O celular é um dos principais elementos de distração ao volante, mas também pode se tornar um aliado e ajudar o condutor a ficar mais atento ao trânsito.
Isso é o que promete o aplicativo Arquimedes, desenvolvido por seis estudantes de cursos na área de engenharia da USP de São Carlos, no interior paulista. A proposta é uma das vencedoras da competição tecnológica com o tema “Mobilidade como chave para uma sociedade mais eficiente e consciente”.
O Brasil registra cerca de 47 mil mortes no trânsito todos os anos, o que gera prejuízo em torno de R$ 36 bilhões, de acordo com o Observatório Nacional de Segurança Viária.
Desse total de acidentes fatais, cerca de 31% tem como causa a falta de atenção. Esse cenário inspirou a criação do Arquimedes, conforme explica o orientador do projeto, André Carvalho, professor do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da Universidade de São Paulo.
“Os alunos se reuniram e ficaram pensando: o que a gente pode fazer que pode não só trazer um bom valor tecnológico, mas pode trazer uma contribuição social? Depois de algumas leituras, em que viram que existe um grande número de acidentes de trânsito no Brasil por causa do uso de celulares, dispositivos que podem distrair o motorista, eles tiveram a ideia de desenvolver o Arquimedes”, explicou André Carvalho.
Para usar o aplicativo, ainda em teste, o motorista escolhe primeiro um mascote para acompanhá-lo durante a viagem. Quando a condução começa, são bloqueadas todas as notificações, exceto de aplicativos de controle de mídia, mapas e do próprio Arquimedes.
O acúmulo de quilometragem gera recompensas para quem não mexe no celular ao volante. Funciona assim: O mascote vai avançando níveis e contabiliza pontos para troca por descontos em uma rede de parceiros.
O professor André Carvalho destaca que novos aprimoramentos já estão em curso e o aplicativo vai ter mais funções.
“Tem interesse também em possibilitar a manutenção preventiva dos veículos, reduzindo a poluição que possam causar e inconvenientes, como veículo quebrado de uma hora para outra, por exemplo. Então, eles querem coletar dados de sensores sores do automóvel e continuamente avisar ao motorista: olhe vai dar problema nesse componente. Acho melhor você trocar ou ir a uma oficina para verificar o que está acontecendo.”
A equipe recebeu um prêmio de R$ 30 mil pela competição tecnológica para desenvolver o aplicativo e atualmente está em Curitiba, recebendo um treinamento sobre empreendedorismo.
(Wellington Barros)