Para tentar algum alívio diante das altas temperaturas do verão muita gente decide que é a hora de comprar um aparelho de ar-condicionado. Somente em janeiro de 2017, época em que o calor costuma ficar ainda mais intenso, foram vendidos mais de 362 mil aparelhos em todo o país. Sabendo da importância desse item e de informações importantes quanto o consumo e instalação, a PROTESTE, associação de consumidores, resolveu avaliar qual o aparelho ideal para cada ambiente – e, claro, para o bolso do consumidor –, testando 11 aparelhos de ar-condicionado com capacidade de 7.500 e 10.000 BTU/h. Os resultados mostraram que a maioria deixa a desejar, tanto em desempenho quanto em consumo e merecem atenção de quem pretende se refrescar com um equipamento destes em casa ou no trabalho.
Uma das primeiras características analisadas foi o tempo que o aparelho leva para refrigerar um ambiente a até 90% da temperatura selecionada. Quanto maior a capacidade, menor o tempo de resfriamento. Esse é um fator importante a ser levado em conta, uma vez que o ar-condicionado gasta mais energia para esfriar um ambiente que para mantê-lo frio. Ou seja, é mais econômico manter o equipamento ligado por um longo tempo do que ligá-lo e desligá-lo com frequência.
Teste
O pior desempenho foi do aparelho Midea QCI-075BB, de 7.500 BTU/h, e não é recomendado para aqueles que tem pressa em conseguir rapidamente um clima frio no cômodo. Este modelo levou 64 minutos para atingir a temperatura desejada. Nessa potência, o único que recebeu classificado como “muito bom” no teste foi o Consul CCF07EBBNA, que precisou de apenas 34 minutos para atingir a temperatura selecionada.
Entre os aparelhos de 10.000 BTU/h, o resultado foi um pouco melhor, com a nota mínima aceitável atribuída a três modelos. O pior desempenho foi novamente do Midea QCI108BB, que levou 54 minutos para chegar ao frio programado, enquanto o Consul CCN10DBANA, com apenas 29 minutos, recebendo o título de “muito bom”.
Esse consumo necessário para resfriar, chamado consumo transiente, também
apresentou muitas disparidades no teste. Na categoria de 7.500 BTU/h, o melhor foi Consul CCB07DBANA, que exigiu 9,29 Watts-hora (Wh)/min, enquanto o Electrolux EC07F e o Midea QCI075BB empataram em último com 11,56 Wh/min, mostrando maior consumo de energia. Levando em consideração a tarifa média brasileira, e o tempo necessário para gelar, o gasto cada vez que eles são ligados é de R$ 0,54 e R$ 0,57, respectivamente. Mesmo consumindo 9,51 Wh/min, o Consul CCF07EBBNA gasta apenas R$ 0,24.
Os aparelhos de 10.000 BTU/h exigiram mais energia elétrica para atingir a temperatura programada, porém com uma diferença bem menor entre eles. O melhor, Midea QCI108BB, consumiu 15,29 Wh/min (R$ 0,64), enquanto o pior, Fontaine JAG10J100131, 15,56 Wh/min (R$ 0,61). Os cinco aparelhos testados receberam apenas a nota aceitável.
Depois que se atinge a temperatura desejada, o consumo do aparelho diminui, mas, mesmo assim, eles decepcionaram. Entre todos, somente o Consul CCF07EBBNA, de 7.500 BTU/h, ganhou o conceito bom, exigindo 4,03 Wh/min para manter o ambiente frio. O gasto desse aparelho para seis horas de uso é de R$ 1,26 Já o pior, Electrolux EC07F de 7.500 BTU/h, consumindo 8,12 Wh/min, gastaria R$ 2,45 no mesmo período.
O ar-condicionado de parede leva uma vantagem sobre os aparelhos do tipo split no consumo em stand-by, ou seja, a energia que ele usa para manter alguns sistemas funcionando quando está desligado. Somente o Consul CCN07DBANA, de 7.500 BTU/h, e o Fontaine JAG10J100131, de 10.000 BTU/h, têm painéis eletrônicos, consumindo 1,29 kWh/mês e 0,99 kWh/mês, respectivamente. Os outros tiveram consumo zero em stand-by.
Quando o assunto é preço, também é importante levar em conta o conforto. Apenas o Consul CCN10DBANA, Fontaine JAG10J100131 e Consul CCN07DBANA possuem controle remoto e modo sleep, que aumenta gradativamente a temperatura durante a noite.
Outro detalhe importante é o offset da temperatura, a diferença percentual entre a temperatura selecionada e quanto o aparelho resfriou de fato. Os modelos de 7.500 BTU/h tiveram classificação muito ruim nesse item, e, entre os de 10.000 BTU/h, só o Fontaine se saiu muito bem.
Ao final do teste, nenhum dos aparelhos de 10.000 BTU/h foi recomendado como boa qualidade. Por isso, neste caso é melhor investir num modelo split de 9.000 BTU/h e enfrentar o verão fazendo economia.
Para conferir o teste completo, basta acessar: www.proteste.org.br
flavia@camargocomm.com