Início Vida e Saúde A segunda maior causa de morte do mundo poderia ser evitada em...

A segunda maior causa de morte do mundo poderia ser evitada em 90% dos casos

Quando se fala em AVC (Acidente Vascular Cerebral), os dados são alarmantes. O acometimento, popularmente conhecido como derrame, é a segunda causa de morte mais comum no mundo e a principal causa de incapacidade¹. De acordo com a Organização Mundial de AVC, uma em cada 6 pessoas terá o problema ao longo da vida e a cada 6 segundos, uma pessoa morre decorrente da condição².

Porém, o que muitos não sabem é que 9 em cada 10 casos poderiam ser evitados³, o que deixa clara a necessidade de uma maior atenção das pessoas aos fatores de risco. Com isso, o dia 29 de outubro é uma data de extrema importância para essa conscientização.

O AVC é a interrupção do fluxo de sangue no cérebro, causando a morte de células na região4, podendo ser hemorrágico ou isquêmico. O primeiro é caracterizado pelo rompimento do vaso sanguíneo (veia ou artéria), e geralmente se trata de casos mais graves. Já no isquêmico, encontrado em 87% dos casos, ocorre o entupimento total ou parcial do fluxo de sangue no vaso5.

Sinais e sintomas

O rápido diagnóstico do AVC é a chave para evitar ou minimizar a intensidade das sequelas, já que a cada minuto sem socorro, uma pessoa perde 1,9 milhão de neurônios6. Com isso, é extremamente importante conhecer os primeiros sinais.

Segundo a Dra. Carla Moro, “o principal indício de um início de AVC são alterações motoras súbitas, como fraqueza muscular, resultando na incapacidade de movimentar alguma parte do corpo com coordenação, especialmente de um só lado. Além disso, o paciente acaba tendo uma súbita dificuldade para caminhar, com tonturas e perda de equilíbrio.” Dor de cabeça intensa e confusão mental também podem aparecer logo nos primeiros minutos, quando o paciente apresenta dificuldade para falar ou construir uma frase7.

Uma forma fácil de realizar a rápida identificação destes sinais é usar a técnica SAMU:

Sorriso: peça para a pessoa sorrir. Existe assimetria?

Abraço: faça a pessoa levantar os braços. Um lado está mais fraco e com dificuldade?

Música: repita uma frase como uma música. A pessoa consegue falar? A fala dela está embaralhada ou arrastada?

Urgente: Caso os sinais acima sejam comprovados, aja rapidamente e busque atendimento médico de emergência imediatamente. Ligue SAMU 192.

A técnica, porém, reflete uma preocupação encontrada no socorro de pacientes. É comum os próprios familiares suspeitarem do AVC e se direcionarem para o posto de atendimento mais próximo. Entretanto, essa não é a melhor conduta a ser tomada – dar entrada em um centro capacitado para atender pacientes com a condição ainda nos primeiros minutos faz toda a diferença e ainda reduz as sequelas e a mortalidade8.

O mais indicado é solicitar o serviço de atendimento do SAMU, que garante o conhecimento dos centros especializados e o correto encaminhamento. O tratamento em uma Unidade de AVC aumenta a chance de uma boa recuperação em 14%9.

Prevenção

Cerca de 90% dos casos estão ligados aos fatores de risco da doença³: hipertensão, altos níveis de colesterol, diabetes e obesidade. Além disso, níveis excessivos de álcool e o tabagismo também aumentam o risco de sofrer um AVC10.

Existem ainda fatores que não podem ser controlados, como a idade – a doença acomete os mais idosos – e uma pré-disposição genética, que pode ser analisada pelo histórico familiar. Também, o problema é mais comum em homens10. De qualquer forma, o AVC pode ocorrer em qualquer sexo ou idade.

“Conhecer seus próprios fatores de risco, realizar atividades físicas e manter uma dieta saudável rica em frutas, legumes e vegetais pode reduzir os riscos”, conta a médica.

