Por Fabiana Batistela, Vice-Presidente de Marketing, Inovação e Capital Humano da Resource
Recentemente, Jeff Bezos, fundador e CEO da Amazon, disse que seus planos de inovação eram movidos por uma simples questão: o que não irá mudar nos próximos dez anos? Com base nessa pergunta, Bezos e sua equipe procuram novas opções de negócios, consolidando suas marcas como verdadeiros ativos digitais do mundo atual.
Mas é claro que nem todas as companhias têm condições e dinheiro para projetar a evolução tecnológica, imaginando e testando novas possibilidades e ferramentas. O mais comum é encontrar empresas que precisam atualizar suas estruturas com a operação já em movimento, adequando todo o negócio às novas tecnologias e tendências de mercado, ao mesmo tempo em que buscam a inovação.
Sendo assim, podemos dividir as organizações em dois grandes grupos: empresas nativas digitais, que já são criadas com uma estrutura voltada ao uso das novas soluções, e empresas que precisarão se organizar para acompanhar a transformação digital, atualizando seus processos e infraestruturas internas. O segundo grupo é muito maior, diverso e complexo, e as companhias que fazem parte dele têm de lidar diariamente com os desafios da digitalização dos negócios.
Alguns dos principais rankings do mercado em 2018 apontam que 11 das 50 empresas mais inovadoras do mundo são totalmente digitais. As que já nasceram digitais ou migraram seus modelos de atuação, alinhando seus ambientes de TI às novas tecnologias, estão à frente das concorrentes por diversos motivos. Os avanços tecnológicos incorporados permitem, por exemplo, que seus processos sejam mais eficientes e tenham menores custos, e essas companhias são mais abertas a mudanças e a inovações.
Um dos desafios, porém, é saber por onde começar a transformação digital. Com a enorme quantidade de possibilidades existentes e inúmeras prioridades, escolher um caminho específico para o investimento pode ser bastante difícil – ou seja, ter tantas opções pode representar apenas mais uma dificuldade para os líderes de TI e de negócios das empresas.
É preciso deixar claro que esse processo não deve ser realizado às pressas. Antes de iniciar um projeto de transformação digital, as companhias devem perceber que é possível avançar mesmo com pequenas ações ou serviços que, aos poucos, permitam a aplicação de recursos maiores e mais complexos. Escolher bem os próximos passos é o melhor a ser feito para potencializar resultados.
Esse cenário exige que as lideranças promovam cada vez mais uma mentalidade colaborativa em seus ambientes de trabalho, enfatizando como a integração entre profissionais, sistemas e processos pode ser benéfica para o sucesso da companhia e de todos os envolvidos.
Por isso, as empresas que ainda não começaram a mudar suas estruturas são aconselhadas sempre a buscar apoio técnico especializado para acelerar seus aprendizados e aperfeiçoar os recursos de TI. Com essa parceria, os líderes ganham a chance de reduzir o tempo e o custo necessários para a implantação das evoluções, evitando impactos desnecessários às operações e aos colaboradores. Grandes processos de inovação podem ser iniciados com ações aparentemente simples, mas que gerem real ganho à companhia.
O uso da tecnologia como facilitador de negócios é uma demanda necessária para qualquer empresa – de todos os portes e segmentos. A integração de serviços baseados em Nuvem ou o desenvolvimento de uma aplicação móvel para o gerenciamento das informações no ambiente empresarial são exemplos de ações que podem ser rápidas, de fácil implantação e com amplos retornos técnico e operacional.
O caminho para extrair o máximo potencial das inovações digitais é entender as necessidades existentes em cada operação. Mais do que implantar todo tipo de tecnologia, as empresas devem entender que o sucesso das aplicações depende, basicamente, do trabalho para descobrir a real demanda das suas operações. Somente com essa análise será possível definir as inovações mais viáveis tecnicamente para implementação e quais opções poderão tornar os negócios mais lucrativos para essas organizações.
O que temos de entender é que o uso das soluções digitais deve ter como foco a possibilidade de simplificar e potencializar ao máximo possível a rotina corporativa – ou de atendimento aos clientes. Acelerar esse processo de transformação digital, portanto, não significa excluir o que já existe. Para as empresas que estão começando essa jornada, o importante é avaliar quais são os caminhos a serem seguidos. Ou, como sugere Bezos, entender o que será essencial para os negócios nos próximos dez anos e, a partir desse ponto, traçar estratégias baseadas em inovação.