A psoríase é uma doença crônica e imunologicamente mediada. Embora os sintomas apareçam na pele, é uma doença sistêmica e sua gravidade pode variar desde uma pequena mancha na unha, grandes placas em extensas regiões do corpo até o aparecimento de outras doenças associadas. “O desconhecimento sobre a doença pode ter enorme repercussão tanto em relação ao bem-estar físico quanto ao bem-estar emocional. Muitas vezes ocorre isolamento social decorrente do constrangimento relacionado às lesões”, afirma Ricardo Romiti, dermatologista e coordenador do Ambulatório de Psoríase do Hospital das Clínicas.
O médico destaca que muitas pessoas não sabem, por exemplo, o fato de a psoríase não ser contagiosa. Muitos acreditam que abraçar ou mesmo conviver com a pessoa que tem psoríase possa transmitir a doença – o que não é verdade.
Para entender melhor o assunto, confira uma série de perguntas respondidas pelo dermatologista e que testará seus conhecimentos sobre psoríase.
Quais as regiões do corpo que são afetadas pela doença?
Existem vários tipos de psoríase, que se apresentam de formas diferentes. A psoríase em placa é a forma mais comum da doença e é caracterizada por placas cobertas por escamas brancas na pele. Pode ocorrer em qualquer região do corpo, porém é mais frequente no couro cabeludo, tronco, cotovelos e joelhos.
Tem cura?
Psoríase não tem cura, mas uma série de tratamentos pode controlar o quadro e reduzir drasticamente a inflamação e a formação das placas, regulando a aparência da pele. Um paciente com psoríase leve tem maior probabilidade de ser tratado com terapia local, com uso de cremes e pomadas. Para os casos moderados e graves, há outros tipos de tratamentos, desde imunossupressores (que atuam no sistema imunológico diminuindo a inflamação de uma forma global) a medicamentos mais modernos como os biológicos, com a possibilidade de melhorar rapidamente os sinais e sintomas da doença em até 90%.
Um machucado pode se tornar psoríase?
Sim. Alguns fatores podem desencadear o aparecimento de psoríase nas pessoas predispostas à doença, dentre eles, traumatismos como feridas, machucados, queimaduras de sol ou outras de natureza física, química, elétrica, cirúrgica ou inflamatória. Outros fatores como certas medicações, infecções e mesmo o estresse podem agravar o quadro.
O paciente com psoríase pode se expor ao sol?
Sim. É uma recomendação aos pacientes com psoríase que se exponham de forma orientada ao sol, pois ele é um aliado do tratamento. A exposição durante períodos adequados pode ser útil na melhora do quadro. O tempo de exposição e a frequência dos banhos de sol deverá ser orientado pelo seu médico dermatologista.
A pessoa pode ir à praia ou piscinas coletivas?
Com toda certeza! A doença não é contagiosa. E, ao contrário do que pode parecer, a exposição ao sol e o banho de mar podem ajudar a manter a pele saudável e a psoríase sob controle. O fato de os pacientes não frequentarem esses ambientes muitas vezes resulta do constrangimento provocado pela aparência das lesões, gerando isolamento social e diminuição da qualidade de vida.
As variações climáticas são fator para o desencadeamento da doença?
O clima frio, associado a outros fatores comuns ao inverno, como ar seco e exposição reduzida à luz solar, também pode ser um fator complicador para a psoríase.
A psoríase tem relação com o psicológico do paciente?
Em alguns pacientes que possuem predisposição à doença, o estresse pode agravar o quadro de psoríase, porém, esta não é a principal causa da doença. Ao mesmo tempo, as crises de psoríase podem estressar o paciente, intensificando ainda mais o quadro.
Psoríase é apenas um problema da pele?
Não, a psoríase é uma doença imunológica que se manifesta principalmente na pele. Pacientes com psoríase podem também desenvolver a chamada artrite psoriásica, doença que acomete as pequenas e grandes articulações. Além disso, formas mais graves da doenças estão muitas vezes associadas à obesidade, hipertensão, diabetes e aumento do colesterol.
juliana.vieira@littlegeorge.com.br