Implantes inteligentes podem ser o futuro das próteses de joelho

Implantes inteligentes podem ser o futuro das próteses de joelhoA evolução da tecnologia e a ‘Internet das Coisas’ prometem um novo salto nos cuidados de saúde em um futuro próximo. Lançada neste ano nos Estados Unidos, a prótese inteligente de joelho promete coletar e transmitir informações sobre indicadores da função do joelho permitindo o monitoramento remoto dos pacientes no pós-operatório.

Segundo o médico ortopedista, Dr. Rogério Fuchs, especialista em cirurgia do joelho com mais de 35 anos de experiência e uma das referências nacionais na área, a prótese é um avanço tecnológico importante para a ortopedia e para o tratamento de pacientes com artrose no joelho.

“A prótese contém um dispositivo que controla os movimentos do paciente, a função do joelho e os possíveis problemas que podem acontecer e as informações são transmitidas para um computador. Esse dispositivo funciona à bateria com duração de 10 anos ou mais, tempo suficiente para saber sobre o estado da prótese. Realmente é um avanço significante em nossa área de prótese de joelho”, explica o cirurgião.

A nova tecnologia foi aprovada para uso nos Estados Unidos em agosto pela Food and Drug Administration (FDA) – o equivalente à Anvisa no Brasil – e a primeira cirurgia foi realizada em outubro no Hospital for Special Surgery (HSS) em Nova York.

Conhecido como ‘Persona IQ’, a prótese registra e transmite sem fio dados de marcha e outras informações para uma estação, do tamanho de um modem, que se conecta a uma tomada na casa do paciente. Os dados são então enviados com segurança para uma plataforma baseada em nuvem, onde o cirurgião pode revisá-los e verificar o progresso e a recuperação do paciente.

“O monitoramento remoto pode mostrar algum problema já no pós-operatório imediato.

Isso pode levar a uma avaliação mais detalhada e decidir se precisamos agir de alguma maneira e até mudar algo na fase de reabilitação do paciente”, afirma o especialista.

Contudo, Dr. Rogério Fuchs explica que a chegada da tecnologia no Brasil ainda é incerta e sua eficiência só se provará com novos estudos.

“Não sabemos quando chegará ao Brasil, tendo em vista que isso terá um custo muito maior, mas só saberemos sobre a eficiência destes implantes após análises e trabalhos que serão desenvolvidos no futuro”, diz Rogério Fuchs.

Artrose causa graves impactos na qualidade de vida

Implantes inteligentes podem ser o futuro das próteses de joelho
 Imagem ilustrativa da artrose de joelho │ Foto: Divulgação

Um estudo recente apontou que 35% dos pacientes com artrose e que aguardavam para realizar cirurgia de artroplastia total do joelho (ATJ) e 22,3% dos que aguardavam por uma artroplastia total do quadril (ATQ) tiveram a sua qualidade de vida avaliada como “pior que a morte”. O detalhe é que o número de pacientes neste quadro quase dobrou durante a pandemia da COVID-19.

Ao todo foram avaliados 843 pacientes, em dez centros do Reino Unido entre os meses de agosto e setembro de 2020. Eles preencheram o questionário EuroQol de cinco dimensões (EQ-5D) — multiatributo de saúde geral e amplamente utilizado — onde um resultado inferior a zero define um estado “pior que a morte”. Com isso, 680 desses mais de 800 pacientes sentiram que sua qualidade de vida piorou durante a espera.

No Brasil, artrose está incluída entre os Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT) e são as doenças que mais afetam os trabalhadores. Em um estudo realizado pelo Ministério da Saúde em 2018 foi revelado que, na última década, mais de 67 mil casos foram reportados como fator prejudicial em pessoas das mais variadas profissões, entre elas, trabalhadores de linha de montagem, atletas, músicos e pessoas que realizam trabalhos manuais.

O ortopedista e especialista em cirurgia do quadril, Thiago Fuchs, alerta para o fato que a artrose do quadril afeta não só os idosos, mas também atinge jovens.

“As causas da artrose do quadril na população mais jovem abaixo dos 60 anos, incluem desde sequelas das doenças de infância, o impacto femoroacetabular, a osteonecrose, doenças reumáticas, até os traumas de alta energia ou mesmo as quedas da própria altura. Todas elas podem estar relacionadas ao desenvolvimento da doença”, alerta o médico ortopedista especialista em cirurgia do quadril e joelho, Dr. Thiago Fuchs.