Um dos quatro principais pilares dos debates que ocorrerão no Smart City Expo Curitiba 2018, em 28 de fevereiro e 1º de março, é o segmento de tecnologias disruptivas, que vem transformando as cidades em polos cada vez mais conectados, com o objetivo de facilitar e melhorar a vida dos moradores.
O evento, que trará a Curitiba especialistas do mundo inteiro, discutirá como cidades que adotam inovações utilizam recursos de inteligência artificial, internet das coisas, big data, robótica e aplicativos móveis para oferecer serviços mais eficientes e sustentáveis que trazem qualidade de vida aos cidadãos e são capazes de solucionar alguns dos principais problemas urbanos. As novas tecnologias apresentam dispositivos mais conectados por meio da internet das coisas e são enriquecidas com sistemas de “deep learning”, que permitem que as máquinas adquiram um conhecimento complexo para as operações digitais muito além de algoritmos matemáticos e estatísticas.
O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), em relatório sobre smart cities, aponta que estão entre os pilares tecnológicos básicos de uma cidade inteligente a infraestrutura de conectividade, sensores e dispositivos conectados, centros integrados de operação e as interfaces de comunicação.
A conectividade de alta velocidade fixa ou móvel por meio de cabos, fibra óptica e conexão sem-fio (Wi-Fi, rádio, 3G, 4G e em breve o 5G) são a base para a instalação de sensores, câmeras e dispositivos conectados a uma grande rede de dados que permitem que os cidadãos recebam informações úteis e demandem serviços essenciais. “Já é possível controlar o uso de água e de energia, realizar a coleta e reciclagem de lixo de maneira mais eficiente, melhorar o trânsito e planejar a segurança pública”, exemplifica André Telles, diretor de marketing do iCities, empresa que lidera a organização do Smart City Expo Curitiba 2018.
Nesses casos, a população fica conectada por meio de suas interfaces de comunicação (redes sociais, portais web e aplicativos móveis) e todo o sistema é monitorado por meio de centros integrados de comando e controle, que recebem dados, imagens e informações e verificam o bom funcionamento de todas as operações, além de planejar uma gestão com modelo unificado e participativo.
Um exemplo de cidade que se destacou no uso de tecnologias inovadoras é Dubai, que recebeu o prêmio de cidade inteligente no Smart City Expo World Congress em 2017. O governo local está utilizando a “blockchain” para registrar e processar todos os documentos e transações imobiliárias até 2020. A “blockchain” é um sistema de registros que garante a segurança de operações virtuais e se tornou conhecido principalmente por validar as operações com criptomoedas em todo o mundo.
Em Singapura, a reunião de dados de pacientes com histórico de internações nos últimos seis meses possibilitou que os médicos atendessem os doentes em casa, poupando a utilização de diárias em hospitais. Já Barcelona desenvolveu lixeiras inteligentes que avisam a prefeitura quando estão com 70% de sua capacidade esgotada, além de semáforos inteligentes que oferecem informações úteis para controle do trânsito.
Quem também apresenta tecnologias inovadoras para a construção de uma smart city é o projeto Santiago Smart City, localizado no centro empresarial da cidade de Huechuraba, região metropolitana da capital chilena. O gerente do projeto, Pedro Vidal, será um dos palestrantes do evento em Curitiba.
Entre os diferenciais está a utilização de um sistema de gestão remoto que permite apagar, acender e mudar a intensidade de cada luminária da cidade de maneira individual de acordo com o horário, clima ou época do ano. A cidade conta ainda com um sistema de videomonitoramento com câmeras Full HD, análise de vídeo integrada e sistema de alerta audiovisual. Além disso, os habitantes do projeto chileno possuem à disposição wi-fi gratuito em alguns pontos.
Seguindo os passos apontados pelo BID para a construção de uma cidade inteligente, todo o sistema conta com uma rede automatizada que transfere todas as informações disponíveis para um centro de controle. Por meio de quatro alimentadores que atendem a seções específicas da cidade, é possível identificar e corrigir qualquer falha em serviços essenciais rapidamente, sem que isso afete a população.
Curitiba também está representada como uma cidade que possui tecnologias inovadoras para a população. O aplicativo Saúde Já, por exemplo, permite agendar consultas na rede pública de saúde por meio do celular a fim de evitar filas em hospitais. Além disso, a Prefeitura também oferece os espaços dos Faróis do Saber e da Inovação que possui espaços destinados às crianças para o contato com diversas formas de tecnologia e educação.
Sobre o Smart City Expo Curitiba
O Smart City Expo Curitiba (www.smartcityexpocuritiba.com) será a primeira edição brasileira do Smart City Expo World Congress (www.smartcityexpo.com/), evento realizado anualmente em Barcelona. O maior evento global sobre o tema de Cidades Inteligentes, que reúne mais de 18 mil pessoas de 120 países durante 3 dias, já ocorre anualmente em outras cidades ao redor do mundo como Kyoto (Japão), Montreal (Canadá), Puebla (México), Casablanca (Marrocos), Istambul (Turquia), Bogotá (Colômbia) e recentemente em Buenos Aires (Argentina).
Curitiba foi anunciada oficialmente em Barcelona, em novembro, durante o encontro mundial das Cidades Inteligentes, o Smart City Expo World Congress, em cerimônia que contou com representantes de 700 cidades de todo o mundo e mais de 400 especialistas.
Realizado na Expo Renault Barigui entre os dias 28 de fevereiro e 1° de março, o Smart City Expo Curitiba tem a chancela da FIRA Barcelona Internacional – consórcio público formado pela Prefeitura de Barcelona, Governo da Catalunha e Câmara de Comércio de Barcelona, com organização do iCities e apoio estratégico do World Trade Center Business Club. A expectativa de público é de cinco mil pessoas.
Haverá área de exposição e de congresso, com 18 palestrantes internacionais e 36 palestrantes do Brasil para falar sobre temas relacionados à inovação em cidades, como tecnologias disruptivas, indústria 4.0, big data, internet das coisas, robótica, blockchain, aplicabilidade de soluções tecnológicas e sustentáveis em cidades. O evento será dividido em quatro áreas de discussão: tecnologia disruptiva, governança, inovação digital e cidades sustentáveis do futuro.