“Não há dor e, além da amnésia fornecida pelo anestésico, contamos com um monitor de profundidade anestésica para garantir que a criança não apresente memória intraoperatória” esclarece a especialista. Além das cirurgias, a anestesia é realizada em crianças para a realização de exames de imagens, como ressonância magnética e tomografia. De uma forma geral, no centro cirúrgico, a anestesia pediátrica é iniciada na presença de um acompanhante (mãe ou pai), que permanece no local até que a criança durma. “O anestesista fica ao lado da criança durante todo o procedimento, garantindo a segurança da criança e tratando qualquer complicação que possa surgir durante o procedimento cirúrgico”.
Ao final do procedimento, após a criança despertar, ela é levada à UTI ou à sala de recuperação pós-anestésica, também na presença dos pais. Os pais ou outra pessoa próxima à criança participam de momentos importantes do processo: da indução anestésica e do despertar. “Dessa forma, a criança se sente mais segura e todo processo ocorre com mais tranquilidade. Esse é o procedimento adotado para anestesia pediátrica na maioria dos hospitais”, informa a anestesiologista.
A técnica e a ciência também vêm colaborando para os avanços na área. O videolaringoscópio, para auxílio de intubação difícil, e o ultrassom para punção venosa de casos difíceis, punção de acesso venoso central e punção arterial para monitorização invasiva da pressão arterial são alguns dos equipamentos que podem dar suporte aos procedimentos.
Neste domingo (03/10), o Hospital INC realiza o III Simpósio INC de Neuroanestesia, que terá como tema a Neuroanestesia Pediátrica – uma subespecialidade da Anestesia que surgiu na década de 1960 após aumento de pesquisas e publicações na área. O evento, on-line e gratuito, é voltado para residentes e médicos anestesistas com o objetivo de aprofundar a discussão sobre o tema. Hoje, a neuroanestesia pediátrica é aplicada, principalmente, para as cirurgias de tumor cerebral, epilepsia, correção de cranioestenose, correção de defeitos do tubo neural (como a mielomeningicele), realização de derivação ventrículo peritoneal (DVP) e para tratamento de lesões vasculares.
Confiança no procedimento
A curitibana Viviane dos Reis, 39, é uma mãe que fala com propriedade sobre a experiência com a neuroanestesia pediátrica. O seu filho mais novo, Bernardo, de 4 anos e cinco meses, nasceu com mielomeningocele e hidrocefalia. Apesar da pouca idade, a criança já passou por 28 cirurgias – a primeira delas, três horas após o nascimento, e a última ocorreu no dia 13 agosto deste ano. “Em função da própria saúde dele, no começo, a gente sempre ficava angustiado com a anestesia. Tenho certeza que o maior medo dos pais em relação à anestesia é da criança dormir e não acordar mais”.
Hoje, Viviane já tem bastante confiança no procedimento. “Todas as vezes, o Bernardo voltou muito bem da anestesia, nunca teve uma intercorrência. Das últimas vezes, ele próprio segurou a máscara para fazer a inalatória, que chamamos de ‘cheirinho’. Já é uma experiência tranquila para ele. Penso que uma equipe qualificada também faz toda a diferença, que acompanha todo o processo ao lado do seu filho, até devolver a criança para os pais”, explica Viviane.
SERVIÇO:
III Simpósio INC de Neuroanestesia
Data: domingo (03/10), das 8h30 às 11h45
Inscrições: https://www.eventosinc.com.br/evento-inscricao.php?evento=44
Gratuito
Sobre o Hospital INC
O Instituto de Neurologia de Curitiba (INC) é uma instituição hospitalar referência no atendimento de pacientes neurocirúrgicos, neurológicos e cardiológicos de alta complexidade. Possui o centro neurocirúrgico mais tecnológico do Brasil, é pioneiro na América Latina em obter tecnologias como GammaKnife – cirurgia cerebral sem corte – e o primeiro a utilizar a ressonância magnética intraoperatória no país. Seu corpo clínico é composto por mais de 300 profissionais responsáveis pelo atendimento a pacientes de todo o Brasil e de diversos países da América Latina em neurologia, neurocirurgia, cardiologia e cirurgia cardíaca, além de oncologia, otorrinolaringologia, dermatologia, cirurgia digestiva, ortopedia, dentre outras.