Preços do petróleo: tensões comerciais impulsionam tarifas no setor de energia, recursos naturais e marinha

As empresas de energia, recursos naturais e marinha (ERM, na sigla em inglês) estão se recuperando à medida em que os preços do petróleo e das commodities continuam a subir e o PIB global deve crescer em 3,4% em 2019. As atividades de viagens também estarão em alta, com os preços do setor aéreo subindo 2,6% globalmente no próximo ano, de acordo com o ERM Travel Forecast 2019, publicado no dia 12 de setembro.

“Após alguns anos desafiadores, vimos uma recuperação lenta, mas constante, em 2018. Vislumbramos um cenário mais positivo para o próximo ano – embora com algumas grandes ressalvas”, diz Raphaël Pasdeloup, Vice-Presidente Sênior da CWT Energy, Resources & Marine. “Esperamos um crescimento contínuo em energia, metais e commodities minerais, bem como no transporte marítimo. Mas as tensões geopolíticas, inclusive em torno do comércio e do Brexit, e uma série de governos novos, especialmente na América Latina, podem tirar essa trajetória positiva do curso. “Embora esses fatores dificultem as previsões, projetamos alta nos preços do setor aéreo e de hotéis no ano de 2019″, afirma Pasdeloup.

A atividade da indústria de ERM e os investimentos estão intimamente ligados ao preço do petróleo e das commodities. A limitada oferta de petróleo, devido a sanções dos Estados Unidos contra o Irã, deve contribuir para preços mais altos. Enquanto isso, os orçamentos de exploração e produção dos EUA aumentaram para US$ 132,5 bilhões este ano, ante US$ 88,2 bilhões em 2016, quando os preços do petróleo despencaram.

Na América Latina, as perspectivas são variadas. Economias como a Colômbia, Peru e Chile estão no caminho para recuperação e, provavelmente, terão pequenos aumentos nas passagens aéreas. A Colômbia, por exemplo, registrou altas taxas de ocupação no primeiro semestre de 2018, com a crescente exploração no país como um dos fatores contribuintes.

O mercado de ERM no Brasil também está se recuperando. Porém, com a recente ratificação com os EUA, o acordo “Open Skies” aumentará a concorrência entre companhias aéreas, o que deve moderar qualquer aumento de preço. A previsão para passagens aéreas em 2019 no Brasil é de queda de 3,7% na moeda americana.

Devido à forte desvalorização do real ante o dólar, os preços irão cair na moeda estrangeira. Entretanto, devem aumentar na moeda corrente. O mesmo deve acontecer com os preços de hotéis no Brasil. Apesar da alta oferta desde a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016, os preços não devem cair na moeda brasileira em 2019. Entretanto, a projeção de hotéis indica os preços caindo 4% em dólar.

A Venezuela continua no meio de uma crise humanitária e econômica que ainda parece não ter uma solução em vista. O país, rico em petróleo, tem enfrentado um colapso na produção, após anos de pouco investimento, combinado com uma má gestão econômica, o que conduziu a uma contração de 10% na projeção para 2019, segundo o Fitch, com a produção de petróleo caindo 28% este ano.

Já as energias renováveis estão em uma trajetória diferente como o mercado de energia que mais cresce no mundo. Embora esta tendência deva continuar, as energias renováveis ainda representam apenas cerca de 3% do consumo global de energia primária.

Apesar das expectativas de um aumento geral na atividade de viagens, as empresas tendem a se manter cautelosas, reservando as tarifas mais baixas disponíveis, mesmo quando as companhias aéreas acumulam as taxas acessórias. As receitas dessas taxas aumentaram para US$ 82,2 bilhões em 2017, acima dos US$ 32,5 bilhões em 2011.

 Brigas comerciais prejudicam expectativas de crescimento

Enquanto isso, a escalada das tensões comerciais é uma fonte de preocupação. As tarifas sobre o aço e o alumínio estão aumentando os custos para os produtores. As brigas comerciais também podem amortecer o crescimento global e, portanto, a demanda por energia. Acordos comerciais como o NAFTA, que demonstrou como a integração energética na região pode ser alcançada, estão agora criando incertezas.

A indústria pesqueira norte-americana está cada vez mais alarmada com a guerra comercial entre os EUA e a China, que pode impactar as cadeias globais de fornecimento de alimentos e fazer com que as empresas diminuam seus investimentos, inclusive em viagens. O impacto é sentido com mais intensidade no Alasca, que representa 60% de todos os frutos do mar capturados nos Estados Unidos. Mais da metade é enviado para o exterior para processamento secundário.

Qualquer imposição fiscal exercida sobre os frutos do mar importados da China incluirá produtos do Alasca reprocessados naquele país. Além disso, a China ameaçou impor uma tarifa de retaliação de 25% sobre os produtos derivados de frutos do mar norte-americanos, incluindo os produzidos no Alasca.

 Segurança e proteção

Segurança e proteção são sempre uma preocupação nas viagens de profissionais da indústria de ERM, especialmente porque muitos mercados-chave ou centros de exploração estão localizados em áreas voláteis, incluindo muitos destinos de mineração na África ameaçados por grupos militantes.

Tecnologia

A tecnologia desempenha um papel cada vez maior nas viagens, inclusive no setor de ERM. Um dos maiores desafios para este setor é a complexidade envolvida, já que as viagens normalmente incluem várias etapas, combinando reservas comerciais com gerenciamento de dormitórios ou acampamentos, viagens não comerciais remotas e outros fatores altamente variáveis. As empresas estão procurando um processo simplificado que inclua um fluxo fácil que incorpore todas as etapas da reserva de viagens para ERM.

Baixe o 2019 Energy, Resources & Marine Travel Forecast aqui.

 

Preços do petróleo: tensões comerciais impulsionam tarifas no setor de energia, recursos naturais e marinha
Divulgação/CWT

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