De acordo com a ONG Prematuridade.com, fumo e álcool são fatores de alto risco
17 de novembro é o Dia Mundial da Prematuridade e a Associação Brasileira de Pais, Familiares, Amigos e Cuidadores de Bebês Prematuros – ONG Prematuridade.com – quer chamar a atenção para as causas do nascimento de prematuros e ajudar as mamães a estarem preparadas caso isso ocorra, com que históricos o nascimento de prematuros é mais comum e até mesmo dar dicas para evitar partos prematuros.
Você sabia que 15 milhões de crianças nascem antes da 37 semanas de gravidez em todo o mundo? No Brasil, a taxa de partos antecipados é de 12,4%, de acordo com dados do Sistema de Informações Sobre Nascidos Vivos (Sinasc) e do Ministério da Saúde (2014). Somos o 10o país no ranking da prematuridade, como revela o relatório do estudo Born Too Soon realizado pela ONG americana March of Dimes.
Estão em maior risco para trabalho de parto prematuro as mulheres que já tiveram um bebê prematuro, que estão grávidas de gêmeos ou múltiplos ou com história de problemas de colo do útero ou uterinos.
Além disso, outros fatores podem levar ao parto prematuro como infecções do trato urinário, sangramento vaginal, distúrbios de coagulação e algumas anomalias congênitas do bebê.
Sem pretender neste texto listar todas as causas e condições para que aconteça um parto prematuro, vamos focar no que a mulher pode fazer para afastar ao máximo o risco, principalmente a fatores relacionados a hipertensão.
Vamos começar com uma explicação sobre hipertensão gestacional. A hipertensão induzida pela gestação a níveis maiores que 140/90 ocorre após as 20 semanas de gestação, desaparecendo até 6 semanas após o parto. É uma complicação que acompanha entre 5% e 7% das grávidas brasileiras. O aumento da pressão sanguínea diagnosticado durante a gestação em mulheres que nunca haviam antes demonstrado o problema é classificado como doença hipertensiva específica da gestação (DHEG).
O aumento da pressão pode comprometer a saúde e a vida da mãe e aumenta o risco de parto prematuro induzido, já que a retirada da placenta tende a baixar a pressão. Quanto ao bebê, o problema causa o endurecimento da placenta, impedindo a passagem de nutrientes para o feto.
Não existe uma única causa. Há o consenso de que o problema é resultado, entre outras coisas, da má adaptação do organismo materno a sua nova condição. Outros motivos são a alimentação desequilibrada, assim como o excesso de sal, e o sedentarismo. Embora o começo do problema esteja na formação da placenta, os principais agravantes da hipertensão são mesmo os hábitos alimentares.
Quem já era hipertensa antes da gravidez deve, junto com o cardiologista e o ginecologista, estudar soluções para controlar o problema durante a gestação. Muitas vezes, os especialistas optam por trocar o anti-hipertensivo que a mulher já tomava por outro medicamento da mesma classe e mais indicado para esse período. E, claro, é preciso redobrar os cuidados com o aumento do peso e a alimentação. Outra providência é aumentar a suplementação de ácido fólico. As futuras mamães que já tinham hipertensão antes de engravidar não se enquadram nos casos de doença hipertensiva específica da gestação (DHEG), no entanto, a partir do momento em que a pressão não para de subir, os sintomas e os procedimentos adotados pelos médicos são similares aos da pré-eclâmpsia e da eclampsia.
Não há como diagnosticar a DHEG antes da gestação, claro. Mas alguns cuidados comuns podem ajudar a controlar a pressão arterial antes e durante a gestação.
Vovó já dizia que no momento da confirmação da gravidez, é importantíssimo que a mulher se afaste de fumo e bebidas alcoólicas.
A hipertensão por si só altera perigosamente a estrutura das artérias. As baforadas pioram o que já está ruim. Sem contar que quem fuma está mais propenso à formação de placas nesses caminhos, porque as substâncias tóxicas do cigarro contribuem para elevar os níveis de açúcar e gordura no sangue. O tabaco aumenta a pressão arterial temporariamente a cada tragada. E continua mais alta mesmo algum tempo depois que a bituca foi apagada.
Consumir três doses de bebidas alcoólicas de uma vez só resulta em uma elevação temporária da pressão arterial. Já pessoas que exageram na ingestão de bebidas alcoólicas frequentemente podem sofrer com aumentos na pressão arterial a longo prazo. Outro problema é que as bebidas alcoólicas são calóricas. Uma garrafa de cerveja de 600 ml, por exemplo, tem 270 calorias. O abuso na ingestão de bebidas pode causar o acúmulo de calorias e, consequentemente, o aumento de peso e o ganho de peso também está associado à elevação da pressão arterial.
O uso frequente destas substâncias aumenta o risco de doenças arteriais e durante a gravidez causam malformações do feto e aumenta chances de parto prematuro.
A mulher deve estar constantemente vigilante sobre sua pressão arterial. Cheque-a sempre que achar conveniente, siga uma dieta equilibrada e permaneça na faixa de peso adequada. Converse com o obstetra e, se preciso, faça acompanhamento com nutricionista e cardiologista.