240 mil novos casos por ano de insuficiência cardíaca surgem no Brasil e novos tratamentos serão discutidos em Congresso da SOCESP

Por ser uma doença grave, que afeta mais de 23 milhões de pessoas no mundo, cerca de 2 milhões no Brasil e uma das principais causas de morte no país, o estudo da Insuficiência Cardíaca (IC) é uma das prioridades da cardiologia. Para se ter uma ideia, a sobrevida, após cinco anos de diagnóstico, pode ser de apenas 35%, chegando a 17,4% no caso de pacientes com 85 anos ou mais. Além disso, estima-se que até 80% dos homens e 70% das mulheres morram em até oito anos e que surjam 240 mil novos casos por ano da doença no país.

Para trazer à tona inovações em tratamentos, discutir diagnósticos e novas diretrizes, o 42º Congresso da SOCESP – Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo abrirá espaço para uma mesa redonda sobre os Novos Conceitos na Insuficiência Cardíaca. O evento acontece nos dias 16, 17 e 18 de junho, no Transamerica Expo Center, em São Paulo.

Entre os temas que serão debatidos, os efeitos nocivos do tabagismo e a cardiopatia séptica, aquela causada por agente externo. “Nos últimos anos ficou claro que o tabagismo pode induzir remodelação ventricular e disfunção cardíaca. Esses efeitos seriam adicionais àqueles prejudiciais já bem conhecidos provocados pelo cigarro”, alerta o médico e coordenador da mesa de debate, Leonardo Antonio Mamede Zornoff. “Já a cardiopatia séptica ainda é pouco estudada e há evidências recentes de que a disfunção cardíaca pode ser bastante prolongada mesmo após a resolução da infecção, o que acarretaria em implicações terapêuticas.” Zornoff ainda ressalta que existem fármacos se apresentando como alternativas viáveis. “As gliflozinas, classe de medicamentos originalmente usada para diabetes, são, atualmente, indicadas de rotina no tratamento da insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida, devido a novos mecanismos que serão discutidos nessa oportunidade.”

Histórico
A função cardíaca é mensurada quantitativamente por meio de um critério chamado fração de ejeção e a IC pode ocorrer com fração de ejeção preservada ou reduzida. No tratamento da insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida existem, há décadas, medicamentos que trazem melhora da qualidade de vida e reduzem internações e morte. Os primeiros com estes benefícios foram os inibidores da enzima conversora da angiotensina, bloqueadores dos receptores da angiotensina II e betabloqueadores, que reduziram em 19 a 31% eventos e morte.

Já nos últimos cinco anos somou-se a este procedimento padrão, a associação dos inibidores dos receptores da angiotensina a uma nova classe, os inibidores da neprilisina. O resultado, apontado em estudos, foi a redução em 16% da mortalidade por qualquer causa, 20% na redução da morte cardiovascular e de 21% menos casos de hospitalização por IC.

Serviço:
42º Congresso de Cardiologia da SOCESP
Data do evento: 16 a 18 de junho 2022
Local: Transamerica Expo Center, São Paulo/SP
Informações: http://socesp2022.socesp.org.br/