Estudo da Universidade de Copenhague destaca que 6 semanas de exercícios físicos levaram a mudanças na informação epigenética das células do músculo em homens jovens. Essas mudanças ocorreram em áreas do genoma que foram associadas a doenças.
Segundo o geneticista, a atividade física regular diminui o risco de vários distúrbios comuns, como doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, câncer e condições neurológicas, junto com o risco geral de mortalidade. “Os efeitos benéficos do treinamento físico na saúde humana são parcialmente impulsionados por adaptações no músculo”, explica o geneticista. Essas descobertas fornecem um mecanismo para os efeitos benéficos conhecidos do exercício. A equipe de cientistas formulou a hipótese de que o treinamento de exercícios de resistência remodela a atividade dos intensificadores de genes no músculo. Eles recrutaram jovens saudáveis e os submeteram a um programa de exercícios de resistência de seis semanas. Os cientistas coletaram uma biópsia do músculo da coxa antes e depois da intervenção do exercício e examinaram se mudanças na assinatura epigenética de seu DNA ocorreram após o treinamento. “Os cientistas descobriram que, depois de completar o programa de treinamento de resistência, a estrutura de muitos estimuladores no músculo esquelético dos jovens foi alterada. Ao conectar esses ‘intensificadores’ a bancos de dados genéticos, eles descobriram que muitos deles já foram identificados como pontos de acesso de variação genética entre indivíduos – pontos de acesso que foram associados a doenças humanas”, explica o geneticista.
Os cientistas especulam que os efeitos benéficos do exercício em órgãos distantes dos músculos, como o cérebro, podem ser amplamente mediados pela regulação da secreção de fatores musculares. “Em particular, eles descobriram que o exercício remodela a atividade intensificadora no músculo que está ligada às habilidades cognitivas, o que permite a identificação de fatores musculares secretados pelo treinamento de exercício direcionados ao cérebro”, explica o Dr. Marcelo Sady. Os dados fornecem evidências de uma ligação funcional entre a religação epigenética de intensificadores para controlar sua atividade após o treinamento físico e a modulação do risco de doenças em humanos. “Dessa forma, o estudo é uma importante contribuição para que possamos entender o papel do estilo de vida e da adoção de hábitos saudáveis na mudança epigenética com objetivo de prevenir doenças”, finaliza o geneticista Dr. Marcelo Sady.
FONTE:
*DR. MARCELO SADY: Pós-doutor em genética com foco em genética toxicológica e humana pela UNESP- Botucatu, o Dr. Marcelo Sady possui mais de 20 anos de experiência na área. Speaker, diretor Geral e Consultor Científico da Multigene, empresa especializada em análise genética e exames de genotipagem, o especialista é professor, orientador e palestrante. Autor de diversos artigos e trabalhos científicos publicados em periódicos especializados, o Dr. Marcelo Sady fez parte do Grupo de Pesquisa Toxigenômica e Nutrigenômica da FMB – Botucatu, além de coordenar e ministrar 19 cursos da Multigene nas áreas de genética toxicológica, genômica, biologia molecular, farmacogenômica e nutrigenômica.
Link: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2212877821001356?via%3Dihub