Por Ricardo Fornari, Country Manager da Stibo Systems no Brasil
À medida que as empresas avançam em suas jornadas de renovação tecnológica, encontrar formas de aproveitar as oportunidades trazidas à tona pela transformação digital tem ganhado um novo status, como um dos grandes desafios para as organizações modernas. É esse cenário que os líderes de TI e CDOs (Chiefs Data Information) têm enfrentado, sobretudo, em busca de estratégias que permitam a utilização das informações geradas pelos sistemas automatizados como insights práticos para a geração de melhores negócios.
Para suprir essa demanda, as companhias vêm investindo em soluções de gerenciamento de informações multiplataformas, com recursos que elevem a inteligência de seus negócios, melhorando os resultados e as dinâmicas de suas operações. De acordo com analistas internacionais, até 2020, 80% das organizações deverão iniciar o desenvolvimento de suas competências na gestão de dados.
O sucesso dessa estrutura depende, também, de outro aspecto: o desenvolvimento de uma cultura de dados que englobe toda a operação das empresas. Os CDOs devem notar que o avanço de seus projetos de uso dos dados depende da inclusão de recursos assertivos, com ferramentas analíticas modernas, e, ao mesmo tempo, da participação e entendimento das pessoas em relação aos processos. É por isso que construir um ambiente colaborativo, capaz de engajar e orientar os colaboradores em relação à importância e as vantagens a serem conquistadas a partir do uso prático das informações, é a melhor maneira de fortalecer os investimentos em tecnologia e gerar valor às rotinas de negócios.
Esse é um ponto importante, pois, segundo pesquisas de mercado, a maior parte das empresas brasileiras ainda não conta com uma estrutura clara sobre quais são seus processos e projetos em relação à qualidade de dados. Além disso, as companhias ainda não possuem diretorias específicas para assumir essa responsabilidade, fazendo com que a gestão das informações acabe sendo compartilhada por TI e por várias áreas de negócio.
Por isso, hoje, o desafio de desenvolver uma cultura de dados não envolve apenas a necessidade de tornar as pessoas confortáveis com o uso de insights fornecidos por software. Em paralelo a isso, é preciso garantir que os profissionais sejam capazes de ver, avaliar e transmitir o valor útil do conjunto de dados que está à disposição.
Esse cenário exige que as lideranças promovam cada vez mais uma mentalidade colaborativa em seus ambientes de trabalho, enfatizando como a integração entre profissionais, sistemas e processos pode ser benéfica para o sucesso da companhia e de todos os envolvidos.
Para suportar esse processo e garantir melhores resultados e engajamento, os CDOs deveriam tomar algumas ações básicas. A primeira delas é mostrar, com clareza, quais são os princípios de governança de dados de suas operações, fortalecendo a responsabilidade e a participação de cada colaborador nesse processo. A boa gestão das informações é a força motriz e o resultado desejado em uma cultura de dados sólida, criando uma conexão assertiva e evidente entre as pessoas, os processos e a tecnologia.
Além disso, é necessário romper os silos organizacionais que impedem a colaboração e a otimização de dados. Desbloquear as informações e evitar o represamento de dados é o passo-chave para poder gerar valor à rotina das companhias a partir dos dados fornecidos pelas plataformas inteligentes. Sendo assim, é imperativo que as barreiras técnicas e organizacionais sejam removidas o máximo rápido possível para permitir transparência entre sistemas e departamentos.
Por fim, é preciso que os CDOs apliquem métodos e soluções que agreguem recursos preparados para simplificar a mudança de cultura dentro das organizações. O melhor investimento em longo prazo que os líderes podem fazer para desenvolver uma cultura de dados é elevar a média de conhecimento de dados da organização e imbuir todos os colaboradores com uma sólida mentalidade orientada ao uso de dados.
A inteligência necessária para ajudar esses profissionais já está disponível com a tecnologia. As novas soluções de Master Data Management, por exemplo, oferecem visualização completa de informações, unificando dados gerados por diversas plataformas. Essas ferramentas combinam analiticamente quais são as informações mais específicas e úteis para as companhias e maximizam o acesso dos líderes a esses relatórios e painéis. Dessa forma, é possível acompanhar as jornadas de desenvolvimento de produtos, atendimento aos clientes e até de ciclo de vida da infraestrutura de equipamentos instalados em uma linha de operação, construindo panoramas muito mais assertivos sobre o que deve ser mantido ou alterado.
As soluções de Gestão de Dados Mestres Multidomínio tem tudo para apoiar e conduzir as empresas rumo a Transformação Digital, mostrando como é possível aproveitar os dados como moedas estratégicas para o futuro. Vale dizer, no entanto, que o sucesso de qualquer aplicação depende de um acompanhamento atento e especializado.
Estimular as ações de capacitação interna e os processos de inovação ajudará a potencializar os resultados trazidos pelas novas tecnologias, além de reduzir os possíveis impactos provocados pelas mudanças. Ter o apoio do alto comando da empresa nesse processo de transformação é uma recomendação importante para quem deseja disseminar uma cultura de gestão de dados na sua organização.
Com esse vasto horizonte à frente dos executivos de TI, é interessante destacar que as organizações certamente se depararão com várias demandas e pontos a serem melhorados. Esse, porém, é grande o valor dos dados. Ter um pensamento analítico, com ricas fontes de inteligência colocadas à disposição, sempre deixará claro que as empresas têm que seguir em frente, evoluindo seus trabalhos. É preciso avançar, e uma cultura baseada em dados é, sem dúvida, a melhor maneira de dar o passo certo rumo ao futuro.