Em enquete realizada mensalmente pela Associação Brasileira do Varejo Têxtil (ABVTEX), que representa cerca de 90 grandes marcas do varejo brasileiro, 62% das associadas reportaram resultados de vendas melhores em dezembro em relação ao mesmo mês de 2017, sendo que 38% consideraram o resultado igual ou pior no comparativo.
Para o diretor executivo da ABVTEX, Edmundo Lima, o dado é positivo reforçando que no Natal, os artigos de vestuário sempre estão na lista de itens mais procurados, seguidos de calçados e acessórios, como bolsas, bijuterias e joias. Em novembro, por ocasião da Black Friday, 80% dos associados haviam reportado crescimento nas vendas em relação ao mesmo evento de 2017. “Isto demonstra que parte dos consumidores antecipou as compras de Natal aproveitando os descontos oferecidos naquela oportunidade. Ainda assim, consideramos positivo o fato de que mais da metade dos associados registrou crescimento nas vendas em dezembro”.
A ABVTEX não realiza projeções, mas Lima acredita que o gradativo resgate do nível de confiança do consumidor brasileiro pode impactar as vendas de 2019. “Mas há pontos de atenção a considerar como o nível de desemprego e o aumento de despesas no orçamento familiar no início do ano”, aponta.
A informalidade é outro importante aspecto que deve ser atacado com firmeza pelo novo governo na avaliação da ABVTEX. “Um dos maiores concorrentes do varejo de moda e de diversos setores econômicos é a informalidade, que gera concorrência desleal com a economia formal”. A ABVTEX aderiu em 2018 ao Movimento em Defesa do Mercado Legal Brasileiro – coordenado pelo Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (ETCO) e pelo Fórum Nacional Contra a Pirataria e Ilegalidade (FNCP).
De acordo com dados do Movimento, em 2017, as perdas com contrabando, falsificação, pirataria e evasão fiscal no Brasil alcançaram R$ 146 bilhões. Este volume de recursos gerado pelo mercado ilegal financia organizações criminosas (contrabando de armas, tráfico de drogas etc), que se fortalecem cada vez mais, atuando nas fronteiras, estradas e nas cidades, ocupando espaços, afrontando o poder do estado e aumentando a violência nos municípios.
“As entidades signatárias deste Movimento têm alertado as autoridades, consumidores e a sociedade como um todo sobre os prejuízos que a concorrência desleal gera ao País. Além de ser crime, as fraudes são um perigoso incentivo ao uso de mão de obra análoga à escrava na cadeia de fornecimento do setor de vestuário e calçados, uma vez que empresas informais podem estar usando este artifício para reduzir custos”, afirma Lima. Ele espera dos novos governantes, rigor no enfrentamento para o desenvolvimento sustentável do País e Estados.