Estudo revela que frentes frias podem aumentar a mortalidade por AVC

As consequências de uma frente fria para a saúde são leves na maioria das vezes, como um simples resfriado ou tosse. Porém, fatores mais graves também podem acontecer, como revela um estudo realizado na cidade de São Paulo, entre 2002 e 2011, que aponta que as baixas temperaturas podem aumentar a incidência de AVC (acidente vascular cerebral).

O artigo recém-publicado no International Journal of Biometeorology por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Católica de Santos (UNISANTOS), constatou 55.633 casos de mortalidade por AVC na capital paulista no período. As temperaturas abaixo de 15° se revelaram mais significativas para mortalidade em decorrência de AVC do que temperaturas mais altas (acima de 22ºC).

O estudo revelou que entre os maiores fatores de risco está a idade elevada. Os mais idosos possuem chance maior de desenvolver o AVC. Além disso, tabagismo, diabetes, hipertensão arterial, obesidade, nível de colesterol alto, histórico familiar de doenças cardíacas e alcoolismo também podem contribuir para sua ocorrência.

O neurologista do Hospital Santa Catarina (SP), doutor Mauricio Hoshino, elenca que “Diante de baixas temperaturas, os idosos possuem menor capacidade de resposta do corpo para manter as condições fisiológicas necessárias para a sobrevivência. Isso, consequentemente, deixa o organismo mais vulnerável”.

O médico reforça que o estresse causado pelo frio causa uma elevação da pressão arterial, assim como um aumento da viscosidade do sangue e na contagem das plaquetas. Ainda de acordo com o especialista, é fundamental se proteger no frio, principalmente em temperaturas inferiores a 10°C. “É importante se agasalhar bastante, proteger bem o pescoço e as mãos, que são extremidades do corpo, naturais captadores do frio. Se possível, especialmente para os idosos, é recomendado evitar exposições às temperaturas extremamente baixas”, conclui doutor Hoshino.

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