Sequelas            

Mesmo que o socorro seja feito rapidamente, é provável que o paciente tenha alguma sequela. Estudos mostram que complicações motoras podem aparecer em 50% a 83% dos casos pós AVC. Ainda, metade dos pacientes pode apresentar problemas cognitivos e cerca de 20% dos casos apresentam distúrbios psicológicos 11.

Além das sequelas citadas, existe ainda a espasticidade, presente em aproximadamente 60% dos casos11. A condição é caracterizada pela contração involuntária de grupos musculares, causando dificuldades de movimentação e dores. “A patologia pode ser tratada com toxina botulínica, aplicada para relaxar a rigidez muscular, melhorando a mobilidade e qualidade de vida do paciente. Essa forma de tratamento está disponível, inclusive, aos pacientes no SUS”, explica Dra. Carla.

Tratamento

O tratamento é realizado nos primeiros momentos pós identificação da doença e depende de caso a caso. É importante que os primeiros procedimentos devolvam o fluxo sanguíneo à área afetada. Seja com cirurgia ou procedimentos menos invasivos, o objetivo é sempre devolver a circulação.

Tendo realizado essa primeira fase de tratamento, é importante que o paciente tenha contato com uma equipe multidisciplinar e integrada, buscando sempre ganho de funcionalidade e a qualidade de vida. Seja para devolver movimentos, encontrar a melhor dieta ou até trabalhar âmbitos psicossociais, diversos profissionais podem ser acionados e cada um tem igual importância.

Além disso, a tecnologia também pode ser utilizada a favor do tratamento. Aplicativos, como por exemplo o i-GSC, podem auxiliar no processo de autorreabilitação guiada. Disponível para iOS, Android e Windows, o paciente, com orientação do seu médico e/ou terapeuta, pode encontrar exercícios que o colocam como protagonista para a melhora de sua qualidade de vida. Isso demonstra que durante toda a logística de tratamento o paciente pode encontrar esperanças e possibilidades para aumentar seu bem-estar.

Referências

  1. Global Burden of Stroke, Feigin et al 2015-1016 – available athttps://www.ahajournals.org/doi/pdf/10.1161/CIRCRESAHA.116.308413 ;
  2. World Stroke Day Brochure, World Stroke Organization – Disponível em:https://www.worldstrokecampaign.org/images/documents/wsd-brochure-update – Acessado em Agosto, 2018;
  3. World Stroke day 2017 – Disponível em:https://www.worldstrokecampaign.org/pt_br/get-involved/world-stroke-day.html – Acessado em Agosto 2018;
  4. Fatos sobre o AVC, WSO – Disponível emhttps://www.worldstrokecampaign.org/pt_br/sobre-o-campanha-mundial-de-avc/fatos-sobre-o-avc.html – Acessado em Agosto, 2018;
  5. 5. Saiba mais sobre o AVC, WSO – Disponível em:https://www.org/pt_br/sobre-o-campanha-mundial-de-avc/saiba-mais-sobre-o-avc-acidente-vascular-cerebral.html– Acessado em Agosto, 2018;
  6. Saver J. Stroke 2006; 37:236-266;
  7. Sinais Alertas do AVC, WSO – Disponível em:https://www.worldstrokecampaign.org/pt_br/sobre-o-campanha-mundial-de-avc/sinais-alerta-do-avc.html – Acessado em Agosto, 2018;
  8. Rede Nacional de Atendimento Brasil AVC, Rede Brasil AVC – Disponível em:http://www.redebrasilavc.org.br/para-profissionais-de-saude/rede-nacional-atendimento/ – Acessado em Agosto, 2018;
  9. The Cochrane Collaboration 2013;
  10. Aprenda a prevenir o AVC, WSO – Disponível em:https://www.worldstrokecampaign.org/pt_br/sobre-o-campanha-mundial-de-avc/aprenda-a-prevenir-o-avc.html – Acessado em Agosto, 2018
  11. Toward an epidemiology of post stroke spasticity, Neurology, Jörg Wissel, MD, FRCP, Aubrey Manack, PhD and Michael Brainin, MD, 2013.

Para mais informações visitewww.ipsen.com

luccas.sanches@bm.com

Sair da versão mobile