Tecpar é o único laboratório no Paraná que faz análise de ligas de titânio para uso em próteses

O Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) é o único laboratório do Estado a fazer a análise de ligas de titânio, material amplamente utilizado na produção de próteses para implantes ortopédicos e odontológicos. Há dois anos, o Instituto modernizou um de seus laboratórios, a fim de ampliar o atendimento a empresas que utilizam as ligas de titânio como matéria-prima.
O novo equipamento, chamado de analisador de oxigênio, hidrogênio e nitrogênio, foi adquirido com recursos de um projeto aprovado junto ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ).
Por se tratar de um material importado, as empresas que adquirem as ligas de titânio buscam o Tecpar para avaliar as amostras do produto e atestar sua conformidade à American Society for Testing and Materials (ASTM International), órgão americano equivalente à Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Com a readequação do laboratório o Tecpar poderá realizar todas as análises determinadas pela ASTM.
O diretor-presidente do Tecpar, Jorge Callado, destaca que o Instituto oferece soluções que acompanhem os avanços tecnológicos da indústria, com o objetivo de assegurar a qualidade e a conformidade dos materiais às normas técnicas, sejam elas nacionais ou internacionais.
“As avaliações realizadas pelo Tecpar conferem confiança ao produto final, assegurando que a matéria-prima passou por um crivo técnico e foi aprovada. Essa garantia se torna ainda mais necessária quando tratamos de soluções que serão aplicadas para melhorar a qualidade da vida da população, como na área da saúde”, afirma Jorge Callado.
LIGAS DE TITÂNIO – Um dos clientes na avaliação de ligas de titânio é o Instituto de Bioengenharia Erasto Gaertner (Ibeg), unidade operacional da Liga Paranaense de Combate ao Câncer (LPCC) voltada para o desenvolvimento e fabricação de próteses, cateteres centrais e materiais de uso hospitalar.
Emerson Czachorowski, coordenador do instituto, explica que o Ibeg traz esperança aos pacientes que precisam de tratamento oncológico, na forma de inovações que permitam a sua recuperação e retorno à sua vida da melhor maneira.
“Atualmente este tratamento é feito por meio de um dispositivo totalmente fabricado em titânio grau médico, de modo a permitir o acesso vascular central para administração de quimioterapia. Somos o primeiro a fabricar em solo nacional”, afirma Czachorowski.
QUALIDADE – Para garantir a qualidade do produto, o Ibeg envia amostras ao Tecpar para fazer a caracterização do titânio que compõe o corpo do dispositivo. Segundo o coordenador, a avaliação das amostras é necessária a fim de se garantir que o material está de acordo com os rígidos padrões de qualidade do Ibeg – conforme normas internacionais – e que causará ao paciente benefícios maiores que os riscos.
“Buscamos o Tecpar por ter um serviço sério e de qualidade, uma vez que esse material será implantado no organismo de um paciente fragilizado. A equipe Tecpar sempre foi cortês e atenciosa, sanando dúvidas, atendendo demandas e propondo formas de parcerias e auxílio nas questões as quais é contratada e naquelas diferentes do contrato”, destaca Czachorowski.
TITÂNIO – Considerado um metal de transição, o titânio não existe na natureza em estado livre, mas na forma de combinações químicas, geralmente com oxigênio e ferro. Pode ser encontrado em rochas, areias, argilas, em alguns meteoritos e rochas lunares. Utilizado em diversas áreas da indústria, o titânio é altamente valorizado por ser leve, resistente, ter boa flexibilidade e resistência à corrosão.
É classificado como um biomaterial, pois apresenta excelente compatibilidade com o organismo – o que o torna apropriado para aplicações em implantes no corpo humano. Em virtude das propriedades que apresenta, o titânio passou a ser usado na produção de ligas que são posteriormente transformadas em próteses ortopédicas e odontológicas.