Viva o Feijão estimula a produção diferenciada e novos hábitos de consumo

Nichos de mercado, exportação e diferentes formas de preparo são alguns dos pontos trabalhados 

Viva o Feijão estimula a produção diferenciada e novos hábitos de consumo
Lourival Vieira de Jesus e colaboradores durante o processo de coleta do feijão (Crédito – Vanuza Stival de Jesus)
Com presença confirmada na mesa da maioria dos brasileiros, o feijão é também protagonista do Viva o Feijão. Resultado de parceria entre o Sebrae/PR, Instituto Brasileiro do Feijão e Pulses (Ibrafe), Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR), Associação para o Desenvolvimento da Agroecologia (Aopa), Quintana Gastronomia, Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), a iniciativa pretende fomentar a produção de variedades da leguminosa e diversificar as formas de consumo.
Até maio de 2022, serão realizados concursos gastronômicos (com chefs de cozinha), e-books com receitas, lives mensais, vídeos, materiais complementares, prêmios e visitas técnicas no campo para produtores, empacotadores, donos de restaurantes, indústrias, supermercadistas e outros interessados pelo assunto.
A coordenadora estadual de Agronegócios do Sebrae/PR, Maria Isabel Guimarães, conta sobre o objetivo da ação. “Queremos mostrar que o feijão segue sendo um produto viável para aqueles produtores que, por diferentes motivos, diminuíram sua plantação. Existem diversas oportunidades a serem aproveitadas, seja para exportar diferentes tipos para outros países ou aproveitar nichos de mercados”, diz.
Além disso, em uma das ações a serem realizadas, cerca de 20 chefes de cozinha receberão uma caixa com produtos para participar de um desafio gastronômico. A ideia é que os profissionais criem novas receitas. Alguns dos itens a serem enviados são: macarrão feito de arroz e feijão, farinha de feijão e diferentes tipos de feijão.
“Vemos o feijão como uma causa social e queremos impactar desde aqueles que produzem por subsistência até grandes agricultores. Atualmente, sabemos que mais de 60% da produção brasileira é de feijão carioca. Depender de apenas um tipo pode trazer problemas, como a falta da leguminosa, por conta de alguma situação climática, por exemplo, ou que o produtor tenha um excedente que o mercado não consiga absorver”, conta Marcelo Eduardo Lüders, presidente do Ibrafe.
Um estudo, realizado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), mostra que o Paraná foi o maior produtor de feijão do país em 2019, sendo responsável pela produção de 21,67% de todos os tipos de grãos. Grande parte disso é por conta da agricultura familiar e pequenos produtores.
“Eles podem e devem dar a extensão das propriedades, consorciar culturas, o que é bom para o aspecto econômico e, no caso do feijão, bom para qualidade do solo. A escolha da variedade correta, aclimatada, o sistema de produção compatível à preservação, a orientação técnica adequada ao ambiente, tudo isso possibilita otimizar os esforços do agricultor”, comenta a presidente da Associação para o Desenvolvimento da Agroecologia (AOPA), Daniele Comarella.
Em Curitiba, o empreendedor e produtor de feijão orgânico, Lourival Vieira de Jesus, está otimista com a iniciativa. “Estou imerso nesse mundo desde que nasci e vejo que o estímulo à plantação de diferentes variedades é importante. Hoje, planto 12 tipos diferentes de feijão e acredito que existem outros pratos que podem ser desenvolvidos por meio de estudos e tentativas de preparo. Isso com certeza vai chamar atenção do consumidor”, finaliza.
A próxima live será realizada na terça-feira (31/08), a partir das 16 horas. As ações podem ser acompanhadas pelo site ou pelo perfil do Instagram @vivaofeijao.
Durante os próximos meses, atividades voltadas para o consumidor serão realizadas nas mídias digitais e sociais do projeto com o objetivo de ampliar o consumo, gerar negócios e inovação em toda cadeia. Palestras, lives, desafio de restaurantes, dicas de preparo no dia a dia, lançamento de livro online de receitas e outras ações acontecerão no decorrer do ano.