Principal data no calendário do e-commerce brasileiro, a Black Friday está sendo muito esperada pelos varejistas de todo o país. Segundo estimativa da Ebit/Nielsen, as vendas no próximo dia 23 devem crescer em torno de 15% no comparativo com 2017.
Conforme a pesquisa, 88,6% dos e-consumidores desejam comprar na Black Friday, o que representa um aumento de 8 pontos percentuais em relação ao levantamento feito no ano passado. A análise também revelou que o número de pedidos deve crescer 6,4% e que o tíquete médio das vendas deve girar em torno de R$ 607,50, totalizando cerca de R$ 2,43 bilhões no período.
Caindo no gosto
Um dos pontos que impacta nas vendas é o aumento da credibilidade da Black Friday no Brasil e também a proximidade com o Natal, a data mais importante para o comércio em geral. De acordo com a especialista em varejo e professora da ESPM, Fabíola Paes, a empresa que se preparou para esse momento e investiu em inovação vai faturar mais. Isso porque o cliente já está mais familiarizado com a tecnologia e espera por uma boa experiência também neste período de alto fluxo na internet.
A especialista explica que uma plataforma que traz mais conveniência pode influenciar no comportamento do consumidor e na convergência em compras. A própria pesquisa Ebit/Nielsen demonstra que 46% dos e-consumidores desejam fazer aquisições de produtos nesta sexta-feira (23); outros 22% optam por comprar entre os dias 24 e 30, enquanto 13% já estavam pesquisando ofertas pré-Black Friday. “E um dos pontos que podem impactar neste resultado é a ausência do frete e a oportunidade de retirada direta no ponto de venda (PDV) – o chamado clique e retire”, comenta Fabíola.
Menos gastos e sem demora para entrega
A professora da ESPM argumenta que plataformas elaboradas dentro do conceito Omnichannel – como a desenvolvida pela startup Neomode para a companhia internacional Dufry e a rede de Lojas MM, uma das gigantes em eletromóveis no Sul do Brasil – permitem não só dialogar com o cliente e antever suas preferências, mas proporcionar oportunidades únicas de conversão a partir de ofertas exclusivas, customizadas conforme as preferências do consumidor.
“É possível transformar as lojas em minicentros de distribuição ofertando a compra pelo site, aplicativo ou assistentes virtuais e fazendo a retirada do produto diretamente na loja mais próxima. Isso permite um preço diferenciado, evita filas no caixa, aproxima o cliente do PDV e evita atrasos na entrega. Isso evita filas de pagamento no caixa e desconforto aos consumidores”, explica.
Ela relata ainda que nas compras feitas em São Paulo ou que os caminhões precisem cruzar a Marginal Pinheiros, com problemas recentes no viaduto, a entrega poderia ficar comprometida. “Porém, a retirada do produto numa loja próxima do cliente, no próprio bairro, é uma excelente alternativa para quem deseja um preço diferenciado e não quer ficar esperando”, especifica. Com o clique e retire o cliente também não fica refém da logística que hoje, segundo a Fundação Dom Cabral, depende 75% da malha rodoviária para escomento de produtos.
Crescimento nas vendas
O sistema de entrega “retire na loja” (pick-up-store), também conhecido como “clique e retire” (click and collect) já é amplamente utilizado pelos grandes varejistas dos Estados Unidos e representa uma nova modalidade para a entrega de produtos comprados via on-line, seja por e-commerce, chatbot, shopbots ou aplicativos.
O sistema utilizado pela rede de Lojas MM, por exemplo, permite a compra por aplicativo com retirada em até 2 horas. Com o investimento em inovação a empresa pretende alavancar seus negócios em 25% nos próximos 12 meses.