Curitiba recebe Diálogos Contemporâneos entre outubro e novembro

Pela primeira vez na capital o projeto literário reunirá 10 escritores brasileiros em conferências gratuitas para o público

Xico Sá estará em Curitiba no dia 19.10 e fala sobre ‘Mundo digital e sociedade em rede – as mídias tradicionais e os novos espaços de informação e comunicação’

Curitiba recebe pela primeira vez o evento literário Diálogos Contemporâneos. A capela Santa Maria será o palco, de 18 de outubro a 30 de novembro, de uma série com dez conferências literárias e a presença de escritores renomados no país. A iniciativa, que deve movimentar a cena cultural da cidade, terá entrada franca e foi viabilizada por emenda parlamentar do deputado Zeca Dirceu (PT/PR).

Esta edição do projeto conta com a participação dos escritores Sergio Vaz, Xico Sá, Ignácio de Loyola Brandão, Fabrício Carpinejar, Elisa Lucinda, Renato Janine Ribeiro, Mario Prata, Tereza Cruvinel, Fernando Morais e Mary Del Priori. Cada conferência terá duração de duas horas entre a exposição do palestrante e os debates com o público.

De acordo com Nilson Rodrigues, diretor geral do projeto, ao possibilitar a presença de renomados escritores na cidade e dar repercussão por meio dos mais diversos canais de comunicação, os Diálogos Contemporâneos oferecem ao público a oportunidade de participar de uma exposição e um diálogo, dando relevância à literatura brasileira e aos seus escritores e transforma Curitiba em um epicentro literário.

Fabricio Carpinejar participa do Diálogos Contemporâneos no dia 04.11 com o tema ‘Liberdade, neuroses e depressão em um mundo em mutação’

“O interesse pela leitura e a reflexão de temas que se relacionam com a história, o presente e o futuro do país dependem de diversos estímulos. Projetos culturais voltados ao livro e ao estímulo à leitura, que têm como base a literatura brasileira, são ferramentas que colaboram com o esforço que já é feito dentro da educação formal no sentido de estimular o interesse de crianças e jovens pelo que os escritores brasileiros produzem”, afirma Rodrigues.

A iniciativa é voltada para um público amplo, como estudantes, professores, intelectuais, artistas, trabalhadores da cultura, jornalistas, políticos ou gestores públicos, agentes de leituras e pessoas interessadas em ampliar e aprofundar temáticas e questões fundamentais da atualidade, tendo a oportunidade de participar e ver de perto grandes escritores brasileiros. O Projeto tem grande potencial de desdobramento ao despertar um forte interesse do público local por atividades literárias, já que todos os temas propostos estão associados a inúmeros desafios a serem enfrentados pela sociedade contemporânea.

Também serão disponibilizados livros para venda, assim como espaço para troca de livros e compra de outros autores de forma acessível. Todos os participantes que se identificarem na entrada do espaço cultural, e informarem o e-mail, receberão certificado da participação.  

Sobre o projeto Diálogos Contemporâneos

O evento literário Diálogos Contemporâneos é uma ação de promoção e fomento à cultura brasileira que colabora para o cumprimento da Lei 12.343/2010 do Plano Nacional da Cultura, especificamente nas metas de formação, fomento e livros lidos, com as seguintes metas:

Meta 18 – Aumento em 100% no total de pessoas qualificadas anualmente em cursos, oficinas, fóruns e seminários com conteúdo de gestão cultural, linguagens artísticas, patrimônio cultural e demais áreas da cultura;

Meta 19 – Aumento em 100% no total de pessoas beneficiadas anualmente por ações de fomento à pesquisa, formação, produção e difusão do conhecimento;

Meta 20 – Média de quatro livros lidos fora do aprendizado formal por ano, por cada brasileiro.

Após a palestra, o público poderá participar de uma sessão de autógrafos com os escritores. O acesso será livre, com acessibilidade para pessoas com deficiência e transmissão ao vivo pela internet com intérprete para a língua brasileira de sinais.

Programação Curitiba

SÉRGIO VAZ

Segunda – 18/10/2021, 19h – ESPAÇO CULTURAL CAPELA SANTA MARIA

Poeta e agitador cultural, autor de oito livros. Cofundador do Sarau da Cooperifa (Cooperativa Cultural da Periferia). Eleito pela revista Época em 2009 um dos 100 brasileiros mais importantes do País.

A literatura que vem da periferia

Do hip-hop às publicações poéticas, do funk aos saraus, uma cultura   afirma seus valores e sua identidade com novas expressões artísticas e narrativas literárias que vêm das periferias das grandes cidades. Compreender as realidades de favelas, bairros e de comunidades excluídas e marginalizadas economicamente, demanda conhecer de perto as expressões que não estão na grande mídia e nem adentraram o show business.

