Tendo como um dos fatores de risco não-modificável o aumento da idade, o Acidente Vascular Cerebral (AVC) é segunda causa mais comum de morte no mundo3-4, além de figurar como a principal causa de incapacidade física globalmente5. Mas, o que poucos sabem é que, cada vez mais, a doença também está acometendo jovens: segundo dados do Ministério da Saúde, foram registradas aproximadamente 27 mil internações no SUS6 por AVC na faixa etária de 15 a 39 anos, entre 2014 e abril de 2017.
Já o Sistema de Informações sobre Mortalidade – SIM, também pertencente ao órgão, informou que 3.3656 pacientes de 15 a 39 anos morreram devido à doença entre 2010 e 2015. O Dr. Octávio Marques Pontes Neto, neurologista e presidente da Sociedade Brasileira de Doenças Cerebrovasculares (SBDCV), explica que o controle inadequado e a soma dos fatores de risco modificáveis, tais como hipertensão arterial, diabetes, enxaqueca, estresse, ingestão excessiva de bebidas alcóolicas, tabagismo, sedentarismo e obesidade, podem ser os principais motivos para justificar os números. Ademais, destaca entre os fatores de risco o uso crescente de esteroides anabolizantes entre os jovens, além do uso de anticoncepcionais conjugados entre as mulheres.
“O AVC é mais comum a partir dos 50 anos, além da incidência dobrar a cada década a partir dessa idade. Mas o cuidado e a prevenção devem ser feitos desde a infância, pois o acidente vascular cerebral pode acontecer em qualquer idade, deixando sequelas graves e até mesmo incapacitantes para o resto da vida, como dificuldades de linguagem, movimentação, visuais, cognitivas, de memória e até de comportamento”, afirma o especialista.
Como o AVC acontece?
85%7 dos casos de AVC ocorrem na forma isquêmica, ou seja, quando há a obstrução em um vaso sanguíneo que fornece sangue ao cérebro, bloqueando a passagem de oxigênio para os neurônios. Assim, a cada minuto que se passa, um paciente não tratado perde, aproximadamente, 1.9 milhão deles8. Já os outros 15% são referentes à forma hemorrágica, que ocorre quando há o rompimento de um vaso sanguíneo no cérebro, causando sangramento e aumento da pressão no crânio. Portanto, a urgência no atendimento ao paciente se torna fundamental: quanto mais tempo se perde, mais o cérebro é impactado.
“Tempo é cérebro”
“O AVC é uma emergência médica. Em analogia, é como se um incêndio consumisse o tecido cerebral. Assim, tempo perdido é cérebro perdido”, explica o neurologista. A recomendação do médico é ligar para o SAMU (192), assim que os sintomas, como assimetria facial, fraqueza de um lado do corpo, fala enrolada e dificuldade de movimentação, forem identificados, pois o paciente será encaminhado para uma unidade especializada.
A fim de conscientizar a população sobre essa ideia, foi criada pela Rede Brasil AVC e pela Sociedade Brasileira de Doenças Cerebrovasculares, com o apoio da Boehringer Ingelheim, a campanha “A Vida Conta – Cada minuto faz diferença”. A iniciativa está acontecendo na fanpage da Rede Brasil AVC no Facebook, com materiais educativos sobre a doença.
“Por fim, vale ressaltar que há tratamento. Para o caso do AVC isquêmico, o mais comum, existe o medicamento trombolítico, utilizado para restaurar o fluxo sanguíneo do vaso entupido, podendo ser aplicado em até 4h30 após o início dos sintomas no hospital capacitado, com boas chances de reversão do quadro do paciente”, pontua o Dr. Octávio. Já para o AVC hemorrágico, a depender do tamanho da lesão e de sua localização, o tratamento pode ser feito pela administração de medicamentos ou por procedimento cirúrgico.
Referências
- Mansur Ade P1, Favaratto D1. Trends in Mortality Rate from Cardiovascular Disease in Brazil, 1980-2012. Arq Bras Cardiol. 2016 Jul;107 (1) 20-5. Doi:105935/abc.20160077.Epub2016 May 24.
- Lozano R, et al. Lancet 2012;380:2095-2128.
- Hankey G. Lancet 2013;1:e239-e240.
- Feigin et al 2015-2016.
- Dados enviados pelo Ministério da Saúde.
- Sociedade Brasileira de Doenças Cerebrovasculares. Acidente Vascular Cerebral. Disponível em <http://sbdcv.org.br/publica_avc.asp>
- Saver J. Stroke 2006;37:263-266.
- Lessa I. Epidemiologia das doenças cerebrovasculares no Brasil. Ver. Soc. Cardiol. Estado de São Paulo. 1999; 4. 509-18.
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