Semana de Tempestade nas economias e bolsas Mundo afora Sangram

A semana se encerra em leve alta do Ibovespa fechando em 118.052,77 pontos, depois de um rally da ponta vendedora e compradora de ativos. Diante das incertezas a B3 fechou em queda três dias consecutivas que marcaram a semana. O mercado navegou em meio a uma tempestade, diante dos cenários econômicos que foram se desenhando nas economias mundiais.  Como consequência, investidores do mundo todo demandaram a moeda do dólar para se proteger, elevando o preço ocasionando o fechamento da semana em R$ 5,38.

A produção industrial chinesa veio menor ao esperado, estimava um PI (Produção Industrial) de 7,8% e o resultado foi de 6,4%, os dados das vendas do varejo também teve crescimento menor que o esperado a expectativa era um crescimento de 11% e o dado divulgado ficou em 8,5%.  Diante desses resultados diversos analistas revisaram para baixo o crescimento da China.

A China também foi grande responsável por derrubar os preços das Commodities, e faz pressão sobre as siderúrgicas para que elas restrinjam suas produções, e isso fez com que o minério de ferro na quinta-feira 18/08 chegasse ao menor patamar desde novembro com queda de 13,5%.  Os chineses tem manipulado constantemente o preço do minério de ferro para baixo para tentar conter sua inflação.  E quem mais tem a perder é o Brasil que é grande exportador de Minério de ferro e petróleo. O mercado chinês também é o maior importador de Petróleo do mundo e com isso tenta desacelerar a produção interna para conter o preço destas commodities penalizando ainda mais Brasil que também é exportador desta commodities.

O abandono das tropas americanas permitiu a retomada do poder pelo Talibã. Ocasionando receio ao mercado que teme a novos ataques de terrorismo e uma nova onda de refugiados para a Europa.

Outro fato que trouxe muita volatilidade e alerta aos investidores, sacudindo as bolsas mundo afora foi a sinalização do FED (Federal Reserve, Banco central dos EUA), que pode começar a frear os estímulos econômicos americanos, ainda em setembro.

Além do cenário externo negativo a velha política brasileira estressou os investidores com a indefinição fiscal e o “stress” político dos poderes executivo e judiciário. Com isso os ativos sofreram forte quedas no preço.  A fala do presidente do banco central Roberto Campos Neto acalmou os ânimos, desacelerando as quedas dos ativos. Segundo Roberto Campos “levar a inflação para a meta é melhor forma da economia crescer de forma sustentável” … Afirmou que BCB (Banco Central Brasileiro) vai fazer todo o possível para levar a inflação para a meta. Com essas declarações a bolsa mesmo em queda passou a ter comportamento mais amena.

A nova variante Delta do Covid-19 voltou assombrar o mundo inteiro, dados macroeconômicos   chineses e   americanos divulgados na semana   sinalizaram   um movimento negativo no desempenho das economias gerando incertezas, preocupação causando desconfiança por parte dos investidores.  O anúncio de lockdown na Nova Zelândia e restrição de alguns países   trazem cenários incertos e desconfiança aos investidores. E esses os fatos foram os mais relevantes que estremeceram as economias e bolsas mundiais.

Luiz Fernando Menegalli é Perito Economista e Analista de Investimento
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@luizmenegalli