Início Vida e Saúde Anvisa aprova novo tratamento para doença pulmonar rara

Anvisa aprova novo tratamento para doença pulmonar rara

Brasileiros com hipertensão pulmonar tromboembólica crônica (HPTEC) inoperável poderão contar com uma nova opção de tratamento. Para esses casos, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) acaba de aprovar macitentana, desenvolvida pela Actelion, empresa recentemente adquirida pela Janssen, farmacêutica da Johnson & Johnson,. O Brasil é o primeiro país do mundo a receber essa indicação. A aprovação é uma alternativa para até 40% dos pacientes que não podem ser operados e que, sem tratamento, correm risco de morrer em três anos em 70% dos casos [i].

A HPTEC é uma doença rara caracterizada pela pressão alta nos pulmões e acredita-se que, em alguns casos, pessoas que desenvolvem a enfermidade tenham um histórico de embolia pulmonar aguda – isto é, coágulos sanguíneos em  vasos dos pulmões, bloqueando o fluxo sanguíneo. Por ser crônica, persiste por um longo tempo. Os estágios iniciais da enfermidade são assintomáticos.  Quando os sinais aparecem – falta de ar, inchaço, cansaço e dor torácica –, são facilmente confundidos com os de outras condições respiratórias, tais como asma e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). Por essa razão e por 60% dos pacientes não reportarem o histórico de embolia pulmonar[ii], o diagnóstico correto pode demorar vários anos.

Não há dados nacionais sobre total da população com a enfermidade, mas estima-se que a prevalência seja de 3,2 casos por milhão de habitantes adultos[iii]. De acordo com o último consenso mundial de hipertensão pulmonar, a HPTEC é responsável por, pelo menos, 19% dos casos atendidos em centros de referência para tratamento da doença[iv].

“Trata-se de um enorme avanço, sobretudo, no cenário de uma doença rara, incapacitante e com elevada mortalidade”, esclarece Telma Santos, diretora médica da Janssen no Brasil. A liberação foi baseada no estudo MERIT[v], em que pacientes que receberam macitentana, em monoterapia ou em combinação com outros medicamentos, obtiveram benefícios tanto na redução da resistência vascular pulmonar (36,5%)[vi], assim como ganho significativo na capacidade funcional quando comparado ao grupo placebo (p=0,033)[vii].

Sobre a hipertensão pulmonar tromboembólica crônica (HPTEC)

A HPTEC é classificada como hipertensão pulmonar do grupo quatro da OMS, de acordo com último consenso mundial de hipertensão pulmonar. O diagnóstico de pacientes com suspeita de HPTEC inclui histórico de dispneia progressiva ao esforço, intolerância ao exercício, embolia pulmonar e hipertensão pulmonar não explicada.

Exames como ecocardiografia transtorácica, cateterismo cardíaco, angiografia pulmonar e varredura pulmonar de ventilação-perfusão (V/Q) são utilizados para confirmação diagnóstica. No entanto, ao contrário das outras formas da doença, a HPTEC possui uma particularidade muito significativa: é uma condição para a qual existe um tratamento com potencial curativo: a trombo-endarterectomia pulmonar, uma cirurgia extensa e complexa. Porém, cerca de 20% a 40% dos pacientes portadores da doença não podem ser operados. Para esses pacientes, a aprovação de macitentana representa uma importante alternativa terapêutica, já que, sem a possibilidade de cirurgia, 70% podem morrer em até três anos.

Sobre macitentana

Macitentana é um antagonista dos receptores ETA e ETB da endotelina, que mediam uma série de efeitos como vasoconstrição, fibrose, proliferação, hipertrofia e inflamação relacionados à doença. Macitentana apresenta alta afinidade e ocupação sustentada nos receptores da endotelina em células do músculo liso arterial pulmonar e possui propriedades físico-químicas que favorecem a penetração no tecido pulmonar.

Macitentana é indicado para o tratamento de adultos com hipertensão arterial pulmonar e, a partir de agora, para hipertensão pulmonar tromboembólica crônica inoperável para melhorar a capacidade de exercício e a resistência vascular pulmonar. Macitentana, em ambos os casos, pode ser utilizada como monoterapia ou em combinação com inibidores da fosfodiesterase tipo-5 ou prostanóides inalatórios/orais. Para saber mais acesse:www.janssen.com.

 

camilla.conde@littlegeorge.com.br

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