Como explicar a guerra às crianças

Psicóloga orienta tratar o assunto de forma coerente com a idade e perfil de cada criança

O mundo todo tem acompanhado em tempo real, desde o último mês, a invasão russa à Ucrânia, os seus desdobramentos. O tema está marcando forte presença nos telejornais e na internet e ninguém escapa do grande fluxo de informações envolvendo a guerra.

Após tratarmos de um assunto sério como a pandemia da covid-19, agora nos vemos em uma nova realidade marcada por esse conflito que pode desencadear diversas consequências para o mundo.

A questão da guerra está sendo amplamente abordada, o que gera curiosidade nas crianças. Porém, como falar sobre guerra com os pequenos?

Segundo a psicóloga do Colégio Stella Maris, unidade Juvevê, Débora Gasparello “é necessário ter em mente a idade da criança para que as informações oferecidas a ela sejam apropriadas e estejam de acordo com sua capacidade de compreensão. O ponto principal é escutá-la e colocar-se à disposição para apoiá-la e tratar do assunto quando ela quiser”, explica.

Além disto, é necessário perceber o quanto a criança já sabe sobre o assunto e esteja disponível para conversar de forma sincera e objetiva. Perguntar sobre o que deseja saber é uma forma de não a sobrecarregá-la com informações. Caso ela não queira mais falar sobre o assunto, respeite essa vontade.  Ouça com atenção todas as dúvidas, medos e inseguranças expressadas pela criança. Não diminua suas emoções e leve a sério o diálogo. Apesar de ser um assunto difícil de abordar e encontrar respostas, é importante ouvir tudo o que ela tem a dizer, pois pode demonstrar angústia de que a guerra irá atingi-la de alguma forma. Todos os sentimentos devem ser acolhidos”, aconselha Débora.

Uma criança tende a sincronizar seu sentimento de segurança com um adulto significativo. Fique atento às formas que você demonstra suas emoções e verbalizações com relação ao tema, pois isso pode afetá-la diretamente.  Ajudar a criança a encontrar pistas na realidade dela que façam com que se sinta segura com relação ao ambiente de guerra que ocorre num local distante pode ser fundamental. Isso pode ser feito sem deixar para trás a empatia com quem vive a guerra de perto.

Outro ponto importante é envolver as crianças em ações de apoio, como campanhas de doação para refugiados, pois isto faz com que elas se sintam menos angustiadas e mais comprometidas. A noção de esperança pode ser estimulada ao conversar sobre outras guerras que ocorreram e já acabaram, ressaltando que conflitos podem e devem ser solucionados sem o uso da força e da violência.

Como funciona na sala de aula?

A escola também tem um papel importante. O momento deve ser aproveitado para a abertura de debates, rodas de conversa e espaços de reflexão. Dessa forma, cada aluno pode dar a sua contribuição e praticar o diálogo. Geralmente, assuntos como esse são mais tratados nas disciplinas de história e geografia, mas também é possível abrir discussões que não estejam diretamente ligadas às matérias.  Também é preciso ter cuidado com a polarização e evitar a visão de bem x mal. Abordar o acontecimento como um todo e abranger os dois lados da situação é fundamental.

SOBRE O COLÉGIO STELLA MARIS

Com mais de 55 anos de dedicação à educação e formação integral de seus alunos, o Colégio Stella Maris está entre as grandes referências de ensino em Curitiba e, atualmente, conta com três unidades nos bairros Água Verde, Juvevê e Xaxim. Fundado em 1963, o Colégio segue as premissas de ensino forte e personalizado, baseando a educação nos valores que primam pela família e pelo bom convívio social. O Colégio Stella Maris atingiu resultados pedagógicos expressivos ao longo dos anos, sendo reconhecido, em 2020, como a segunda escola com maior eficiência digital, dentre 34 escolas no Brasil. Buscando sempre adotar as mais modernas tendências pedagógicas, o Colégio e seus professores são conhecidos pela dedicação e a atenção individual ao aluno.