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AEAM leva a jovens profissionais discussão sobre empregabilidade e empreendedorismo

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A Associação de Engenheiros e Arquitetos de Maringá (AEAM) realizou no último dia 20, terça-feira, no Sebrae, a mesa redonda “Empregabilidade, Empreendedorismo e Carreira – como buscar o sucesso profissional e empresarial na Engenharia Civil e Arquitetura”. O público foi formando principalmente por profissionais recém-formados e formandos.

A presidente da AEAM, Keila Uezi, explicou a importância do evento para os jovens. “Selecionamos temáticas bem diferentes dentro da construção civil, com apresentação de assuntos como empreendedorismo, associativismo, a situação atual do mercado, empregabilidade, diferenciais dos profissionais e oportunidades na área pública. E o melhor é que as palestras foram feitas por empresários e profissionais experientes”.

O evento foi dividido em dois painéis, com uma palestra sobre empreendedorismo entre as apresentações. No primeiro painel, estiveram o Engenheiro Civil Leonardo Fabian (Construtora Plaenge), Eng. civil Marcos Mauro Pena Araújo Moreira Filho (Sinduscon Noroeste do Paraná) e Arquiteta Ninha Chiozzini (Ninha Chiozzini Arquitetura). O moderador foi o Eng. civil Hélio Xavier da Silva Filho (gerente regional do CREA).

No segundo painel participaram o Eng. civil Ronaldo Inoue (A. Yoshii Engenharia), Arq. Celso Saito (diretor-presidente do IPPLAM) e Eng. civil Keila Uezi (presidente da AEAM). A moderação foi feita pela Arqta. Flavia Maciel, diretora da AEAM. No intervalo entre os dois painéis, o consultor do Sebrae, Marcelo Wolff, falou sobre “Empreendedorismo no setor da construção civil”.

Depoimentos

Hélio Xavier deu início ao evento abordando a importância de os estudantes continuarem a se qualificar depois de formados e sobre o uso da tecnologia, que deve estar integrada ao dia a dia dos profissionais. “É um grande desafio integrar a tecnologia à construção civil. Além disso, é fundamental que os profissionais sejam éticos, procurem se diferenciar no mercado e também busquem no associativismo uma maneira de valorizar a profissão”.

O gerente regional da construtora Plaenge, Leonardo Fabian, disse que o mercado de incorporação imobiliária é historicamente cíclico e varia de acordo com os humores da economia nacional e, às vezes, local. “Vivemos um período de baixa desde 2014. Mas, Maringá sofreu menos que o restante do país porque temos um agronegócio forte”, explicou.

Para os jovens que querem empreender, Fabian frisou que a vida dos empresários do setor não é fácil e exemplificou: “a gente compra um terreno e dá início a um longo processo burocrático na prefeitura. Depois, vem o período da construção. O negócio tem que ser projetado para cinco anos em média. E o resultado só acontece após a entrega da obra”.

Fabian ressalta que o fluxo de caixa é grande no decorrer da obra e que, para evitar surpresas, o empresário precisa minimizar as variáveis. Isso é feito com um amplo estudo de mercado, inclusive com planejamento e orçamento de obra muito bem elaborados.

“O mercado da construção é para quem tem resiliência.  Não adianta entrar e achar que vai ganhar muito dinheiro. Em geral, é preciso ter 10 anos de empresa para alcançar estabilidade. É um mercado de longo prazo. Tem que gastar muitas solas de sapato e perder muitas noites de sono”, frisou.

Leonardo Fabian está há dez anos em Maringá. Ele disse que, quando chegou a cidade, se surpreendeu com a força do associativismo. “As instituições conversam entre si e fazem a cidade andar para frente. Nossa economia gira muito melhor do que em outros estados. O associativismo não é a solução dos problemas, mas ajuda no desenvolvimento e auxilia na gestão das nossas próprias empresas”

Trabalho

O presidente do sindicato da construção civil do noroeste do Paraná, Marcos Mauro Pena Filho, falou aos jovens que para vencer na profissão “é preciso trabalhar mais que o cara ao lado”. Segundo ele, para administrar sua empresa, sempre se coloca no lugar do cliente. Este deve receber sua obra pronta para ser usada.

Marcos Mauro ensinou que o empresário precisa ficar atento aos detalhes e que o retrabalho é um dos piores custos de uma obra. “Às vezes é mais barato trocar uma porta do que fazer a manutenção dela”. Sobre as perspectivas para o mercado, Marcos Mauro disse que se considera um otimista. “O momento não é bom, mas temos um grande mercado a ser explorado”.

A arquiteta Ninha Chiozzini trabalha com projetos de arquitetura e interiores. Ela comentou que os formandos em geral têm a ilusão de que vão trabalhar apenas com projetos. “Vejo muito isso em TCCs, na produção de trabalhos fora da realidade. Os alunos têm que ser mais pé no chão e ver que existem pequenos problemas para serem resolvidos. Não que ele não deva sonhar. Mas isso é a base. A arquitetura pode dar um campo imenso de atuação”.

Chiozzini enfatiza que os arquitetos podem trabalhar com vendas, urbanismo, tecnologia, infraestrutura de obras, entre outros segmentos. Ela também lembra a crise, o que ocasionou a diminuição da oferta de grandes obras públicas. Mas emenda que o mercado de residências, lojas e escritórios, é grande.

