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As experiências de advogados doadores de medula óssea

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Luciano Lenart Copetti, de Guarapuava, e Fabiano Nakamoto, de Londrina, foram doadores de medula óssea após a compatibilidade ser descoberta no cadastro do Redome

Ajudar a salvar a vida de uma pessoa e a manter uma família unida. Foi partindo destes princípios que o advogado Luciano Lenart Copetti, de Guarapuava, se cadastrou no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome) e teve o prazer de ser compatível com um receptor. Ele descreve o sentimento como o de ganhar na Mega-Sena. 

“A chance de compatibilidade é uma em um milhão. E o sentimento ao descobrir que você vai ajudar a salvar a vida de uma pessoa e a manter uma família unida, não tem preço. Você flutua. Dá prazer. É um milagre na vida”. 

O início de Luciano como doador de medula óssea foi quando ele decidiu fazer uma doação de sangue. O cadastro no Redome ocorreu de maneira simultânea, no Hemocentro. É o Redome que é responsável por cruzar dados ao redor de todo o Brasil e identificar doadores e receptores que sejam compatíveis.

“Nós não sabemos quem receberá, se é homem, se é mulher, se é criança, se é idoso. Nada. Mas mesmo não sabendo, a gente sabe que está fazendo o bem”.

 A informação de que um possível receptor havia sido localizado veio em meados de 2018, quando Luciano foi contatado por uma equipe do Redome para a confirmação de alguns dados. “Depois desse contato inicial, foram necessários novos exames para comprovar que a minha medula realmente era compatível. Em um primeiro momento, a gente fica apreensivo para saber como funciona a doação, para saber como é o procedimento e tudo mais. Mas logo você é tomado por uma felicidade ao saber que pode salvar uma vida, independente de quem seja”. 

E para incentivar ações solidárias como a de Luciano, a Caixa de Assistência dos Advogados (CAA/PR), a OAB Paraná e as Subseções de Guarapuava e Paranavaí estão realizando a Campanha Fevereiro Laranja, em combate à leucemia. Para ser doador, é necessário retirar uma pequena quantidade de sangue, ter entre 18 e 54 anos, estar em boas condições de saúde e não ser portador de nenhuma doença infecciosa transmissível pelo sangue. 

As experiências de advogados doadores de medula óssea
Advogado Luciano Lenart Copetti, de Guarapuava – Foto: Divulgação

Da doação a uma grande amizade 

Outra história de compatibilidade envolvendo advogado foi de a de Fabiano Nakamoto, o primeiro doador de medula óssea não aparentado de Londrina. Cadastrado no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome), aos 19 anos, por meio de trote solidário de calouros de curso de Direito, em 2004, recebeu a notícia de compatibilidade em 2006. A receptora foi Mirna Ayumi Kajiyama, de 15 anos, de São Paulo. O transplante de medula óssea foi realizado no Hospital de Clínicas, em Curitiba, no dia 31 de março. “Data que também marca o nascimento de uma grande amizade entre as famílias que dura até hoje”, observa. 

Para Nakamoto, atual tesoureiro da Subseção da OAB Londrina, foi uma surpresa na época. “As etnias influenciam na compatibilidade. No caso da minha receptora, as chances de nós nos encontrarmos eram de 1 em 1 milhão, bem acima da média, que é de 1 em 100 mil”. O advogado destaca que quando alguém se cadastra como doador não significa que efetivamente irá doar medula óssea. Mas reforça que “a esperança, no entanto, é instantaneamente compartilhada pelas pessoas que esperam pelo transplante”. 

De acordo com ele, para as famílias que aguardam um doador no banco de dados, cada novo cadastro é uma injeção de ânimo para continuar a batalha. “Daí a importância do cadastro de amostras de sangue no Redome. Quanto maior a quantidade de doadores crescem as chances de encontrar doador compatível”. 

Nakamoto sublinha que quem se inscreve no Redome se arrisca a ser a chance de um em cem mil, ou em um milhão, de outra pessoa. “Tenho certeza de que esse é um gesto de generosidade que todo ser humano possui competência e habilidade para realizar. A recompensa é ter feito a escolha certa”, coloca. “Efetivamente aprendi a receber o agradecimento. A família de Mirna me agradece até agora, depois de tantos anos. Carrego comigo a experiência de receber a gratidão”, acentua. 

A batalha de Mirna começou aos 13 anos de idade. Após o transplante de medula em 2006, a receptora retomou os estudos e retornou ao convívio com familiares e amigos. Ingressou na faculdade e defendeu a doação de órgãos, promovendo campanhas. Mais tarde, com novo  problema de saúde, entrou para a lista de transplante de pulmão, criando a comunidade “Meu Amigo O2”. Foi transplantada em 2016, mas, infelizmente, devido a complicações, faleceu aos 25 anos. “Gosto de pensar que a doação de medula óssea fez Mirna viver muito feliz por mais 10 anos. Indissociavelmente já nascemos fazendo parte do mundo, e que são nossas escolhas e ações que fazem o mundo parte de nós”, depõe Nakamoto. 

SERVIÇO
Doação de medula óssea – Até 28 de fevereiro 
Curitiba
Segunda-feira a sábado – Das 7h30 às 18h
Hemepar (Travessa João Prosdócimo, 145) 
Guarapuava
De segunda a sexta feira – Das 8h às 11h e das 13h30 às 18h
Hemocentro Regional de Guarapuava (Rua Afonso Botelho, 134) 
Paranavaí
De segunda à quarta-feira – Das 7h30 às 11h e das 13h às 14h30
Hemonúcleo (Rua Rio Grande do Sul, 2390)

Fonte: OAB Guarapuava e Assessoria de Imprensa da CAA/PR

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