Retomada lenta das cirurgias eletivas, no primeiro semestre, na rede pública é refletida em estudo da ABIIS

 

Já internações para consultas, tratamentos e diagnósticos em hospitais públicos e conveniados ao SUS cresceram 4,7%, no período, com aceleração do ritmo de vacinação

As internações para realização de cirurgia ainda apresentaram queda nos seis primeiros meses do ano, no Sistema Único de Saúde e hospitais conveniados. Foram realizadas 1,64 milhões de cirurgias, ante 1,74 milhões de cirurgias no mesmo período de 2020. Um recuo de 5,7%. Apesar disso, a produção, venda e consumo de Dispositivos Médicos Implantáveis cresceram 9,2% no primeiro semestre de 2021, na comparação com os seis primeiros meses do ano passado. “O que pode significar que os hospitais estão se preparando para uma enorme demanda que irá surgir nos próximos meses”, analisou o presidente do Conselho de Administração da Aliança Brasileira da Indústria Inovadora em Saúde, Bruno Boldrin Bezerra.

Os dados fazem parte do Boletim Econômico da ABIIS, divulgado no ‘VI Fórum Nacional de Dispositivos Médicos ABIIS: Desafios e Propostas para o Setor’, que aconteceu no dia 26 de agosto.

No mesmo período, houve aumento de 4,7% nas internações hospitalares para consultas, tratamentos e diagnósticos. Entre janeiro e junho de 2021, foram realizadas 4,8 mi­lhões de internações para consultas, tratamentos e diagnósticos no SUS, contra cerca de 4,6 mi­lhões, no mesmo período do ano de 2020. As internações clíni­cas tiveram crescimento de 20,8%, com destaque para o tratamento da Covid-19, que teve alta de 365% no primeiro semestre de 2021.

“A aceleração do ritmo e a alta taxa de cobertura da vacinação contra a Covid-19 têm provocado um aumento no atendimento de procedimentos eletivos, com reflexo positivo para o setor de dispositivos médicos”, completou Boldrin.

A produção doméstica de instrumentos e materiais para uso médico, odontológico e de artigos ópticos acumula crescimento de 26%, no primeiro semestre. Em junho a alta foi 62,6%, em relação a junho de 2020. E, nos últimos doze meses, o número também é maior do que nos doze meses anteriores em 3,1%. Entre janeiro e junho, 1.087 vagas nas atividades industriais e comerciais do setor de DMI foram abertas, um crescimento de 0,8%, totalizando 143.139 trabalhadores nesse mercado, número que não inclui os empregados em serviços de complementação diagnóstica e terapêutica.

O cenário é positivo também nas importações e exportações, que registraram 1,3% e 10,6%, respectivamente, mais negócios do que nos seis primeiros meses de 2020. “Os segmentos representados pela ABIIS – materiais e equipamentos para a saúde, próteses e implantes e reagentes e analisadores para diagnóstico in vitro – foram os que mais se ressentiam dos cancelamentos nos procedimentos e mostrava atividade em retração até março último. Agora, com quase 60% da população já vacinada com pelo menos uma dose, os diversos setores da saúde mostram sinais de regularização das atividades. Por isso, esperamos impactos ainda mais positivos nos próximos meses”, afirmou Bruno Boldrin Bezerra.

Exames

O total de exames apresentou alta de 20,1% no acumulado de janeiro a ju­nho de 2021, em relação ao mesmo período de 2020. Foram realizados mais de 438 milhões de exames e no primeiro semestre de 2020 foram cerca de 365 milhões. Houve aumento de 288% nos diagnósticos em vigilância epidemiológica e ambien­tal e de 34,9% no número de tomografias.

O Boletim Econômico ABIIS é desenvolvido pela Websetorial Consultoria Econômica.