Especialistas projetam cenário otimista para investimentos no mercado financeiro em 2019

Especialistas do mercado financeiro estão otimistas com o cenário econômico que deve se desenvolver em 2019, mas condicionam as mudanças para melhor à política que vai conduzir as reformas, entre elas, a da Previdência, que consideram a principal para o crescimento do país. Três especialistas da corretora Guide Investimentos, de São Paulo, abordaram nesta quarta-feira, 12 de dezembro, por ocasião da reinauguração do escritório da Goldrock Investimentos, em Curitiba, o cenário econômico atual, as oportunidades e os desafios para o futuro, com foco na política externa e interna, e como elas influenciam nas diversas opções de investimentos que estão disponíveis no mercado.

O economista da Guide, Victor Candido, acredita que o Brasil está saindo de sua pior recessão e que se forem feitas as reformas necessárias o país pode crescer 3% ao ano entre 2020 e 2021 com um cenário otimista. Segundo ele, a reforma da Previdência é a mais importante, já que corresponde a 55% do orçamento do governo federal e pode crescer mais se não houver mudança. Disse também que o governo federal precisa compor sua força política para aprovar reformas e projetos, demonstrar coesão e consistência no discurso econômico e colocar as reformar para caminhar no Legislativo. Numa previsão otimista, Candido prevê que o câmbio deve ficar mais barato em setembro do ano que vem se as reformas forem aprovadas. A projeção otimista da Guide para o câmbio em 2019 é o dólar entre R$ 3,67 e R$ 3,36.

O estrategista da Guide, Luis Gustavo Pereira, traçou o que chamou de “cenário virtuoso” para os próximos anos e avaliou que as empresas brasileiras conseguiram se adaptar à crise nos últimos quatro anos, o que é importante para um cenário prospectivo. O especialista acredita que em 2019 será um ano para se investir na bolsa de valores e desenhou um cenário-base de 115 mil pontos para o Ibovespa em 2019, contra 96 mil pontos em 2018. Ele aposta ainda nos Fundos Imobiliários, como o Ifix (Índice de Fundos de Investimentos Imobiliários da BM&FBovespa), cuja carteira da Guide já chegou a dobrar. Segundo o especialista, os Fundos Imobiliários já mostram recuperação desde 2016 e deve levar de 7 a 10 anos para ser restaurado da recessão pela qual passou.

O gestor de recursos da Guide, Erick Scott Hood, alertou que atualmente o mercado financeiro não está propício aos investimentos em fundos com juros pós-fixados por causa da baixa taxa de juros de 6,5% ao ano. Ele aposta numa carteira diversificada e em investimentos como os fundos multimercados que mesclam aplicações de vários mercados como renda fica, ações, câmbios, entre outros, e o COE (Certificado de Operações Estruturadas), que une características da renda fixa e da renda variável. Hood também está otimista com relação aos investimentos em bolsa de valores, que para ele pode ser a grande aposta de 2019. Ele disse que quem quiser ganhar de fato dinheiro atualmente tem que buscar um pouco mais de risco como a carteira moderada que oferece atrativos.

O sócio-fundador da Goldrock Investimentos, Paulo Trauchinski, fechou o evento colocando para os participantes como se faz para saber se o investidor tem um bom ou um mau investimento. Segundo Trauchinski, se uma carteira consolidada está abaixo de 100% do CDI (Certificado de Depósito Interbancário) é porque o investimento “está ruim”, independente de onde esteja. A Goldrock Investimentos é uma empresa que atua nas áreas de assessoria e planejamento financeiro para pessoas físicas e jurídicas e pretende ter um bilhão de reais (R$ 1bi) sob custódia em quatro anos.  A empresa presta assessoria para os clientes da corretora Guide Investimentos, que por sua vez terá sob custódia R$ 19 bilhões até o final deste ano, com uma carteira de 50 mil clientes.

Especialistas projetam cenário otimista para  investimentos no mercado financeiro em 2019

O economista da Guide Investimento, Victor Candido; o estrategista da Guide, Luis Gustavo Pereira; o sócio-fundador da Goldrock Investimentos Paulo Trauchinski; e o gestor de recursos da Guide, Erick Scott Hood

Foto: Patrícia Klemtz