Terapia de reposição hormonal no contexto da vida atual

Com o aumento da sobrevida do ser humano, o envelhecimento e os respectivos efeitos desse processo no organismo humano vêm ganhando atenção em diversas áreas da Medicina, especialmente na Ginecologia.
Tomando por base a saúde da mulher, o ponto central dessa transição, ou seja, do envelhecimento, se dá a partir da falência ovariana. Em outras palavras, ela marca a passagem da vida reprodutiva para a menopausa da mulher. Esse período provoca mudanças no corpo feminino que vão desde a alterações emocionais, como ansiedade, insônia, irritabilidade e depressão, entre outras variações do humor, passando por ondas de calor, suores noturnos, perda de interesse sexual, bem como a predisposição a doenças crônicas.
Dentro desse quadro, a Terapia de Reposição Hormonal (TRH) surge como uma opção terapêutica para essas pacientes terem uma melhor qualidade de vida ao entrarem e passarem por esse período.
Para o Dr. Walter Pace, Professor de Ginecologia da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais, “antes de abordarmos o tema, precisamos, primeiro, entender o conceito da palavra hormônio”.
Segundo o dicionário Houaiss, ‘hormônio é uma molécula produzida por glândulas endócrinas ou células especializadas e secretada em pequenas quantidades na corrente sanguínea, exercendo um efeito fisiológico específico sobre uma ou mais partes do corpo’, ou seja, “hormônios são substâncias produzidas pelo nosso próprio organismo e não são remédios”, explica o ginecologista que é também diretor do Pace Hospital de Belo Horizonte/Minas Gerais, e ginecologista do Centro de Endometriose Santa Joana de São Paulo, ao ressaltar que, “assim, como o nosso corpo tem uma vida útil determinada, isto acontece também com os ovários e os hormônios produzidos por ele. Dessa forma é natural que, com os anos, haja uma queda na produção dessas substâncias. Isso acontece quando a mulher entra no climatério/menopausa, fase da vida em que os ovários deixam de ser aptos a produzirem adequadamente os hormônios esteroides, como, o estrogênio e a testosterona, que desempenham importantes papéis no organismo humano”.
Nesse sentido, além de não poder mais engravidar, a mulher passa a apresentar sintomas característicos que estão intimamente ligados à queda desses hormônios, como onda de calor, mal-estar, irritabilidade, baixa da libido, perda da vitalidade da pele, de cabelo, unha e secura vaginal, entre outras alterações. No entanto, afirma Pace, “é possível devolver à mulher esses atributos naturais e possibilitar que os sintomas gerados por essa nova situação melhorem”.
Como conseguir isso? De acordo com Walter Pace, “por meio da terapia hormonal, um tratamento ideal que visa repor os hormônios que a mulher deixa de produzir depois da falência ovariana estabelecida com a menopausa”. Esse tratamento pode ser feito de várias formas. Atualmente têm sido empregados os hormônios isoidênticos àqueles produzidos pelo organismo feminino por via periférica (subcutâneo, pele etc.) e os implantes hormonais são uma ótima alternativa. Essa ação faz com que os sintomas causados pela falta dessas substâncias sejam tratados. Assim, concluindo, ressalta, “o tratamento é personalizado, ou seja, individualizado, e deve ser ministrado e acompanhado por especialista”.