A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes – Seccional Paraná (Abrasel-PR), que representa 50 mil negócios de alimentação e fomenta mais de 300 mil empregos no Paraná, manifesta solidariedade à paralisação dos caminhoneiros brasileiros que reivindicam redução da carga tributária que incide sobre o preço do óleo diesel. A Abrasel compreende que a greve do transporte rodoviário representa o agravamento de uma crise que já é enfrentada pelo país há mais tempo. Embora o cenário seja preocupante, a paralisação da última semana permite chamar atenção para a fragilidade da economia brasileira.
Na perspectiva da entidade, a crise é resultado de uma conjuntura econômica muito mais complexa e ampla que vem atingindo os negócios da alimentação nos últimos anos e se agravou no início de 2018. A Abrasel-PR estima que mesmo sem a crise de abastecimento pelo menos 20% dos estabelecimentos fecharia até o segundo semestre e atribui o prejuízo à alta carga tributária brasileira e ao desaquecimento do mercado. Assim como os caminhoneiros, os proprietários de restaurantes afirmam não conseguir repassar os custos do empreendimento ao consumidor final.
Embora apoiem os caminhoneiros, os proprietários de restaurantes sentiram os impactos da greve e registraram queda de 50% no movimento na última semana. No fim de semana dos dias 26 e 27 de maio o prejuízo foi mais intenso, chegando a 70% em alguns estabelecimentos. Os restaurantes informam ainda que só possuem insumos para atender a população pelos próximos quatro dias; sendo que alguns trabalham com revezamento de gás. Os restaurantes permanecerão abertos enquanto houver condições de atendimento.
A Abrasel-PR avalia ainda que a última proposta feita pelo Governo Federal às entidades que representam os caminhoneiros é apenas uma medida paliativa que não vai resolver problemas econômicos conjunturais. A redução e o congelamento do preço do diesel por 60 dias não é o suficiente para sanar o cenário. Diante da grave crise de abastecimento, a Abrasel-PR compreende a necessidade de retorno do trabalho dos caminhoneiros, para que a população não fique desassistida e que a economia brasileira não sofra ainda mais danos. Por fim, a organização propõe uma reforma tributária, que inclua uma agenda econômica mais consistente e de longo prazo.
(depropositocomunica