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Por que, quando e como usar água termal: produto tem forte ação calmante, hidratante e antioxidante

A água compreende quase 60% do peso da pele, por isso a hidratação (com ingestão de água e utilização de produtos hidratantes que evitem a perda desse elemento) é tão importante. Mas um produto específico para a pele, a água termal, fornece muito mais que hidratação, pois contém vários oligoelementos e propriedades que são utilizadas, inclusive, no tratamento de doenças dermatológicas. “Uma água, para que seja considerada termal, tem que percorrer uma grande área de terreno. Como essa água vai arrastando do solo uma série de micronutrientes e minerais importantes, quando há a coleta na fonte, ela apresenta alta concentração e riqueza de combinação de micronutrientes com papel anti-inflamatório, antioxidante e cicatrizante”, afirma a dermatologista Dra. Thais Pepe, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Academia Americana de Dermatologia. No geral, explica a médica, essa água pode contar com oligoelementos como zinco, selênio, silício, magnésio, manganês, potássio, cálcio, enxofre, ferro, entre outros, em concentrações diferentes porque vai depender do solo em que essa água termal foi extraída.

Por que usar? – A médica explica que vários estudos já elucidaram o potencial da água termal em tratamentos dermatológicos para diferentes ações, tais como: renovação celular, hidratação, cicatrização de feridas, efeito queratolítico, ação antibacteriana, antiacne, melhora de aspectos imunológicos, papel antioxidante e fotoprotetor e atividade anti-inflamatória. “Com relação à renovação celular, estudos indicam que os oligoelementos como sódio, magnésio, zinco, boro e manganês estimulam a migração dos queratinócitos, renovando a pele. No caso da cicatrização, o zinco atua na fisiologia cutânea, modulando a inflamação enquanto o manganês e cobre aceleram a recuperação da barreira epidermal. Quando apresenta enxofre, essa água oferece efeito queratolítico, antibacteriano e antiacne, por remover o excesso de sebo sem provocar irritação”, explica a médica. Com relação aos aspectos imunológicos, a água é usada no tratamento de dermatite atópica, dermatite de contato e psoríase com banhos de hidromassagem e, nesse caso, os oligoelementos, juntos, tem atuação especial reduzindo a inflamação e apresentando atividade bactericida. “O efeito antioxidante é relacionado à presença do selênio, um oligoelemento essencial, que também tem papel anti-inflamatório e fotoprotetor”, diz a Dra. Thais.

Quando e como usar? – Com uma série de aplicações, a água termal pode ser utilizada até mesmo no cabelo e em queimaduras. Veja oito usos, além da hidratação:

*pós-depilação: “A água termal gelada ajuda a manter o pH da pele, tem efeito anti-inflamatório, anti-irritante e calmante, além de preparar a pele para receber o hidratante. Sobretudo após a depilação, em que a pele se encontra sensibilizada, o uso da água termal colabora para um processo de reposição desses oligoelementos, fundamentais para restabelecer a função de barreira da pele”, explica.

*após exercícios físicos: “A água termal, além de refrescar a pele, ajuda a repor os oligoelementos e sais minerais perdidos pela transpiração e horas no sol, ajudando a manter o equilíbrio e a saúde da pele. Escolha águas termais em spray, podendo deixá-las na porta da geladeira, e borrifar no rosto várias vezes ao dia ou após as atividades físicas”.

*para cicatrização: “Por conta de ter essa concentração e sinergia de oligoelementos que são importantes com ação anti-inflamatória, reparadora da barreira cutânea, substâncias que induzem a comunicação celular, que fazem com que as células melhorem a capacidade de regeneração, ela tem uma ação importante anti-inflamatória e cicatrizante. Por esse motivo, é muito usada nos pós-procedimentos no consultório dermatológico, como pós-lasers e pós-peelings”, enfatiza.

*pós-sol: “Além de ingredientes anti-inflamatórios, a água termal conta com o silício, um antioxidante de primeira linha. Então, na verdade, há uma ação não só para pós-procedimento, pós-sol, mas também para patologias, para eczemas do tecido cutâneo”.

*para amenizar as olheiras: “Para esse uso, a embalagem tem que ficar na geladeira por alguns minutos e, em seguida, deve-se realizar uma compressa sobre a região arroxeada. A temperatura fria em associação aos ativos calmantes estimula a vasoconstrição, diminuindo o aspecto das olheiras. Esse processo pode anteceder o tratamento com cremes ricos em meiyanol, peptídeos, ácido hialurônico e antioxidantes associados a despigmentantes”.

*para hidratação em ambientes secos: “A água termal pode ajudar a manter a pele hidratada contra o ar seco do ar condicionado e mesmo viagens de avião. O tempo seco ajuda a retirar lipídeos e estimula a evaporação de água, o que diminui a hidratação da pele”.

*no cabelo: “Embora a absorção pelo fio de cabelo e do couro cabeludo seja menor que a da face, o uso da água termal no cabelo tem efeito benéfico principalmente em dias de muita exposição solar, ou de praia ou piscina, quando a água termal pode ser borrifada para remover o excesso de sal e cloro dos fios, imediatamente após os banhos de piscina e mar. Isso evita danos à ceramida do fio”, explica a dermatologista.

*em queimaduras por frutas: “Em casos leves de queimaduras (na face ou nas mãos) por fitofotodermatose (ou seja, dermatoses causadas pelo contato com frutas cítricas ou extratos das plantas e posterior exposição ao sol), o uso da água termal é indicado após lavar abundantemente a área. Esse uso pode ser feito de três a quatro vezes ao dia, pois ajuda no alívio da sensibilidade e ardência”, finaliza.

Dra. Thais Pepe: Dermatologista especialista em Dermatologia pela Sociedade Brasileira de Dermatologia, membro da Sociedade de Cirurgia Dermatológica e da Academia Americana de Dermatologia. Diretora técnica da clínica Thais Pepe, tem publicações em revistas científicas e livros, além de ser palestrante nos principais Congressos de Dermatologia.

paula.amoroso@holdingcomunicacoes.com.br

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