Farmacêutico chama atenção para intervalos entre vacinas

Não há problemas em tomar as vacinas simultaneamente, porém é preciso ficar atento aos prazos para não confundir as datas de aplicação do reforço

Muito se falou sobre vacinação durante todo o ano, por causa da pandemia da Covid-19. No Brasil e em diversos países, o imunizante foi o divisor de águas para o ensaio à vida normal. Entretanto, é sempre preciso ficar atento e respeitar os intervalos entre os imunizantes. Inclusive, agora, com os adolescentes buscando a imunização contra o coronavírus e, ao mesmo tempo, em muitos estados, tomando a vacina contra o HPV. Não há problemas em tomar as vacinas simultaneamente, porém é preciso ficar atento aos prazos para não confundir as datas de aplicação do reforço. O alerta é do farmacêutico Renato Freire, especialista em infecção hospitalar e epidemiologia e mestre em pesquisa e desenvolvimento em tecnologia farmacêutica.

Ele cita os riscos para quem não respeita as etapas. “Se você deixar prolongar um intervalo, você vai perder a proteção plena, perder um pouco da eficácia da vacina, porque demorou para fazer uma segunda dose. Quando você faz uma primeira dose, atinge um nível elevado de anticorpos, e na segunda aumenta mais ainda. Se não fizer, a tendência é que haja um decaimento dos anticorpos ao longo do tempo. Vai diminuindo a eficácia da vacina, por isso a necessidade de fazer outras doses”, explica o farmacêutico.

Renato Freire aponta ainda os riscos para quem optar antecipar doses, por conta própria. “Não existe super dosagem em vacinas. Vacina não é um medicamento que tem uma concentração de um fármaco. mas quando você antecipa, toda vacina pode ter um evento adverso pós-vacinação. Você corre o risco de aumentar eventos adversos”, diz Renato.

O farmacêutico lembra que muitas crianças deixaram de tomar outras vacinas por causa da pandemia. Renato Freire entende que isso pode gerar problemas no futuro e alerta a todos para a necessidade de cumprirem o calendário vacinal.

isabel@cff.org.br