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Mudanças no mercado de trabalho com ChatGPT

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Mudanças no mercado de trabalho com ChatGPT
Crédito: Envato

Áreas de suporte técnico e administrativas estão entre as mais ameaçadas pela tecnologia, alerta especialista

A ferramenta virtual ChatGPT, que opera com inteligência artificial, tem chamado a atenção. Capaz de realizar conversas extremamente realistas com os usuários, o programa utiliza algoritmos para analisar uma grande quantidade de dados disponíveis na internet e, a partir deles, gera respostas para as perguntas que lhe são feitas. Por ser capaz de compreender perguntas, comparar informações e sintetizá-las, produzindo respostas em linguagem humana e de maneira muito fluida, a nova ferramenta tem tirado o sono de profissionais de diferentes áreas.

“Não se pode desprezar que a novidade anuncia mudanças significativas no mundo do trabalho já no curto prazo. Isso vai ocorrer porque, com a capacidade de responder perguntas e realizar tarefas de maneira autônoma, muitas funções que atualmente são realizadas por humanos podem ser otimizadas ou completamente substituídas pela tecnologia. Desse modo, quanto menos especializado e mais repetitivo for o trabalho, maior a chance da atividade ser rapidamente extinta”, destaca o doutor em Administração e coordenador do programa de mestrado e doutorado em Administração da Universidade Positivo (UP), Luiz Gustavo Alves de Lara.

Algumas áreas de suporte técnico e tarefas administrativas estão entre as mais ameaçadas com a vinda da inteligência artificial com interface de uso simples e intuitiva como o ChatGPT. “No entanto, isso não para em tarefas rotineiras, pois profissionais de áreas como Marketing, Relações Públicas e Jornalismo devem estar cientes de que a tecnologia pode ser utilizada para gerar conteúdo mais facilmente e com mais velocidade, o que pode impactar na demanda por esses profissionais”, opina.

Além delas, a produção de conteúdo didático, como livros ou questionários de avaliação, deve ser atingida, diminuindo significativamente a demanda de atuação profissional e abrindo oportunidades para quem conseguir construir práticas a partir da tecnologia e levar o ensino e a aprendizagem a outro patamar de interação. “O ensino escolar e universitário deverá deixar, definitivamente, de ser operado na lógica de transmissão de conteúdo com avaliação para uma forma de aprender que é relacional e tem foco em utilizar o conteúdo disponível para criar soluções para demandas do nosso tempo, enfrentando melhor as contradições da sociedade, em especial na construção de um futuro efetivamente sustentável”, afirma de Lara.

A ferramenta já foi usada até mesmo na área do Direito. Na Colômbia, um juiz resolveu um caso sobre o direito à saúde de uma criança autista com a ajuda do ChatGPT, algo inédito no país. Sendo testado a todo o momento, grandes empresas de tecnologia fizeram uma série de perguntas ao ChatGPT e, com base nas respostas, chegaram à conclusão que a inteligência artificial poderia ser contratada como engenheiro nível três, com salário anual bruto de R$ 942.779,40.

No entanto, o professor ressalta que a inteligência humana ainda é insubstituível por ser capaz de ser criativa. “Devemos entender o ChatGPT e outras ferramentas que surgirão na sequência como expressões da eficiência da técnica, mas que, ao menos por enquanto, não substituem a capacidade de pensar criticamente, ter empatia e estabelecer uma relação com o outro”, explica.

E o uso de inteligência artificial deve seguir crescendo. “O Google planeja lançar uma nova ferramenta para enriquecer os recursos de pesquisa da plataforma. As mudanças devem ser disponibilizadas gradualmente, sendo semelhantes ao LaMDA, modelo já desenvolvido pelo Google”, afirma o especialista.

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