Com reajuste da tabela do frete, comércio paranaense terá custo adicional de R$ 70 milhões

O reajuste médio de 5,5% na tabela do frete, anunciado no começo do mês pela Agência Nacional dos Transportes Terrestres (ANTT), vai custar R$ 1,09 bilhão ao comércio brasileiro até o fim deste ano, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). No Paraná, a projeção da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio PR) é de que o transporte das mercadorias comercializadas pelo varejo custe aos empresários aproximadamente R$ 70 milhões a mais em 2018.

Segundo a CNC, o efeito do novo valor do frete deverá ser um achatamento da margem de lucro dos negócios, o que pode frear investimentos e limitação da contratação de pessoal. Considerando que até este mês a atividade econômica vem apresentando fraco desempenho, os comerciantes não terão como repassar na totalidade a elevação do custo com transportes aos preços de venda, sob o risco de afugentar ainda mais os clientes já que, segundo o indicador Intenção de Consumo das Famílias (ICF), também elaborado pela CNC, a propensão às compras está em declínio no estado após a greve dos caminhoneiros. A recuperação do consumo iniciada em janeiro atingiu 111,2 pontos em março, mas de lá para cá o indicador apresenta viés de queda e ficou em 103,3 pontos neste mês.

Os gastos com serviços de frete representam 10,5% das despesas anuais do comércio, cabendo destacar que em alguns ramos a logística chega a 20% dos custos totais. As atividades mais penalizadas serão as atacadistas de matérias-primas, de combustíveis e de alimentos. Mas há setores em que o frete já custa mais do que o próprio produto.

A nova tabela com os valores mínimos do frete no território nacional corrige a primeira versão editada em 30 de maio, para atender uma das exigências dos caminhoneiros. Os cálculos da CNC e da Fecomércio PR consideram apenas a última elevação na tabela do frete e não preveem novos aumentos até o fim de 2018. A atividade econômica do comércio representa a última etapa da cadeia produtiva, fazendo com que o custo seja cumulativo, ou seja, a mercadoria chega com preço mais elevado, em decorrência das etapas anteriores.

A CNC estima que as despesas com frete somaram R$ 50,7 bilhões em 2017, considerando todas as empresas comerciais brasileiras, sendo R$ 35 bilhões no comércio atacadista, R$ 13,6 bilhões no varejista e R$ 2,2 bilhões no automotivo. Mesmo que nenhum outro reajuste seja autorizado na tabela em 2018, o impacto dos gastos adicionais com fretes corresponderá a um acréscimo final de 0,6% nas despesas totais do comércio em 2018.

 karla@pr.senac.br

Destaque da Semana

ERROR chega a Curitiba com festa audiovisual proibindo celulares para filmagens

Evento acontece na Ópera de Arame, neste sábado, 14...

Café du Centre comemora o Natal Europeu com Tarde Musical Especial

A marca importa para os curitibanos tradições natalinas de...

Intervenção autoguiada pode reduzir uso de remédio para dormir entre idosos

Pesquisa analisou impacto da técnica de mediação comportamental em...

Hospital convida para Serenata de Natal aos pacientes

O Hospital Nossa Senhora das Graças (HNSG) vai realizar...

Artigos Relacionados

Destaque do Editor

Mais artigos do autor