O Dia Internacional dos Direitos Humanos é nesta segunda-feira. Neste ano, completam-se setenta anos desde que a Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu a Declaração Universal dos Direitos Humanos, atualmente o documento mais traduzido da história moderna, disponível em 360 línguas. Representando uma mudança significativa de direção a partir de eventos como a Segunda Guerra Mundial e o colonialismo que imperava na época.
“Mais do que comemorar, é lembrar esta data para que possamos vivenciá-la e colocá-la em prática em nosso cotidiano e em nossas relações. No Brasil, estamos vivendo práticas muito graves de violação de direitos básicos, como o não reconhecimento de que o outro tem direito, colocando determinados grupos sociais à marginalidade e vulnerabilidade. Por isso, é necessário fazermos parte desses movimentos que lutam pelos Direitos Humanos”, esclarece Ematuir Teles de Sousa, Conselheiro Secretário e Coordenador da Comissão de Direitos Humanos do CRP-SC.
Segundo Ematuir, os dados disponíveis sobre o Brasil apontam essa desigualdade social vivida pelo país. “Somos o oitavo país que produz maiores riquezas no mundo, mas também estamos entre os cinco países que mais produz desigualdade social. Produzimos muitas riquezas, mas não a distribuímos da melhor forma. Além de termos pessoas em condições de pobreza extrema, somos o país que mais mata pessoas travestis e transexuais, o quinto que mais produz violência contra as mulheres e o décimo que mais mata a sua juventude, em geral pobres e negros. Com esses dados, reconhecemos que vivenciamos e produzimos práticas de desigualdade social, violências racistas, LGBTfóbicas, misóginas, machistas. São questões de ordem histórica e estrutural de nossa sociedade, que terão reflexo na luta pelos direitos sociais de diferentes segmentos”, completa.
O conselheiro também afirma que o papel da(o) psicóloga(o) está diretamente ligado à Declaração instituída há setenta anos. “Nosso primeiro princípio de código de ética para exercer a profissão é se basear no respeito, na promoção da liberdade, igualdade, dignidade, integridade. Ou seja, na Declaração dos Direitos Humanos. Quando falamos de Direitos Humanos, falamos da nossa prática científica e do compromisso ético-político de estarmos conjuntamente produzindo e defendendo direitos fundamentais para todas e todos”, conclui.