Town Center: empreendimento comercial traz um novo olhar para espaços de consumo no Brasil

Sendo uma evolução dos shoppings centers, a construção de TOWN CENTERS oferece muito mais que lojas, agregando opções de serviços, saúde, moradia e lazer para os consumidores

Com a forma de consumo passando por grandes mudanças no Brasil e em todo mundo, os espaços onde os consumidores vão às compras também acompanham esta transformação.

Hoje, uma área onde é possível consumir e desfrutar de momentos de lazer com a leveza e a possibilidade de vivenciar o contato com o natural soa como uma proposta muito mais atrativa em detrimento do padrão aclamado até pouco tempo: as imponentes construções de concreto que dão vida aos grandes shopping centers. Assim, os Town centers, estilo de centro comercial muito frequente em países da América do Norte – quem não visitou um desses em um dia de compras nos malls de LOS ANGELES SOBRETUDO –, vêm ganhando cada vez mais espaço nas cidades brasileiras.

“O town center é um bairro com a beleza e a variação que a cidade pode oferecer somados ao profissionalismo, o controle de marketing, segurança e ambientação de um grupo profissional”, explica o arquiteto Jayme Lago Mestieri, à frente do escritório que leva o seu nome.

Com a experiência de compreender os comportamentos de consumo – em sua trajetória, o escritório já projetou mais de 1 milhão de metros quadrados para shoppings centers e centros comerciais e atualmente conta com mais de 500 mil m² em construção –, ele aposta cada vez mais na expansão desse conceito no Brasil. “O que se passa no âmbito dos projetos nada mais é do que um termômetro do cenário que vem se desenhando para médio e longo prazo. E, desde o ano passado, nossa equipe tem trabalhado fortemente para os nossos clientes que estão investindo nesse perfil de ocupação que se perfaz como pedacinhos da cidade por todo Brasil”, afirma Jayme.

Algo a mais que os shoppings centers

Atualmente, os shoppings centers já não são tão atrativos como antes e um dos principais motivos é a mudança robusta nos hábitos dos consumidores. Com a tecnologia cada vez mais avançada facilitando a compra de produtos, muitas pessoas não consideram mais como motivação o ato de deslocarem-se até uma loja física para adquirir o produto desejado. “Sem dúvidas, esse cenário demonstra que o brasileiro precisa de um estímulo a mais para sair e fazer suas compras em um comportamento mais perto da rua tradicional”, analisa o arquiteto.

De acordo com ele, a configuração antiga de um shopping center pouco estimula novas atividades como serviços e variação entre paisagem, por exemplo.

No contraponto, os town centers ofertam muito mais que corredores repletos de vitrines. Com uma visão que abrange muito mais que o consumo, possibilita aos frequentadores a oportunidade de passear ao ar livre, usufruindo a infraestrutura do local. Essa inovação atrai os consumidores em um sistema indireto, pois não existe a ‘obrigatoriamente’ da compra, fazendo com que o cliente se sinta livre para frequentar o centro comercial sem o compromisso de levar algum produto na sacola. Este hábito reflete as ruas da cidade, que se abre para todos e produz um espaço mais rico e diversificado.

Serviços disponibilizados no conceito de town center

Ao mesclar lojas e espaços de lazer ao ar livre, este tipo de empreendimento conta com outros serviços igualmente essenciais para a população como restaurantes, padarias, centros médicos, farmácias, postos de gasolina, instituições educacionais e serviços públicos. Todo esse hub comunitário é erguido dentro de uma visão organizada e muito bem planejada para que o consumidor e sua família possam apreciar essas conveniências da melhor forma possível. Junto a isso, a empresa administradora do town center promove harmonia e controle de qualidade para que todos os locatários disponham de sinergia e disponibilizem excelência nos serviços e produtos comercializados.

Alinhado com a infraestrutura concedida para as lojas que ocupam os espaços, os preços dos aluguéis se configuram como um relevante custo-benefício para o empresário que pretende estabelecer o seu negócio alocado nos town centers. “Para o lojista ou investidor que queira alugar estabelecimentos neste ponto, o valor do condomínio é um ponto positivo, haja vista é extremamente inferior àquele cobrado por um shopping center. E, nesse cenário econômico enfrentado por todo mundo, incluindo o Brasil, sem sombra de dúvidas ajuda, e muito, na sobrevivência e na permanência dos pequenos comércios”, reforça Jayme.

Benefícios para as cidades

Com a ideia de criar um mini bairro, os town centers colaboram para o desenvolvimento das cidades. Em muitos municípios, a população não pode usufruir de uma infraestrutura adequada para viver com mais conforto e segurança, porém com a compra de lotes através da iniciativa privada, é efetuada uma reforma com vistas para a melhoria de ruas e calçadas, a inserção de vegetação, instalação de bancos e avisos de pôsteres, cobertura para abrigar todos os pedestres e sinal de wi-fi. Com isso, o bairro onde o empreendimento está inserido passa a ser mais valorizado e uma boa parte dos munícipes começam a visitar a área para consumir e passear.

Na visão experiente do arquiteto, os serviços básicos de uma sociedade são insuficientes em muitos bairros, deixando a população carente de segurança, lazer e bem-estar no dia a dia. Posto isso, acontece uma migração dos moradores que buscam efetuar suas atividades em outros distritos. “Infelizmente, o investimento público e a segurança não conseguem acompanhar o crescimento dos bairros. Os town centers oferecem estrutura que a população merece”, acrescenta.

Infraestrutura e urbanização

Acompanhando o crescimento das cidades, a urbanização dos town centers acontece de forma pontual e surge alinhada com as demandas de estímulos, não havendo a necessidade de se construir um grande volume de forma antecipada e desenfreada. Portanto, toda infraestrutura para o funcionamento é projetada de forma gradual, englobando desde as vagas para estacionamento, docas para abastecimento e descarte e a interligação com a malha pública de transportes. “O modelo de town center permite a harmonia das residências e corporativos e se interliga perfeitamente com a malha viária e seus bairros vizinhos”, comenta Jayme.

Sustentabilidade

Pensando nas sensações de felicidade e satisfação de quem frequenta o modelo de empreendimento comercial, a estrutura do local traz a natureza consigo para que a arquitetura se revele ainda mais deleitável ao seu visitante.

Assim, a concepção do projeto abrange vistosas praças e parques arborizados e propícios para atividades ao ar livre e sistema de climatização natural que encontra um equilíbrio na temperatura – seja a região mais quente ou chuvosa, o controle de sombreamento e ventilação natural oportunizam condições plenas para que sempre funcione com conforto em um nível superior. “Este é um modelo é comprovado e consolidado em áreas desérticas como os países do Oriente Médio, e cidades americanas como Las Vegas, dentre outras”, ressalta.

Segundo o arquiteto, os town centers são um exemplo ímpar de como a iniciativa privada pode trazer boas soluções para as cidades, além de fornecerem um ótimo recurso de investimento para lojistas e comerciantes que queiram se estabelecer com custos mais baixos dentro de um cenário que projeta uma mini cidade ideal. (Leonardo Sandoval)