A experiência do Curitiba Legal Hackers foi destaque num fórum internacional realizado em Nova Iorque (EUA). O evento aconteceu no final do mês de agosto no distrito do Brooklyn e reuniu 80 participantes do mundo todo – a grande maioria advogados, engenheiros e profissionais de tecnologia da informação -, incluindo representantes das melhores universidades norte-americanas, como Stanford e Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT).
A única representante brasileira a falar no evento foi a advogada Gisele Ueno, diretora executiva da Hi-LAW Consult, que abordou o crescimento exponencial do mercado legal no Brasil e apresentou os dados da organização que existe em Curitiba há seis meses.
O evento em Nova Iorque também contou com apresentações do Japão, Ucrânia, Estônia, Estados Unidos e Colômbia. Conhecido como Movimento Global sobre Direito e Tecnologia, o Legal Hackers reúne pessoas de diferentes formações acadêmicas e profissionais em várias cidades do mundo para discutir esses temas e implementar soluções tecnológicas na área jurídica.
Ação mobilizadora
Fundadora do capítulo “LH” curitibano, juntamente com outros quatro colegas (Claudio Navarro, Elenice Novak, Rhodrigo Deda e Rodrigo Marques), Gisele fez o pedido de credenciamento do Curitiba Legal Hackers após conhecer o movimento em São Francisco (Califórnia) e, desde lá, o Brasil já conta com nove capítulos e mais de 1.500 membros. Destes, 405 estão em Curitiba.
“Nesses poucos meses de atividades pudemos organizar 10 eventos com o apoio de entidades importantes como a Universidade Federal do Paraná (UFPR), Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Sebrae e Vale do Pinhão (Agência Curitiba – vinculada à prefeitura) e mobilizamos muitas pessoas em diversos setores públicos e privados”, explica.
Segundo ela, no Brasil existem atualmente mais de 1 milhão de profissionais na área de direito e um número equivalente de estudantes. Dados recentes também dão conta de aproximadamente 1,5 mil escolas de Direito em atividade no país. “E foram justamente esses números que chamaram a atenção dos participantes do evento ao se discutir que, infelizmente, nem todos os advogados brasileiros estão preparados para lidar com os avanços tecnológicos, mesmo após 5 anos de experiência universitária”, observa.
Outro ponto abordado por Gisele foi o radar de empresas associadas à Associação Brasileira de Lawtechs e Legaltechs (AB2L), que consolida o mercado de soluções voltadas à área do direito e mapeia mais de 100 empresas e startups que oferecem produtos e serviços para a área jurídica.
De acordo com Gisele, “o evento consolida o movimento que vem sendo construído pelo Curitiba Legal Hackers, e demonstra o quanto é relevante buscar soluções que contribuam com o sistema legal, tornando-o mais eficiente, acessível e transparente. Também mostra o quanto é preciso avançar neste setor em nosso país e o quanto é necessário pensar o posicionamento dos advogados frente à inovação”, enfatiza.
Desdobramentos
Além da representante do Curitiba Legal Hackers que participou do evento como palestrante convidada, outros quatro brasileiros, representantes dos capítulos LH São Paulo, Porto Alegre, Campinas e Brasília estiveram no “4th Legal Hackers International Summit”. Uma das metas do grupo é organizar para os próximos meses um fórum brasileiro a fim de promover o intercâmbio de pesquisas e experiências regionais.
Para saber mais sobre o LH Curitiba basta acessar o https://www.meetup.com/pt-BR/CURITIBA-LEGAL-HACKERS/