MEDIAÇÃO: YURI AL’HANATI

XICO SÁ

Terça – 19/10/2021, 19h – ESPAÇO CULTURAL CAPELA SANTA MARIA

Escritor, jornalista e cronista do jornal El País e do Diário do Nordeste. Participou dos programas de TV “Amor e Sexo” e “Saia Justa”. Autor de dezenas de livros, sua obra mais recente é “Crônicas para Ler em Qualquer Lugar”.

Mundo digital e sociedade em rede – As mídias tradicionais e os novos espaços de informação e comunicação

O fenômeno da internet criou um novo mundo, com o uso crescente de redes sociais e de plataformas de compartilhamento de dados, conteúdos audiovisuais e informações, controlados por grandes empresas e seus algoritmos. Diante dessa nova realidade, as mídias tradicionais como jornal, cinema, rádio, TV e a publicidade como conhecíamos vivem um momento de transição. Há um novo mundo na cibercultura, com modelos de negócios e de interação social ainda a serem compreendidos.

MEDIAÇÃO: ADRIANA BAGGIO

IGNÁCIO DE LOYOLA BRANDÃO

Quarta – 03/11/2021, 19h – ESPAÇO CULTURAL CAPELA SANTA MARIA

Cronista do jornal O Estado de S. Paulo e autor de 45 livros, entre eles, “Zero”, “O Verde Violentou o Muro”, “Veia Bailarina” e “Não Verás País Nenhum”. Doutor Honoris Causa pela UNESP e Membro da Academia Brasileira de Letras.

Literatura, pestes, pandemias e distopias – ficção e realidade

Romances, contos, crônicas e mesmo escritos místicos nos dão conta de diferentes momentos da história em que grandes pestes mudaram profundamente as sociedades. Desde a bíblia, onde as pragas do Egito levaram nuvens de gafanhotos, até cóleras e pestes, a literatura, ficcional ou histórica, retrata e dramatiza horrores passados, mas também profetiza e prenuncia, mostrando semelhanças assustadoras com os tempos presentes.

MEDIAÇÃO: LUCI COLLIN

FABRÍCIO CARPINEJAR

Quinta – 04/11/2021, 19h – ESPAÇO CULTURAL CAPELA SANTA MARIA

Escritor, cronista do jornal O Tempo e comentarista do programa de TV “Encontro com Fátima Bernardes”. Autor de 47 livros, recebeu mais de 20 prêmios literários, sendo duas vezes o Prêmio Jabuti.

Liberdade, neuroses e depressão em um mundo em mutação

As tramas existenciais da sociedade moderna são marcadas por mudanças significativas, decorrentes da globalização em suas dimensões socioeconômicas, culturais e tecnológicas. As redes sociais, a informação em tempo real, a urgência da vida nas grandes metrópoles, o stress, a violência, alteram os sentimentos e as relações de amor e afeto. Solidão, neuroses, depressão e fobias aumentam o uso de psicotrópicos e alimentam a indústria farmacêutica, religiosa e de autoajuda.

MEDIAÇÃO: LUIZ FELIPE LEPREVOST

ELISA LUCINDA

Segunda – 08/11/2021, 19h – ESPAÇO CULTURAL CAPELA SANTA MARIA

Poeta, jornalista, escritora, cantora e atriz. Possui 19 livros publicados, dentre eles “Coleção Amigo Oculto” (infantojuvenil), “Fernando Pessoa, o Cavaleiro de Nada” (romance) e “Livro do Avesso, o Pensamento de Edite” (poesia).

Empatia e solidariedade: antídotos contra a banalização da maldade e do preconceito

Nas últimas décadas houve muitos avanços nas conquistas de direitos de vários setores historicamente excluídos na sociedade brasileira, como negros, indígenas, mulheres e membros das comunidades LGBTI. Paralelamente, vimos também o crescimento da violência contra esses segmentos, pela reação dos conservadores aos avanços, inconformados por não manterem os direitos à opressão e à dominação, ou pelo encorajamento dos oprimidos ao enfrentar e denunciar os abusos. O fato é que se tornou perceptível o aumento de casos e a visibilidade das violações. Teria a cultura da execração do outro e da ausência de empatia mais força em nossa sociedade do que o afeto e a solidariedade?

MEDIAÇÃO: JULIE FANK

RENATO JANINE RIBEIRO

Terça – 09/11/2021, 19h – ESPAÇO CULTURAL CAPELA SANTA MARIA

Escritor e professor da USP. Ex-ministro da Educação. Autor, entre outros, de “A Sociedade Contra o Social” e “Ao Leitor sem Medo”. Atual presidente da SBPC – Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência.

