Tecnologia surge como aliada para recuperação muscular após infecção grave por Covid-19

Tecnologia surge como aliada para recuperação muscular após infecção grave por Covid-19Mesmo com a campanha de vacinação, a doença Covid-19 ainda pode causar diversas sequelas, especialmente para pacientes que sofreram com a forma grave da doença. Muitos são acometidos, inclusive, com a perda de massa muscular – o que não causa problemas apenas estéticos, mas está envolvido em uma série de consequências, desde dificuldades de locomoção até fadiga. Mas uma das principais novidades no campo dermatológico, a segunda geração de dispositivos HIFEM (High-Intensity Focused Electromagnetic), começa a despontar como uma das principais formas de recuperação muscular após pacientes ficarem muito tempo acamados. “O T Sculptor é um equipamento de campo eletromagnético focado de alta intensidade destinado ao estímulo da musculatura. Trocando em miúdos: é como malhar muito mais forte do que você conseguiria voluntariamente e sem fazer força. O tratamento promove até 36 mil contrações por sessão de 30 minutos, por isso proporciona o desenvolvimento da musculatura”, afirma o dermatologista Dr. Abdo Salomão Jr., membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. A tecnologia, usada também na recuperação de pacientes acamados, em tratamentos de dor crônica e procedimentos íntimos, é não invasiva e, ao entrar em contato com a pele, atinge o músculo, ao estimulá-lo por meio de contrações contínuas e intensas. A sessão de 30 minutos com a tecnologia é usada para reabilitação e fortalecimento de grupos musculares e o dermatologista Dr. Abdo Salomão Jr. explica tudo sobre a técnica:

As novas tecnologias dermatológicas podem ser usadas para reabilitação muscular em pacientes que ficaram acamados por muito tempo? Essa é uma estratégia segura para melhorar a saúde dos músculos?

Com toda certeza, a técnica do procedimento T Sculptor evita a formação da sarcopenia, que é a perda do músculo. Ou seja, se a pessoa quebrar um pé e tiver que ficar muito tempo acamada, quando voltar a andar, ela tem uma perda muscular enorme, os músculos ficam finos, frágeis, o que dificulta a recuperação. Se o paciente teve Covid-19, ele diminui até a musculatura do tórax. Aliás, todas as musculaturas acabam diminuindo, e depois isso dificulta muito a recuperação também; essa perda muscular é chamada de sarcopenia. No caso de pacientes oncológicos, eles precisam ‘salvar’ o músculo, que é uma fonte proteica de saúde. Em toda situação em que o paciente é obrigado a ficar acamado, e que ele não pode andar e nem se exercitar, o T Sculptor faz com que o paciente preserve a musculatura esquelética a ponto de manter ou recuperar não apenas a estética, mas a saúde do músculo.

Como a tecnologia age nesses casos?

O procedimento age justamente promovendo a contração passiva dos músculos; mesmo sem o paciente fazer força. Dessa forma, um paciente que teve um dano neurológico e não consegue contrair, ou no caso de um paciente que está com pé quebrado, o T Sculptor contrai os músculos, os posteriores, da panturrilha, por exemplo,tudo de forma passiva. Então, o procedimento faz contrações involuntárias, passivas, e que mantêm o tônus e a qualidade muscular na ausência do exercício físico.

Ele pode ser associado à fisioterapia?

No procedimento com o T Sculptor, usamos a configuração de sarcopenia e, sim, ele pode ser associado aos programas de fisioterapia. Essa é a melhor coisa a se fazer. Se bem que mesmo sem a fisioterapia, o procedimento já traz o resultado. Mas quando se associa, os resultados são muito mais expressivos.

Quantas sessões são indicadas? Qual o intervalo entre elas?

O procedimento pode ser feito duas vezes por semana enquanto o paciente estiver acamado – porque ele mantém a musculatura e não há perda. Em casos de Covid-19, após a alta, já pode iniciar o tratamento na semana seguinte.

Quais os cuidados com esse tipo de paciente?

Os únicos cuidados são em casos pós-cirúrgicos, quando há algum ponto que pode abrir (porque o músculo realmente contrai vigorosamente no procedimento), mas se o médico liberou não há problema, o que vale é se o paciente tem condição clínica para fazer o tratamento.

Quanto tempo após a alta médica o paciente pode realizar o tratamento?

Na semana seguinte já pode começar a fazer.

Além do tratamento, a alimentação também é fundamental?

Claro que sim. Nós somos o que comemos. Então se você tem uma alimentação com fonte de proteínas eficientes, o resultado é muito melhor. Se a alimentação é ruim, você não consegue manter a musculatura, pois você depende da ingesta proteica. Então, o T Sculptor age em conjunto com a alimentação para manter, fortalecer e recuperar os músculos.

FONTE:

*DR. ABDO SALOMÃO JR: Doutor em Dermatologia pela USP (Universidade de São Paulo). É sócio Efetivo da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), Membro da American Academy of Dermatology (AAD), Sociedade Brasileira de laser em Medicina e Cirurgia e do Colégio Ibero Latino Americano de Dermatologia. Professor universitário, Dr. Abdo Salomão Jr. ministra aulas nos principais congressos nacionais da especialidade. Além disso, já deu aulas na Austrália, Itália e Coréia do Sul. É uma referência em conhecimento de lasers e tecnologias para fins dermatológicos e estéticos. Diretor da Clínica Dermatológica Abdo Salomão Junior.