Após quatro anos, varejo volta a crescer em 2018, mostra ICVA

Resultado confirma a trajetória de recuperação do varejo no ano; Crescimento em dezembro foi de 3,3%

O varejo brasileiro cresceu 2,5% em 2018 em relação a 2017, depois de descontada a inflação, conforme mostra o Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA) divulgado nesta terça-feira, 15 de janeiro. Essa foi a primeira vez desde 2014 que o índice fechou o ano com resultado positivo. Em termos nominais, que refletem o que o varejista de fato observa na receita das suas vendas, o indicador registrou alta de 5,3% na comparação com o ano anterior, acelerando e apresentando o maior crescimento desde 2015.

“O resultado de 2018 ratifica a trajetória de recuperação do varejo, conforme observamos no decorrer do ano”, destaca Gabriel Mariotto, diretor de Inteligência da Cielo. “Mesmo com eventos que impactaram o resultado do ano, como a paralisação dos caminhoneiros e a copa do mundo, o varejo acelerou e fechou o ano com o maior crescimento desde 2014”, complementa.

Vale destacar também o comportamento do consumidor brasileiro em 2018, que priorizou as compras nas principais datas comemorativas do ano. “Datas como Dia das Mães, Dia dos Pais, Black Friday e Natal, por exemplo, tiveram crescimento acima do ritmo de seus respectivos meses”, comenta Mariotto.

SETORES
O ano fechou com crescimento em todos os macrossetores do Varejo. O bloco dos setores de Bens não Duráveis foi o que apresentou maior alta, de 4,6% quando descontada a inflação e de 8,1% em termos nominais. O setor de Supermercados e Hipermercados foi o maior destaque do bloco, puxando seu resultado. Por outro lado, o setor de Postos de Gasolina fechou o ano com retração quando descontada a inflação, o que limitou o desempenho positivo do macrossetor.

Em seguida, o grupo de setores de Bens Duráveis e Semiduráveis apresentou crescimento de 1,1% no conceito deflacionado e de 2,7% no conceito nominal. O resultado do macrossetor foi puxado pelo desempenho positivo do setor de Móveis, Eletro e Lojas de Departamento. Entretanto, foi limitado pelo fraco desempenho do setor de Vestuário.

Por fim, o bloco de setores de Serviços apresentou crescimento de 0,7% quando descontada a inflação e de 3,3% em termos nominais. O resultado positivo foi puxado pelo setor de Turismo e Transporte, enquanto que o setor de Alimentação em Bares e Restaurantes impactou negativamente o macrossetor.

SEGUNDO SEMESTRE DE 2018
O ICVA encerrou o segundo semestre de 2018 com crescimento de 2,9% em relação ao mesmo período do ano passado, depois de descontada a inflação. Foi o maior índice alcançado desde o segundo semestre de 2014. Já em termos nominais, o índice mostrou crescimento de 6,7% no mesmo período, acelerando em comparação ao primeiro semestre, em parte influenciado pelo crescimento da inflação.

DEZEMBRO 2018
Em dezembro passado, as receitas no varejo brasileiro apresentaram crescimento de 3,3% na comparação com o mesmo período de 2017, descontando a inflação que incide sobre os setores do varejo ampliado, conforme mostra o ICVA. Em termos nominais, o indicador registrou alta de 6,9% na comparação com o ano anterior.

O mês teve efeitos de calendário com impactos positivos e negativos que praticamente se anularam. Se ajustado a esses efeitos, o índice deflacionado apontaria alta também de 3,3%, desaceleração de 1,3 ponto percentual em relação ao observado no mês de novembro (4,6%). Pelo ICVA nominal, no mesmo conceito, o indicador apresentaria alta de 6,9% na comparação com o mesmo período de 2017, apresentando uma desaceleração de 1,9 ponto percentual em relação a novembro (8,8%).

“A desaceleração na passagem mensal pode ser explicada, em parte, pela realização da Black Friday em novembro, que puxou para cima o resultado daquele mês. O ICVA de dezembro, portanto, está em linha com a trajetória de aceleração gradual que ocorreu nos últimos 12 meses”, explica Mariotto.

INFLAÇÃO
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apurado em dezembro pelo IBGE apontou alta de 3,75% no acumulado dos últimos 12 meses, com uma desaceleração em relação ao número registrado em novembro (4,05%). Os grupos de itens de Transportes e Alimentação fora do domicílio contribuíram para a desaceleração do índice. Em 2017, o índice fechou em 2,95%.
Ponderando o IPCA pelos setores e pesos do ICVA, a inflação no varejo ampliado em dezembro ficou em 3,5%, tendo uma desaceleração em relação a novembro (3,9%).

NATAL
A semana do Natal, entre os dias 19 e 25 de dezembro, apresentou crescimento nominal de 7,7% contra o mesmo período de 2017. “Esse crescimento acima do ritmo observado no mês mostra novamente a tendência do brasileiro em priorizar suas compras nas principais datas comemorativas do ano, como relatamos no decorrer de 2018”, reitera Mariotto. “O Natal de 2018 também apresentou o maior crescimento de receita nominal observado no período desde 2014”, complementa.

SETORES
Apenas o macrossetor de Bens não Duráveis apresentou aceleração na passagem mensal. Do bloco, destacam-se as acelerações dos setores de Drogarias/Farmácias e Cosméticos. Por outro lado, o setor de Supermercados e Hipermercados desacelerou, limitando o desempenho do macrossetor. Em seguida, o bloco de setores de Bens Duráveis e Semiduráveis apresentou desaceleração, puxada pelo setor de Móveis, Eletro e Lojas de Departamento, que foi destaque de crescimento em novembro devido à Black Friday. Por fim, o bloco de setores com maior desaceleração foi o de Serviços, influenciado principalmente pela desaceleração do setor de Turismo e Transporte, que também teve impacto positivo da Black Friday em novembro.

REGIÕES
Pelo ICVA deflacionado, comparando com o mesmo período do ano anterior, o varejo ampliado na região Sul apresentou alta de 6,6%, seguido pelas regiões Norte e Centro-Oeste, com 6,0% e 5,3% respectivamente. Por fim, temos os menores crescimentos nas regiões Nordeste, com alta de 3,6%, e a região Sudeste, com alta de 1,5%.
Pelo ICVA nominal – que não considera o desconto da inflação – o maior crescimento foi registrado na região Norte, com alta de 8,1%. Em seguida, temos as regiões Sul e Centro-Oeste com crescimentos de 8,0% em ambas. Já as regiões Nordeste e Sudeste apresentaram os menores crescimentos nominais, de 7,4% e 6,3% respectivamente.

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