. Entretanto, esse método possui um movimento sistematizado para compreender a veracidade do fato pesquisado. Apesar do conhecimento de todas as mediações culturais e religiosas, o sentido ocupa nossa percepção imediata e intuitiva, e pode gerar dúvidas.

A fenomenologia estuda o propósito do fenômeno, ou aparição das coisas à consciência, de maneira rigorosa. A investigação empírica permite dialogar com o conhecimento apreendido e com a intencionalidade. A Ciência tem como objetivo investigar as regularidades empíricas para elucidar a relação entre os fenômenos que se fundamentam no conhecimento da consciência, analisando para além da aparência das coisas.

A fenomenologia assinala para o diálogo entre o homem e o mundo, o saber do sentido das coisas, a complexidade entre o sentido e o significado do mundo para cada pessoa a partir da sua consciência, cultura, religião e outros conhecimentos. Ela cria a possibilidade de conhecer o outro e a si mesmo, transformando em uma linguagem que emprega a realidade. As vivências intencionais organizam os significados e conceitos do conhecimento, elucidando sobre a informática, que está relacionada com a técnica de organização, compartilhamento e reutilização de informações, no espaço-tempo (retiraria).

A educação na construção do ser humano, em sua essência, discorre seres interligados nas relações sociais, com mediações do conhecimento entre a personalidade e a alma, que participam de vivências, experiências, sentimentos, desejos, emoções e paixões, e reconhecem no outro um reflexo de si mesmo.

(*) Marli Turetti Rabelo Andrade é mestre em Educação e professora da Área de Humanidades, do Centro Universitário Internacional UNINTER