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Desequilíbrio de proteínas ligadas aos níveis de ferro no sangue pode causar anemia e até infarto

Desequilíbrio de proteínas ligadas aos níveis de ferro no sangue pode causar anemia e até infartoVocê já ouviu falar em ferritina e transferrina? Ambas são proteínas produzidas pelo fígado que são essenciais na síntese, armazenamento e transporte do ferro pelo organismo. “Enquanto a transferrina tem como principal função transportar o ferro para a medula, baço, fígado e músculos, mantendo o bom funcionamento do organismo, a ferritina é responsável pelo armazenamento do nutriente dentro das células, especialmente naquelas envolvidas na síntese de compostos férricos, assim protegendo-as dos efeitos tóxicos do metal e constituindo uma reserva mobilizável de ferro no organismo”, explica a Dra. Renata Domingues, médica especializada em Nutrologia, diretora responsável da Clínica Adah e vice-presidente da Associação Brasileira de Nutrologia Médica (Abranutro).

Por esse motivo, o controle do nível destas proteínas é fundamental, já que um valor baixo de ferritina ou alto de transferrina é indício de que há menos ferro disponível no organismo do que deveria, o que pode levar a uma anemia. “Os sintomas do baixo nível de ferro no organismo incluem fraqueza, dor de cabeça, irritabilidade, fadiga, dificuldade em praticar exercícios, síndrome das pernas inquietas e perversão do apetite, como ter vontade de comer terra”, alerta a médica. E segundo a especialista, as causas variam de acordo com a proteína que está em desequilíbrio no sangue. “Por exemplo, casos de ferritina baixa normalmente acontecem devido a alimentação pobre em ferro e vitamina C, hipotireoidismo e sangramento gastrointestinal. Já níveis altos de transferrina ocorrem em casos de anemia, durante a gravidez e no tratamento com reposição hormonal, principalmente estrogênio, pois são situações em que, devido ao baixo nível do metal no sangue, o organismo passa a produzir mais desta proteína na tentativa de captar o máximo de ferro possível para levar aos tecidos”, completa.

E não é apenas baixos níveis de ferro que afetam nossa saúde, já que o acúmulo do metal no organismo, quando não tratado, pode desencadear complicações como anemia hemolítica e megaloblástica, doença hepática, infarto do miocárdio e hemocromatose. “Nestes casos, em que há um nível alto de ferritina ou baixo de transferrina, os sintomas mais comuns são fraqueza, impotência, dor nas articulações, hiperpigmentação da pele, desordens no fígado e aumento da glicose no sangue”, afirma a Dra. Renata. “Esse acúmulo de ferro pode estar ligado a uma inflamação silenciosa no corpo, quando causado por um alto nível de ferritina, ou a inflamações, infecções crônicas, desnutrição e doenças hepáticas e renais, quando ocorre devido a baixos níveis de transferrina.”

Mas, segundo a Dra. Renata Domingues, é possível evitar estes problemas através de alguns cuidados, como manter uma alimentação adequada, praticar exercícios físicos, atentar-se para sua composição corporal e evitar bebidas alcoólicas. “Entretanto, se você já sofre com desequilíbrio de ferro no sangue, o tratamento inclui a adoção de uma dieta balanceada indicada e acompanhada por um nutricionista ou o uso de medicamentos específicos. Em casos mais graves, há a necessidade de transfusão de sangue”, afirma.  “Porém, o mais importante é que você consulte um médico regularmente. Apenas ele poderá solicitar uma avaliação da concentração de ferro, transferrina e ferritina no sangue e indicar o melhor tratamento dependendo de seu diagnóstico.”

Dra. Renata Domingues: Médica especializada em Nutrologia, vice-presidente da Associação Brasileira de Nutrologia Médica (Abranutro) e diretora responsável pela Clínica Adah. Pós-graduada em Nutrologia Médica e em Ciência da Fisiologia Humana e Longevidade Saudável, a nutróloga é membro da World Society of Interdisciplinary of Anti-Aging Medicine (WOSIAM). http://www.clinicaadah.com.br 

paula.amoroso@holdingcomunicacoes.com.br

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