Bactéria resistente a antibióticos chama atenção de cientistas britânicos

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em pesquisa realizada recentemente no Brasil, cerca de 2,5% da população brasileira sexualmente ativa já foi contaminada em alguma ocasião por um certo tipo de infecção sexualmente transmissível (IST). Esse número representa aproximadamente cinco milhões de brasileiros. As infecções mais comuns no País são clamídia e gonorreia.

A clamídia é a infecção sexualmente transmissível mais comum no mundo. É causada por uma bactéria chamada Chlamydia trachomatis e pode ou não gerar sintomas. Nas grávidas, infecções por clamídia podem levar ao parto prematuro, sendo que os bebês infectados podem desenvolver algumas complicações, como a pneumonia e conjuntivite, e, em casos mais graves e raros, pode causar a morte da criança.

Já a gonorreia, também uma infecção bacteriana e sexualmente transmissível, causada pela Neisseria gonorrhoeae, é popularmente considerada uma doença masculina já que 90% dos homens apresentam sintomas. Porém, as mulheres também podem ser contaminadas e, assim como a clamídia, a gonorreia também pode prejudicar o bebê durante a gravidez ou na hora do parto, uma vez que a infecção atinge principalmente os olhos do recém-nascido, em uma forma grave de conjuntivite.

No Reino Unido, uma superbactéria, ainda pouco conhecida aqui no Brasil, tem chamado atenção das autoridades de saúde pela sua capacidade de se alastrar rapidamente e ser resistente a diferentes antibióticos. Conhecida como Mycoplasma genitalium (MG), essa superbactéria também causa infecções sexualmente transmissíveis (IST) em homens e mulheres.

Segundo Guilherme Wood, médico urologista e especialista em reprodução humana da Huntington Reprodução Humana, em alguns casos a MG pode ser assintomática. “O paciente tem a bactéria, pode transmitir para outras pessoas, mas não apresenta sintomas. Além disso, essa superbactéria pode também ser confundida com outras doenças, como a clamídia, por exemplo”, afirma Dr. Wood.

A superbactéria geralmente causa uretrite, com saída de secreção purulenta pela uretra (pus) e ardor ao urinar. Pode também causar inflamação do colo do útero (cervicite) e inflamações pélvicas na mulher (endometrite e salpingite). Se não tratada ou tratada incorretamente, pode gerar problemas para a fertilidade, como a obstrução tubária na mulher ou a obstrução dos epidídimos nos homens, causando piora do espermograma, além de poder aumentar as chances de transmissão do HIV.

Os médicos devem ficar atentos ao risco da presença desta nova bactéria, principalmente nos casos em que foi feito tratamento e não houve melhora dos sintomas. Tratar os pacientes com o regime habitual de antibióticos pode aumentar o risco de surgimento de MG resistente a antibióticos. “A Mycoplasma genitalium apresenta alta taxa de resistência aos antibióticos que funcionam para clamídia e gonorreia. Quando é feito o tratamento padrão para clamídia e gonorreia, existe alto risco de induzir resistência aos antibióticos na MG, por isso a importância do diagnóstico correto”, finaliza Dr. Wood.

marianarocha@a4eholofote.com.br

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