Com cerca de 150 estruturas de passagem de fauna instaladas entre Aparecida do Taboado (MS) e Rondonópolis (MT), a Rumo, maior operadora ferroviária do Brasil, está monitorando espécies características do Cerrado brasileiro. Com câmeras especiais ativadas por sensores de movimento, a empresa registrou entre 2014 e 2017 cerca de 4.900 animais utilizando as estruturas que minimizam os riscos de atropelamento na linha férrea.
O acompanhamento é feito periodicamente por profissionais da área ambiental da empresa, que instalam os equipamentos por tempos pré-determinados em diferentes pontos de travessia. O planejamento permite mensurar aspectos das condições de vida da fauna, como a existência de animais adultos e filhotes, a movimentação de famílias e grupos e a predominância de herbívoros ou carnívoros.
“É um projeto focado na preservação do ecossistema e que contribui para a identificação de fatores de risco e defesa de espécies nativas”, explica a coordenadora de Licenciamento Ambiental, Stefani Age.
Conforme levantamento da concessionária, cerca de 33,6% dos animais que circulam na região pertencem ao grupo de espécies ameaçadas, como lobo-guará, tamanduá-bandeira, anta, onça-pintada, cervo-do-pantanal, tatu-canastra e queixada.
Além das estruturas de passagem de fauna, a Rumo investe em tecnologia para aperfeiçoar a segurança da operação e preservação de ecossistemas. As locomotivas que percorrem o trecho são equipadas com sensores sonoros, chamados de apitos ultrassônicos. Localizados na parte frontal da máquina, o equipamento funciona em pares e é acionado pelo deslocamento de ar quando o trem atinge uma velocidade acima de 50 km/h, produzindo uma frequência sonora com alcance de até 400m.
“É um apito que não é perceptível aos ouvidos da população. O ruído sonoro funciona como um alerta, evitando que os animais se aproximem da linha férrea”, reforça Stefani.
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