Estilo de vida é a principal ferramenta na prevenção do diabetes tipo 2
- Editor Paranashop
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Endocrinologista do Hospital Orizonti detalha os seis pilares da medicina do estilo de vida que podem evitar a evolução da doença e comenta sobre os avanços tecnológicos no tratamento

O Brasil é o sexto país no mundo em número de pessoas com diabetes, com mais de 15,7 milhões de adultos vivendo com a condição, segundo os dados mais recentes do Atlas da Federação Internacional de Diabetes (IDF). Às vésperas do Dia Mundial do Diabetes, celebrado em 14 de novembro, especialistas reforçam que a chave para frear o avanço da doença está na prevenção e na adoção de hábitos saudáveis, capazes inclusive de reverter o quadro de pré-diabetes, condição que já afeta milhões de brasileiros.
O pré-diabetes é um sinal de alerta do corpo. Caracteriza-se por níveis de glicose no sangue acima do normal, mas ainda abaixo dos valores diagnósticos de diabetes, com glicemia de jejum entre 100 e 125 mg/dL e hemoglobina glicada entre 5,7% e 6,4%.
Segundo a médica endocrinologista Marina Costa, esse é um momento decisivo para agir. O pré-diabetes representa uma oportunidade de mudança, em que ajustes no estilo de vida podem prevenir ou retardar a evolução para o diabetes tipo 2.
“O pré-diabetes é o momento de mudança de hábitos de vida, uma fase em que o paciente tem a oportunidade de evitar a progressão para o diabetes. Com ajustes na rotina, é possível melhorar a qualidade de vida e prevenir o desenvolvimento da doença”, afirma a especialista.
Ela explica que, embora o diabetes tipo 2 tenha um forte componente genético, o estilo de vida é o fator determinante para que a doença se manifeste.
“Alguns estudos mostram que há um atraso de três a seis anos entre o início da doença e o diagnóstico do diabetes tipo 2. Por isso, é fundamental que o diagnóstico seja feito o mais precocemente possível. Devemos estar atentos ao pré-diabetes e ao seu potencial de progressão para o diabetes tipo 2”, reforça.
“Se você praticar atividade física, adotar uma alimentação saudável com foco na redução do peso corporal em casos de sobrepeso ou obesidade, realizar exames regularmente e manter a atenção à sua saúde, é possível evitar que uma predisposição genética evolua para o diabetes ao longo da vida”, complementa a médica.
Os 6 pilares da prevenção
A endocrinologista destaca que, no último Congresso da Sociedade Brasileira de Diabetes, realizado no Rio de Janeiro, em outubro deste ano, foram reforçados os pilares da medicina do estilo de vida no tratamento e prevenção do diabetes e do pré-diabetes:
Alimentação Saudável: Priorizar uma alimentação equilibrada e reduzir o consumo de ultraprocessados.
Atividade Física Regular: A prática regular de exercícios melhora a sensibilidade à insulina e aumenta a captação de glicose pelo tecido muscular, contribuindo para melhor controle da glicemia.
Sono Restaurador: Sono de má qualidade, caracterizado por baixa eficiência, fragmentação, variabilidade na duração ou latência aumentada, está relacionado a maior variabilidade glicêmica e aumento da resistência à insulina. Por isso é importante garantir um sono de qualidade, que promova descanso real do corpo e da mente.
Manejo do Estresse: O estresse crônico impacta negativamente os hormônios e a glicemia.
Relações Interpessoais: Manter laços sociais e familiares saudáveis é essencial para o bem-estar mental, que influencia diretamente a saúde física.
Evitar Substâncias Nocivas: Abster-se do cigarro e do consumo excessivo de álcool.
Sobre a alimentação e a atividade física, a médica dá dicas práticas:
“O exercício físico potencializa a captação de glicose pelo músculo e isso ajuda a reduzir os níveis de açúcar no sangue. Já na alimentação, é importante adotar estratégias que diminuam o impacto glicêmico, como combinar carboidratos com fibras solúveis e proteínas ou consumir vegetais antes dos carboidratos”, explica.
Sinais de alerta e avanços no tratamento
Os sintomas clássicos do diabetes incluem sede excessiva, aumento da frequência urinária, fome constante e perda de peso inexplicada. No entanto, há sinais mais sutis, como cansaço extremo, visão turva e manchas escurecidas em áreas de dobras, como pescoço e axilas, conhecidas como acantose nigricans, que indicam resistência à insulina e não devem ser ignorados.
Para os pacientes que já receberam o diagnóstico, a endocrinologista traz uma mensagem de esperança, ressaltando os avanços contínuos nos tratamentos.
“A tecnologia está avançando rapidamente. Há novas opções de insulina com aplicação semanal, bombas de insulina cada vez mais modernas e também medicamentos antiobesidade muito potentes, que são aliados no tratamento do diabetes e da obesidade. O tratamento só tende a melhorar”, conclui a médica.
Sobre o Hospital Orizonti
O Hospital Orizonti faz parte do Grupo Orizonti, fundado pelos médicos Amândio Soares Fernandes Júnior e Roberto Porto Fonseca – tendo como sócios os doutores Ernane Bronzatti e Marcelo Guimarães, conta com mais de 250 leitos, centro cirúrgico completo, além de centro de medicina nuclear e de diagnóstico por imagem, centro de transplante de medula óssea (TMO) e radioterapia. São mais de 55 especialidades disponíveis, entre elas neurologia, oncologia, ortopedia e cardiologia. O edifício bioclimático possui jardins internos e um dos maiores telhados verdes da América Latina – mais de 7 mil metros quadrados. Cercado pelas montanhas da Serra do Curral, integrado ao meio ambiente, tem vista panorâmica para Belo Horizonte (MG).