Estudante de 15 anos desenvolve jogo eletrônico inteiramente sozinho

Jogo do desenvolvedor que deu seus primeiros passos na Happy Code já está disponível no Steam.

Bernardo Barreiros, criador do jogo Retrold

Quem poderia imaginar que o jogo Retrold, uma homenagem aos clássicos dos anos 70, 80 e 90, já disponível para compra na plataforma Steam, foi inteiramente criado por um adolescente de 15 anos para conseguir incluir o próprio pai em disputas eletrônicas competitivas?

Pois foi exatamente o que aconteceu. Bernardo Barreiros conta que a ideia surgiu como uma reflexão enquanto ele jogava Streets of Rage 4 com o pai. Ele conta que parecia estar jogando com um bebê, tamanha diferença técnica, quando percebeu não existir nenhum jogo que permitisse uma disputa competitiva e justa com um desafiante iniciante, sem depender da sorte.

“Eu quis fazer um jogo tão simples, que a pessoa jogando um pouquinho já pudesse aprender. E pelo visto deu certo. Um amigo meu falou que jogou todos os arcades com o pai dele e perdeu feio no Pong. Daí eu testei o jogo com o meu avô, que não está nem um pouco acostumado a jogos eletrônicos, e achei muito interessante. E esse é o objetivo do jogo: disputar com jogadores iniciantes em modo multiplayer de forma competitiva”, conta Bernardo.

Como tudo começou

A vontade surgiu quando Bernardo tinha 11 anos. Assistindo um canal de jogo, apareceu um trailer de um jogo chamado Lost Soul Aside e quando ele foi pesquisar, viu que o jogo havia sido feito por uma só pessoa. Ele se sentiu inspirado e pensou. Por que não eu?

Mas o pai não se animou a pagar um curso. Foi então que ele começou a buscar tutoriais online, mas esbarrou na complexidade. Foi quando ele começou a pesquisar cursos e encontrou a Happy Code. Ele fez aula experimental de dois cursos: Unit e Clickteam Fusion 2.5, que é o ideal para a criação de jogos 2D. Ele gostou e se matriculou no curso de desenvolvimento de jogos e começou a desenvolver os primeiros jogos inspirados no Lost Soul Aside.

A Happy Code

O adolescente conta que já havia tentado criar jogos antes do Curso de Desenvolvimento de Jogos da Happy Code, mas não conseguiu. A escola é referência global no ensino de Programação, Maker e Robótica com presença em países como Brasil, Portugal, Espanha e Estados Unidos. Com seis anos de mercado e mais de 60 operações nos cinco países citados, o Grupo Happy já atendeu mais de 80 mil alunos.

Indicado para adultos e jovens a partir dos 14 anos que queiram aprender o processo criativo de um jogo, o Curso de Desenvolvimento de Jogos Digitais da Happy Code conta com 6 horas de STEM CAMP e 60 horas de STEM ACADEMY com foco no ensino de todo o processo, do storytelling à programação, por meio de aulas on-line com plantões ao vivo. Bernardo frequentou o curso aos sábados, quando passava o dia inteiro na unidade da escola em Bangu.

No curso ele participou de um projeto colaborativo chamado de Game Jam, no qual teve a chance de desenvolver com 3 colegas de curso um jogo demo para influenciar as crianças a escovarem os dentes. Ele também teve a chance de apresentar um projeto que simulava a apresentação de um produto para a Organização das Nações Unidas.

A tecnologia é algo praticamente onipresente em todas as profissões. Por isso, ensinar os alunos a usarem a tecnologia para potencializarem suas carreiras profissionais é uma das prioridades da Happy Code. O desenvolvimento digital é fundamental para formar indivíduos para os desafios atuais por meio de uma formação continuada, completa e estruturada, sempre mesclando tecnologia com inovação e desenvolvimento socioemocional.

O processo de criação

O adolescente utiliza várias plataformas e softwares para a criação de cada parte do jogo. Ele conta que para a parte de jogabilidade utiliza a plataforma Clickteam Fusion 2.5, a mesma que ele aprendeu na Happy Code. Bernardo garante que a maior parte dos códigos usados para este jogo ele aprendeu durante o curso na Happy Code.

Para desenhar (ou fazer Pixel Art) ele usa o issei sprite, os efeitos sonoros ele faz pelo Audacity e as músicas pelo FL Studio. Até o trailer do jogo foi feito por ele mesmo, usando o Sony Vegas. Trata-se, portanto, de um jogo inteiramente criado por uma pessoa só.

O processo de criação durou cerca de 3 meses, dos quais 200 horas foram dedicadas apenas aos testes. Esse é mais um exemplo de um projeto que estava engavetado e acabou sendo colocado em prática graças ao tempo livre que praticamente todos desfrutaram no início da pandemia.

O jogo

Print de uma das telas do jogo Retrold

O jogo é uma homenagem aos clássicos dos anos 70, 80 e 90. No jogo, Bernardo fez um pack de arcades inspirados em jogos antigos, tais como Pong, Space Invaders e Packman, entre outros. Ele criou tanto o modo single player, quanto multiplayer. Nesse modo é possível jogar com os amigos, estando eles presentes ou não, apenas com o uso das setas.

Já disponível para compra na Steam por R$ 2,00, o jogo já foi baixado em diversos países, incluindo Brasil, EUA e Argentina. A mãe de Bernardo, Soraia Barreiros, comenta com orgulho o desenvolvimento do filho após a passagem pela Happy Code. “Senti que ele melhorou muito em termos de foco no objetivo e responsabilidade. Essa experiência foi fundamental para o que viria a seguir: a preparação para a entrada no Curso Técnico em Mecânica do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca”.