O incidente com o viaduto na Zona Oeste de São Paulo, que cedeu na madrugada do dia 15 de novembro passado, mostrou a importância da manutenção preventiva nas chamadas “Obras de Arte Especiais” (OAE). Pontes, viadutos, túneis e trincheiras são comuns em cidades e nas rodovias. Na região Sudoeste, as estruturas mais comuns são as pontes e viadutos e estão sob responsabilidade do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), nas rodovias federais, e do Departamento de Estradas de Rodagem do Estado do Paraná (DER), nas estaduais.
As rodovias federais que passam pelo sudoeste do Estado, BR 158, BR 373, BR 163 e BR 280, totalizam 392,5 km. O superintendente regional do DNIT/PR, Christiano Schineider Machado, explica que a manutenção preventiva é de grande importância para garantir a vida útil das estruturas.
“A manutenção proporciona aos usuários da malha rodoviária federal boas condições de trafegabilidade, com segurança e conforto de forma permanente. Também preserva o patrimônio do sistema rodoviário federal, além de promover a redução do tempo de viagem e do custo logístico”, salienta Machado.
O superintendente acrescenta que o DNIT/PR segue as diretrizes do Plano Nacional de Manutenção Rodoviária, de acordo com a disponibilidade orçamentária prevista na Lei Orçamentária Anual (Loa 2018).
O Engenheiro Civil Rafael Moretto, conselheiro do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (Crea-PR) pela Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Pato Branco, presta serviços para o DNIT/PR e informa que há 12 pontes e viadutos e dez trevos nos trechos federais localizados na região Sudoeste.
“Atualmente, está em andamento a segunda etapa do plano de Conservação, Restauração e Manutenção (Crema). A fase atual é de limpeza de pontes e bueiros, roçadas e melhorias nas terceiras faixas (como a que está ocorrendo na BR 158, no trecho Pato Branco – Coronel Vivida). O contrato atual termina em janeiro de 2019.”, detalha Moretto.
O conselheiro do Crea-PR é especialista em infraestrutura de transporte e observa que há um grande movimento de cargas pesadas nas rodovias da região, que não contam com balanças para pesagem dos caminhões.
“Há um estudo do Rio Grande do Sul que mostra que 10% de excesso de peso diminui em 40% a vida útil da pavimentação. A manutenção preventiva, com pessoal especializado, reduz custos, evita transtornos e garante a segurança dos usuários”, afirma Moretto.
Gilmar Ritter, gerente da Regional Pato Branco do Crea-PR, ressalta a importância dos planos de manutenções estarem a cargo de profissionais habilitados, proporcionando maior efetividade e resultando em manutenções com mais segurança. “O Crea-PR fiscaliza a presença de profissionais habilitados quando da elaboração destes planos de manutenção, e também nas manutenções que estas estruturas estão recebendo. A presença de um Engenheiro capacitado é a garantia de que as obras estão sendo executadas com a melhor técnica, visando a segurança das pessoas”, atesta o gerente.
Vistorias a cada dois anos
Nas rodovias estaduais sob responsabilidade do DER, as vistorias são feitas a cada dois anos, como informa o Engenheiro Civil Marcus Vinícius Pereira Arantes, superintendente da Regional Oeste, de Cascavel, que engloba os escritórios de Pato Branco e Francisco Beltrão.
“A cada 300 km temos um gerente que cuida da manutenção. É feito um levantamento de todos os problemas, desde infiltrações até invasão (moradias embaixo das pontes, por exemplo)”.
De acordo com Arantes, as equipes contam com engenheiro e um assistente e os problemas mais sérios são monitorados a cada seis meses ou um ano, dependendo do caso. “Não temos problemas críticos nas rodovias da região. São ações preventivas e, se houver problema maior, recorremos a especialistas em Curitiba” diz o superintendente.
Arantes comenta ainda que algumas das estruturas da região são antigas e merecem atenção, especialmente as pontes. Apenas no escritório Vale do Chopim do DER, que abrange a área entre municípios de Renascença, Palmas, Mangueirinha, Chopinzinho, Dois Vizinhos, Verê e Pato Branco, entre outros, são 620 km de rodovias pavimentadas e um trecho não pavimentado, com 32 trevos e 27 pontes. Na PRC-280, trecho entre Renascença e Palmas, estão 11 dessas pontes, as mais antigas sob manutenção.
Comitê de Barragens
A manutenção de barragens de usinas hidrelétricas e Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) também está no alvo de atuação dos Engenheiros. Em outubro, o Decreto nº 11.381 criou o Comitê Paranaense de Segurança de Barragens. Várias instituições estão integradas ao comitê, como a Coordenadoria Estadual de proteção e Defesa Civil, a Sanepar, o Crea-PR, a Copel e o Instituto Ambiental do Paraná (IAP).
Há algumas semanas, o conselheiro do Crea-PR, Rafael Moretto, levou alunos do curso de Engenharia Civil da faculdade Mater Dei para visitar as obras de uma PCH que está em construção no município de Bom Sucesso do Sul.
Eles foram recepcionados pelo Engenheiro Civil Halisson Henrique Dal Bianco, que está prestando serviços para a proprietária da PCH. “É uma usina de 5,67 megawatts que segue projeto já pensado para futuras manutenções. Há vertedouros, acessos para a estrutura da casa de força, entre outros”, lista Dal Bianco.
A PCH fica na divisa de Bom Sucesso do Sul com Francisco Beltrão, no rio Santana, e deve ficar pronta em cinco meses.
O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (Crea-PR), criado no ano de 1934, é uma autarquia responsável pela regulamentação e fiscalização dos profissionais e empresas das áreas das engenharias, agronomias e geociências. Além de regulamentar e fiscalizar, o Crea-PR também promove ações de atualização profissional, primando sempre pela qualidade na prestação dos serviços prestados.