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Como planejar seus investimentos para 2023

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Consultor de investimentos dá dicas para diversificar a carteira e surfar na onda do que pode estar em alta no novo ano

2023 promete ser um ano desafiador, principalmente quando falamos de investimentos, mas o futuro, apesar de incerto, pode contar com algumas previsões. Pensando no cenário interno, o país terá em 2023 alguns desafios com relação a manter a inflação controlada, estimular o crescimento do PIB e cuidar das contas públicas. Já no cenário internacional, muitas incertezas com relação a uma possível recessão nos Estados Unidos e na Europa tem deixado os investidores atentos.

Segundo o sócio fundador da Valore Elbrus, Anderson Peres, qualquer previsão sobre as condições internas pode sofrer mudanças, porém dado o histórico do futuro presidente e das políticas e programas anunciados, é possível prever alguns cenários favoráveis aos investidores. “O Brasil hoje está numa boa posição com relação ao resto do mundo, se levarmos em consideração o nível da taxa de juros e a inflação que vem caindo, um cenário que deve se manter estável por algum tempo. Porém, ainda temos incertezas no âmbito fiscal que poderá trazer volatilidade ao mercado e com isso, algumas oportunidades de ativos, dentro de classes diferentes, se mostram atrativas”, explica.

Renda fixa

Anderson explica que nos próximos anos é possível que tenhamos medidas fiscais expansionistas, que por um lado ajudam alguns setores, mas que por outro podem trazer pressão inflacionárias ocasionando volatilidade nas taxas de DI’s (juros futuros) – por conta da imprevisibilidade que tais medidas trarão ao longo tempo. O panorama fiscal também pode sofrer uma deterioração, já que o teto de gasto pode vir a ficar mais flexível para atender aos programas do governo eleito. Com isso há um aumento nos spreads dos títulos de renda fixa prefixados e atrelados à inflação. “Com esse cenário podemos esperar a manutenção da taxa de juros em níveis mais elevados por mais tempo, sendo assim, é possível prever, neste primeiro momento, que os títulos pós-fixados de curto prazo (1 a 3 anos) possam ser mais atraentes do que os prefixados e atrelados à inflação, já que eles tendem a se beneficiar de um patamar mais elevado de CDI, enquanto os demais podem vir a passar por um aumento nos spreads ao longo dos meses. Ainda nesse cenário, títulos atrelados ao IPCA, com prazos um pouco maiores, entre 2 e 5 anos, também podem ter um bom desempenho, sendo um ótimo hedge para caso a inflação tenha um aumento, já que estamos vendo uma política mais expansionista e isso poderá acarretar pressões inflacionárias”, explica.

Renda Variável

Para o especialista o investimento em ações também pode apresentar boas oportunidades no longo prazo, uma vez que o mercado de ações brasileiro segue em situação privilegiada melhor em relação ao mercado internacional, porém é importante avaliar o cenário externo com atenção e uma possível recessão global, algo que certamente será prejudicial para a renda variável. “Com um cenário político internamente mais estável é possível prever quais setores devem desacelerar e quais devem acelerar, sendo que nesse caso (aceleração), é possível prever um investimento maior nas companhias domésticas, que podem passar a ter uma performance interessante. O investimento em empresas de consumo não-cíclicos, também devem ter uma boa performance, assim como em empresas que atendem as classes mais baixas, já que há uma previsão de maior gasto dessa fatia da sociedade, visto a expectativa de maior disponibilidade de renda”, afirma Anderson.

Nesse panorama, há também a expectativa de um aumento no setor de construção civil, especialmente para as construtoras que têm como nicho os imóveis direcionados ao segmento de baixa renda e das que atendem aos critérios governamentais dos programas de moradias. “O setor de educação também pode voltar a ter uma boa performance, principalmente nos modelos presenciais, embora o sistema EAD também possa apresentar crescimento, visto as mudanças comportamentais pós pandemia”, explica o consultor.

FIIs

Os Fundos Imobiliários (FIIs) também podem ser boas opções, a depender do segmento. “Fundos de Tijolo vêm se recuperando da pandemia e estão negociando seus títulos a preços atraentes. A tendência de políticas de distribuição de renda prevista para 2023 também pode estimular o crédito e desta forma o segmento de shopping centers pode apresentar uma boa performance, assim como Fundos de recebíveis concentrados no CDI e Fundos de curto/médio prazo de CRI, que investem em títulos atrelados à inflação”, finaliza.

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