Espiritualidade, metafísica e religiosidade no Brasil contemporâneo

O Brasil viu disparar a venda de livros relacionados à vida espiritual e à religiosidade nas últimas décadas. As razões históricas da espiritualidade brasileira e o atual fenômeno das denominações neopentecostais colocam o Brasil como grande consumidor de obras literárias que vão desde o espiritismo até a autoajuda com componentes religiosos. Um fenômeno que tem repercussão nos canais da internet, televisão, rádio, nas disputas políticas e nas relações sociais.

MEDIAÇÃO: CAETANO GALINDO

MARIO PRATA

Segunda – 22/11/2021, 19h – ESPAÇO CULTURAL CAPELA SANTA MARIA

Escritor, dramaturgo, jornalista e cronista. Em mais de 50 anos, escreveu 3 mil crônicas e cerca de 80 títulos, entre romances, contos, roteiros e peças teatrais. Recebeu 18 prêmios nacionais e estrangeiros.

O envelhecimento e o espaço social dos que não são mais jovens

A média de vida no Brasil aumentou significativamente nas últimas décadas, saindo de 57 anos em 1970 para 76 anos em 2019, alterando a percepção que temos dos mais velhos em nosso meio. Entre as classes média e alta, a média de vida se aproxima dos 80 anos. Há mais espaço para seus dramas, sonhos, expectativas e realizações afetivas? Como os preconceitos se manifestam? Nossos espaços estão preparados para receber esse crescente número de pessoas que em 2030 superará a população de crianças e adolescentes no Brasil?

MEDIAÇÃO: LUÍS HENRIQUE PELLANDA

TEREZA CRUVINEL

Terça – 23/11/2021, 19h – ESPAÇO CULTURAL CAPELA SANTA MARIA

Jornalista e cronista, especializada em análise política, e nos últimos 40 anos atuou nos principais veículos de comunicação do país. Foi fundadora da EBC e da TV Brasil. É autora de Cristina Tavares – Perfil Parlamentar e coautora de Jornalismo Político – Ensaios.

Cenários para um mundo pós-pandemia – O fim do século XX e o futuro que nos espera

O século XX foi moldado por grandes mudanças na economia, tecnologia, cultura, geopolítica e movimentos sociais. A pandemia de Covid-19 impôs mudanças na vida individual e coletiva, em um fenômeno global jamais visto. Vivemos mudanças monumentais, novas demandas e necessidade de reanálise de modelos vistos até então como imutáveis e perenes. As resultantes desses processos serão frutos de grandes disputas hegemônicas, que formatarão nosso futuro.

MEDIAÇÃO: ALLAN OLIVEIRA

FERNANDO MORAIS

Segunda – 29/11/2021, 19h – ESPAÇO CULTURAL CAPELA SANTA MARIA

Jornalista e escritor, recebeu três vezes o Prêmio Esso e quatro vezes o Prêmio Abril de Jornalismo. É autor, entre outros livros, de “Olga”, “Chatô, o Rei do Brasil”, “Corações Sujos”, “A Ilha” e “Os Últimos Soldados da Guerra Fria”.

Guerras culturais – corações e mentes em tempos de fake news, negacionismo e pós-verdade

No Brasil e em grande parte do mundo ocidental cresce a onda de fake news e seus impactos na vida social e política. Em tempos de negacionismo histórico e científico, onde a opinião individual tem mais valor do que fatos objetivos, é necessário investigar e buscar respostas para as diversas formas de manipulação de corações e mentes, que assustam as democracias e sabotam conquistas da sociedade no campo dos direitos individuais e coletivos.

MEDIAÇÃO: CHRISTIAN SCHWARTZ

MARY DEL PRIORE

Terça – 30/11/2021, 19h – ESPAÇO CULTURAL CAPELA SANTA MARIA

Historiadora, pós-doutora pela EHESS (Paris, França). Autora de mais de 50 livros sobre a história do País, entre eles “Uma Breve História do Brasil”, “Histórias da Gente Brasileira” e “Histórias do Amor no Brasil” e “Sobreviventes e guerreiras: Uma breve história da mulher no brasil de 1500 a 2000”

A construção da violência contra a mulher na sociedade brasileira

Tão importante quanto lutar contra a violência contra a mulher é compreender suas raízes culturais. As origens dos vários tipos de violência estão relacionadas à nossa história patriarcal, às diferenças de oportunidades e às condições sociais e econômicas das mulheres brasileiras. As conquistas obtidas até o momento resultam de históricas lutas dos movimentos feministas e da coragem e ousadia das protagonistas que, ao longo do tempo, se dispuseram a questionar e enfrentar as agressões e violações nos espaços públicos e privados.

MEDIAÇÃO: NICOLE LIMA