“Sou otimista. Não estamos em fase fácil, mas a gente consegue vencer. Há 20 anos, quando me formei, não havia o mercado de interiores. E ele surgiu. Precisamos surpreender o cliente. Agregar serviços ao que a gente faz. Trabalhar com valores, com ética, compromisso com o cliente, ter princípios com fornecedores e se organizar com as contas”.

Segundo a arquiteta, o importante para os novos profissionais é se capacitar, participar de cursos, conhecer novidades, lançamentos e tecnologias. Ela frisa que a arquitetura está entrelaçada com arte, moda, design, tecnologia e muito mais. “Busquem áreas paralelas. Vocês têm formação plural e existe uma gama imensa de mercado para ser explorada”.

É preciso plantar para colher

A engenheira e presidente da AEAM, Keila Uezi, comentou que ninguém colhe sem plantar. Ela contou que começou sua carreira como estagiária, sem remuneração. Que apostou em ganhar experiência e reconhecimento. Quando se formou, trabalhou como profissional liberal, até que conquistou seu primeiro registro em carteira.

Segundo Keila Uezi, o associativismo foi fundamental para consolidar sua carreira profissional. “Eu era acadêmica da UEM quando fui a um ciclo de palestras gratuito promovido pela AEAM. Gostei e depois me convidaram para conhecer a sede campestre da entidade. Como o local é agradável, nós o elegemos para abrigar as festas da nossa turma. Participei de mais eventos da associação até que me convidaram para participar da diretoria da entidade”.

Segundo Keila Uezi, os diretores, conselheiros e associados mais participativos da AEAM não são apenas colegas. “Existe um clima de amizade e de apoio mútuo. Nossa rede de relacionamento aumenta. Quando temos dúvidas profissionais, trocamos ideias, participamos juntos de missões empresariais, discutimos formas de nos qualificar. É uma grande oportunidade de crescimento pessoal e profissional”, resume.

Respaldo

O engenheiro Ronaldo Inoue, falou aos jovens como é trabalhar em uma grande empresa, no caso a A. Yoshii. “Desde a entrevista de emprego, posso garantir que é muito assustador. Há muitas pessoas, o nível hierárquico é grande. A gente não sabe como se comportar na entrevista”, frisa.

Mas, Inoue destaca que é preciso enfrentar a realidade e que, ao entrar em uma grande empresa, tudo é muito gratificante. “Existe um grande aparato de pessoas que nos dá respaldo. Existem muitos benefícios e oportunidades para crescer”.

Inoue deu dicas importantes aos estudantes. “Ao entrar em uma empresa, seja ela qual for, você não pode pensar em ser mais um. Tem que mostrar porque você está sendo contratado, tem que trabalhar para vencer, ter produtividade, atuar com carinho, e exercer sua função com capricho”.

O diretor-presidente do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Maringá, Celso Saito, abordou o associativismo, sua trajetória profissional e como é atuar em um órgão público. O arquiteto falou sobre a importância dos jovens profissionais conhecerem as diferentes possibilidades para se desenvolverem profissionalmente, como empresários, profissionais autônomos ou funcionários públicos ou de empresas privadas. Segundo ele o Coaching profissional é uma forma de buscar o conhecimento necessário para a definição de sua carreira e também do aperfeiçoamento e metas que deve buscar na sua trajetória.

Ele ressalta alguns itens que julga importantes para a empregabilidade, como capacitação, especialização e aperfeiçoamento constante como diferenciais, a motivação, comprometimento e disciplina no campo pessoal, e a retidão, comportamento ético e honestidade.

Empreendedorismo

O consultor do Sebrae, Marcelo Wolff, atua com projetos voltados ao setor varejista. Ele forma grupos empresariais realizando ações coletivas como viagens para grandes centros para conhecer novas tecnologias de gestão. Trabalha também com empreendedorismo e este foi o tema de sua palestra aos jovens.

Wolff disse que, tradicionalmente, existem duas formas de as pessoas empreenderem: por necessidade ou por oportunidade. “Nos últimos anos com a crise econômica brasileira, houve aumento no número de pessoas que empreendem por falta de renda”, explicou.

O consultor mostrou as várias divisões de empreendedores, segundo o Sebrae. Entre elas, existe o empreendedor tradicional, aquele que não quer mudar de setor; o empreendedor de potencial crescimento, que são aqueles que vêem a oportunidade, mas não têm recursos para investir; tem aquele movido por projetos, que tem prazer de realizar e não visa tanto o lucro; e o empreendedor “estilo de vida”, que são os veganos, naturalistas, tribos/skatistas, entre outros.

Lançamento

Durante a mesa redonda, a AEAM divulgou um projeto de palestras que será disponibilizado aos novos associados. A ideia é orientar os jovens profissionais de Engenharia e Arquitetura no início de sua carreira profissional e empresarial com palestras de consultores do SEBRAE, AEAM e CREA.

Serão abordados temas como Qualidade nas obras, PBQP-H, Norma de Desempenho, Código Civil, aspectos jurídicos para a construção civil, Planejamento Estratégico, Atendimento ao Cliente, Plano de Negócios e Coaching Profissional, sempre focado na realidade das empresas e profissão de engenheiros civis e arquitetos.

A mesa redonda contou com o apoio do CREA-PR, Sebrae, Sinduscon Noroeste e Prefeitura Municipal, com patrocínio da Weiku, Revest, Unicesumar e Alumichapas.

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