Novidades da vacina contra o HPV

Recentemente, o Grupo Consultivo Estratégico de Peritos em Imunização da Organização Mundial da Saúde (OMS – SAGE) divulgou que apenas uma única dose da vacina contra o papilomavírus humano (HPV), vírus que causa o câncer do colo do útero, é eficaz para a prevenção de 70% desse tipo de tumor feminino, fornecendo eficácia comparável à utilização de duas ou três doses.  

A OMS aponta que o câncer do colo do útero afeta mais de 500 mil mulheres por ano no mundo. No Brasil, ele é o quarto tipo mais comum entre as mulheres. Até o momento, são conhecidos mais de cem tipos diferentes do vírus, sendo o HPV 16 e 18 os responsáveis por até 70% dos casos de colo uterino. O tipo 16 é conhecido como sendo de alta probabilidade de se desenvolver a doença – cerca de 400 vezes. Já o tipo 18 é considerado provável alto risco, com probabilidade de 50 vezes de se ter a doença. 

A rádio-oncologista Paula Soares, do Oncoville, explica que o HPV, transmitido por meio de relações sexuais, pode ou não evoluir para o câncer, porém, em sua maioria, os casos de câncer do colo do útero resultam de infecção genital causada pelo HPV. “A vacina do HPV entra como uma das protagonistas e uma poderosa aliada contra o principal fator causal, o papilomavírus. Preventivas, as vacinas têm como função principal evitar a infecção pelos tipos de HPV nelas contidos. O exame papanicolau também é um forte aliado como exame de rastreamento para detecção precoce do câncer de colo do útero e visa detectar lesões precursoras e fazer o diagnóstico da doença, sendo recomendado a todas as mulheres que já iniciaram atividade sexual.”  

Desde 2014, o programa de vacinação brasileiro oferece a vacina para meninas de 9 a 15 anos e para meninos de 11 a 14 anos nos postos de saúde. Para o grupo da OMS, as campanhas de vacinação devem atualizar os esquemas de dose para HPV. O formato ideal indicado pela OMS é: uma ou duas doses de imunização primária para as meninas de 9 a 14 anos, uma ou duas doses para mulheres jovens entre 15 a 20 anos e duas doses com intervalo de 6 meses para as mulheres acima dos 21 anos. “Cada vez mais a ciência evolui para trazer novas alternativas para a prevenção de diversas doenças. É fundamental a população ter consciência da importância da vacinação contra o HPV”, destaca Paula Soares.