Dr. Alynson Larocca Kulcheski*
Cada vez mais os idosos estão cheios de vida e expectativas, desejando estar saudáveis e ativos para aproveitar o que a vida tem para lhes oferecer. Não basta mais se contentar em ficar em casa e cuidar dos netinhos, as pessoas querem usufruir das tecnologias, passear, viajar, realizar uma atividade física e até praticar uma atividade esportiva com os amigos.
Até pouco tempo, a expectativa de vida era mais baixa, mas nos dias atuais vivemos mais e merecemos ter melhor qualidade de vida.
A cirurgia de coluna no idoso sempre foi um desafio e o médico deve estar atento a diversos aspectos que envolvem o cuidado destes pacientes. Fazer uma avaliação multidisciplinar, contando com o apoio de outros profissionais como geriatra, fisioterapeuta, nutricionista, endocrinologista que estejam envolvidos em todo o processo é fundamental.
A qualidade óssea é um desafio, por isso devemos nos preocupar com a osteoporose que atinge os ossos dos pacientes idosos. O problema é mais comum nas mulheres, mas cada vez mais homens são acometidos por esta doença silenciosa. A melhora da qualidade dos ossos por meio de tratamento adequado e recomendado pela equipe ajudam muito na recuperação e consolidação da cirurgia.
Além dos ossos, devemos nos preocupar com a qualidade da musculatura e é aí que tem papel fundamental – a equipe de fisioterapia e nutrição, que visam estimular a musculatura e prepará-la para o que se seguirá após a cirurgia. Muitos grupos musculares serão exigidos para que o paciente ande e inicie a sua reabilitação o quanto antes.
Em conjunto com o trabalho pré-operatório da fisioterapia, a nutrição avalia o risco de desnutrição e auxilia no aporte de proteínas no corpo, por meio da dosagem da albumina. Uma orientação para antes e para depois do procedimento é fundamental para que a musculatura esteja hígida e saudável.
Um dos problemas que mais atinge a coluna do idoso é a estenose de canal. Quando possuem este problema muitos pacientes referem uma dor na região lombar que desce até as pernas, fazendo com que sinta fraqueza para caminhar ou sensação de cansaço nos membros inferiores, que faz com que o paciente pare para descansar. Um fato que chama atenção é que, além de parar para descansar, cada vez com mais frequência, o paciente tenha que se inclinar para frente para obter um alívio mais rápido. Estes sintomas são frequentes e podem ocorrer por uma compressão na coluna, um problema que estreita a passagem dos nervos na região da coluna, chamado de estenose do canal.
Atualmente, muitos procedimentos menos agressivos foram desenvolvidos para estes problemas na coluna. A menor agressividade por meio de cirurgias minimamente invasivas é uma opção promissora para o tratamento deste paciente tão especial, que é o idoso.
Uma das novas opções cirúrgicas é realizada pela técnica chamada de XLIF.
O XLIF é uma abordagem diferente da coluna. Com esta técnica se faz uma incisão na coluna pela parede lateral do abdômen, ao invés das cirurgias tradicionais que são realizadas pela parte de trás das costas. O XLIF oferece aos cirurgiões e seus pacientes uma opção menos agressiva para a cirurgia da coluna, que vem ganhando popularidade entre os cirurgiões de coluna do mundo todo.
A abordagem lateral minimiza os riscos de danos sobre a musculatura e sobre os nervos da região da coluna, tornando-se uma excelente opção para os pacientes idosos que apresentam fragilidade muscular e óssea, permitindo poupar estas estruturas de uma maior agressividade e permitindo uma recuperação mais acelerada.
*Dr. Alynson Larocca Kulcheski, ortopedista do Hospital VITA (Curitiba – PR), especialista em coluna, membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), Membro da Sociedade Brasileira de Coluna (SBC) e Membro da Sociedade Brasileira de Coluna Minimamente Invasiva (SBC.MISS).
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